Hugo Chavéz não renova concessão da RCTV

[GotardI]

RCTV sairá do ar na Venezuela após 53 anos de transmissão

www1.folha.uol.com.br/folha/mundo

A emissora privada RCTV, que faz uma forte oposição ao governo da Venezuela, sairá do ar as 24hs do dia 27, Domingo, após 53 anos de transmissões, depois que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, decidiu não renovar sua concessão. O fechamento da TV vem sendo considerado uma das medidas mais polêmicas de seus oito anos de governo.

A RCTV, que combina os segmentos de informação e opinião com os de entretenimento 24 horas, é a única rede de TV de alcance nacional, em VHF, e mantém uma linha editorial de clara oposição ao governo Chávez.

A Globovisión, outra emissora de transmissão 24 horas e também de oposição ao governo, tem alcance limitado a Caracas e a Valencia, na banda UHF.

A não renovação da licença de transmissão da RCTV, anunciada pelo próprio Chávez em dezembro passado, é até agora a medida mais impopular já tomada pelo presidente, com rejeição de 70% a 80% da população, que a considera "arbitrária e personalista", de acordo com as pesquisas.

O diretor do canal, Eduardo Sapene, alega que "a única razão para fechar a RCTV é política. É contra os que pensam diferente do governo. É um fechamento ilegal e arbitrário. Chama-se abuso de poder ou totalitarismo".

Nova TV

O governo justifica a medida com a necessidade de ceder a freqüência para uma nova TV de serviço público, que começará a operar em 28 de maio, 10 ou 15 minutos após a extinção do sinal da RCTV.

O ex-ministro de Comunicação e atual diretor da TV multiestatal Telesur, Andrés Izarra, comentou que "o espectro radioelétrico é um bem limitado" e, com essa decisão, "ganha-se um espaço para democratizar a comunicação na Venezuela".

Para Izarra, "perde-se muito pouco" com a saída do ar da RCTV, pois "a 'televisão lixo' era o que dominava nesses espaços de entretenimento".

Para ocupar o espaço que a RCTV deixará em aberto, o governo de Chávez criou a Fundação Teves, que receberá um capital inicial de 4 milhões de dólares e cujo conselho de diretores será nomeado pelo Ministério da Comunicação e Informação.

Ainda não se sabe quem fará parte deste conselho e qual será a programação inicial da nova rede.

Espaços de expressão

Com a criação da Teves, o Estado controlará dois canais de alcance nacional na freqüência VHF, e outros três continuam sendo privados.

Sobre o risco de que se percam espaços de expressão de idéias contrárias à linha governista, Izarra defendeu que "o espaço natural de confluência de fatores na democracia é a Assembléia Nacional. A oposição decidiu não ir às eleições (legislativas de 2005)".

"Se não querem sequer participar dos espaços mais elementares do debate político, o que se vai dizer da mídia. Os veículos de comunicação são espaços de expressão das opiniões políticas, mas não são atores políticos", frisou.

O ministro da Comunicação, Willian Lara, anuncia uma "festa popular em toda a Venezuela" para a noite de 27 a 28 de maio.

Venezuelanos protestam contra fechamento de TV

Milhares de pessoas ocuparam as ruas de Caracas neste sábado para protestar contra a decisão do governo de Hugo Chávez de não renovar a concessão da rede de televisão privada RCTV, que vence à meia-noite deste domingo.

O protesto reuniu jornalistas, artistas, militantes de diversos grupos políticos e populares, sob os gritos de "não feche". A manifestação foi acompanhada de perto por um grande dispositivo de segurança, envolvendo 2,5 mil policiais e 1,2 mil voluntários civis, informou um dirigente do Comando de Resistência, Oscar Pérez, um dos organizadores do protesto.

No domingo, horas antes do fim da concessão, está prevista outra passeata em Caracas, sede da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), enquanto o governo organiza uma grande festa para celebrar o nascimento da "socialista" TVes, estatal que ocupará o canal da RCTV.

Na sexta-feira, o Supremo Tribunal da Venezuela decidiu que a RCTV deve entregar à TVes, de forma temporária, sua infra-estrutura tecnológica. A nova TV estatal assumirá o controle das antenas, microondas, teleportos, equipamentos auxiliares de televisão e energia, torres, estações de retransmissão e outros recursos que a emissora adquiriu durante seus 53 anos de funcionamento.

A RCTV, emissora líder de audiência na Venezuela, sempre foi um canal aberto à oposição, e alvo de críticas do governo Chávez, que a acusa de golpista.

Fonte: Terra

[Junior]

Olha, a atitude da Venezuela é uma decisão de governo, só compete a eles. A Venezuela é um país soberano, e está no seu direito. Contudo, pelo motivo que é, está errado. Perseguição da oposição, como em toda ditadura. Enquanto que aqui chamam até de cachaceiro barbudo o presidente, lá só podem chamá-lo de senhor. E vcs ainda reclamam daqui...

[Reverendo Majo Jojo]

Reclamam de quê? De liberdade de expressão? Acho que as reclamações são de outra ordem...

[Junior]

Reclamam sim, menino-puro... é só se lembrar do caso do jornalista americano. E outros, como por exemplo o que os PFListas falam que o governo que estrangular a imprensa, criando uma secretaria para fiscalização. É preciso criar sim, isso não quer dizer censura. Como tem que ter fiscalização com o dinheiro público e com o próprio Executivo, pq a imprensa não pode ser fiscalizada?

[GotardI]

Eu vejo a algum tempo essa justificativa de "Direitos de liberdade de espressão", pois bem, todos devem SIM ter esse direito, porém, que assumam as consequências do que dizem. Eu chamo o que a RCTV fez e mesmo outras emissoras, jornais e revistas fazem, tanto lá como aqui, é "Libertinagem de expressão".

É bastante comodo noticiar fatos com parcialidade e depois se defenderem sob o argumento "Liberdade de espressão".

Pois é, seja o que for, Hugo Chavéz foi eleito pelo povo... e a RCTV foi protagonista de um tentativa de Golpe, inclusive manipulando imagens e informações!

Esse canal, só por isso, deveria ter a concessão cassada.

O Chavéz ainda foi 'bonzinho' respeitando a emissora até que sua concessão terminasse, apenas não a renovando.

Portanto, que saia do ar. RCTV lá é como a Globo daqui...

O errado é o governo ao invés de oferecer as frequências por licitação a outro grupo, vai transformar em uma TV do Governo Pró-Chavéz.

Não sou um apoiador do Chavéz! Eu não apoiar a renovação da concessão de RCTV, não significa eu apoiar Hugo Chavéz!

Mas, uma TV que manipula informações, seja estatal ou privada, é repugnante, ainda mais RCTV que foi a princiapal ponte de comunicação entre os 'Golpistas Direitistas' em 2002.

Quem perde é o Povo, mais uma vez. Mas, foram eles mesmo que escolheram.

[Junior]

Não precisava retirar a emissora do ar, apenas fiscalizar.

[Reverendo Majo Jojo]

Reclamam sim, menino-puro... é só se lembrar do caso do jornalista americano. E outros, como por exemplo o que os PFListas falam que o governo que estrangular a imprensa, criando uma secretaria para fiscalização. É preciso criar sim, isso não quer dizer censura. Como tem que ter fiscalização com o dinheiro público e com o próprio Executivo, pq a imprensa não pode ser fiscalizada?

Então enquanto a liberdade de expressão no Brasil não for a pior do mundo, não é pertinente questioná-la, pois sempre poderemos citar um exemplo pior e falar "e ainda reclamam do Brasil"...

[Junior]

Mas no Brasil há liberdade de expressão, oras... chamam o presidente de sapo, cachaceiro, ladrão... e ngm é obrigado a provar isso nem punido.

[Reverendo Majo Jojo]

Ninguém disse que não há. Disse-se que questões de fora não são desculpa para achar que as coisas por aqui estão boas ou ruins.

E, pelo jeito como fala, parece que você não anda muito satisfeito com essa liberdade, não.

[Junior]

Não ando satisfeito mesmo. Tem que ter fiscalização, do jeito que está não dá, vide Veja e Globo, que foram pegas manipulando descaradamente fatos. Se todos os poderes da República sofrem fiscalização, pq a imprensa não pode ser fiscalizada? Fiscalização não é censura. Tem que ter um mecanismo para punir situações como as recentes da Veja.

[Reverendo Majo Jojo]

O problema é o conceito de "fiscalização" que pode vir a ser usado.

Curioso é que eles reclamam da Veja e criam a Carta Capital.

[Junior]

É preciso ter cuidado sim, mas é preciso criar algo. A Carta Capital emite opiniões descompensadas, claramente favoráveis a uma parte, a Veja é diferente. Ela adulterou informações, isso é crime. É diferente de vc apoiar uma parte. Nisso, o próprio leitor faz a "fiscalização", deixando de ler o que não lhe convém.

[Reverendo Majo Jojo]

Então a carta deveria também ser fiscalizada, já que a fiscalização exigiria imparcialidade, postura que "opiniões descompensadas" emitidas não têm. E é muito sério quando se coloca opiniões tendenciosas travestidas de notícias. Notícias manipuladas, convenientemente ocultando fatos e superestimando outros. Aí o leitor da carta encontra a mesma dificuldade do da Veja em saber se é de fato uma notícia ou uma "armação", seja de verdades, seja de dados.

[Junior]

Uma coisa é vc ser imparcial, ter uma postura a favor de algo, outra é manipular e adulterar fatos, como a Veja tem feito. Isso é diferente....

[Reverendo Majo Jojo]

São diferentes? Mesmo que fossem (ou sejam). deveriam, então, ambos ser fiscalizados, por seus diferentes motivos.

Lembrando que isso tudo é seguindo o ponto de vista a favor da tal "fiscalização".