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Depois do rebaixamento do Corinthians, DUALIB diz que tem medo de apanhar da torcida


E.R

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EDUARDO ARRUDA & PAULO GALDIERI - FOLHA DE S.PAULO

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Alberto Dualib e o presidente Lula, corinthiano assumido

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. Alberto Dualib, 87, está com medo de sair de casa. Desde que renunciou à presidência do Corinthians, está recluso. Diz que pode ser agredido pela torcida por ter cometido, segundo ele, "um erro imperdoável" de ter feito a parceria com a MSI. "Posso ser agredido", contou. Ontem, ele aceitou conceder entrevista à Folha, mas só por e-mail. Sobre o rebaixamento, assumiu parte da culpa. Mas aponta como maior responsável o presidente interino Clodomil Orsi, que ficou entre agosto e outubro no cargo, e isentou Andrés Sanches.

FOLHA - Por que o Corinthians caiu para a Série B ?

ALBERTO DUALIB - Além do aspecto técnico, ou seja, caiu porque o time era limitado, creio que se criou um clima de derrotismo praticamente irreversível contra o Corinthians. Tanto se falou na queda, 24 horas por dia, minuto a minuto, no rádio, na TV, nos jornais e na internet, que o time não teve a mínima serenidade nos últimos dias.

Transmitir treino ao vivo pela TV, pelo amor de Deus! Os jogadores ficaram com mais responsabilidade do que se fossem soldados marchando para uma guerra que ameaçasse a soberania nacional. Tenho certeza de que a camisa estava pesando uns 50 quilos em cada jogador na partida contra o Grêmio.

FOLHA - A crise político-administrativa não teve influência ?

DUALIB - Claro que sim, seria ingênuo dizer que não. Mas o estatuto foi cumprido, uma nova eleição acabou sendo realizada, e nova diretoria, com plenos poderes, assumiu.

FOLHA - De quem é a culpa ?

DUALIB - Se você quer que eu assuma a minha parcela de culpa, tudo bem. Fui presidente até a 17ª rodada de um total de 38. O Corinthians tinha então 20 pontos ganhos, ocupava o 15º lugar. Quando pedi afastamento, o Corinthians tinha ganhado dois dias antes do Goiás e ainda faltavam 21 jogos, com 63 pontos em disputa. Veja que irônico, do Goiás. Foi minha última partida como presidente.

Agora, a partir daí, cada um tem que assumir a sua parte. Certo ou errado, eu não estava lá para decidir mais nada.

FOLHA - Qual a sua parcela de responsabilidade nisso ?

DUALIB - Querem dividir a culpa pela queda, mesmo eu não sendo mais presidente, mesmo tendo sido praticamente escorraçado do clube, faltando três rodadas para o fim do primeiro turno. Só que logo que assumiu, o presidente interino Clodomil tomou atitudes profundamente equivocadas. A demissão de Carpegiani foi uma delas. A sua substituição por um técnico das divisões de base, sem experiência, outra. A escolha de um vice de futebol há 20 anos afastado dos estádios, mais uma. A bola de neve foi se formando.

As pessoas se esquecem, mas também foram feitas novas contratações neste período de interinidade. Foram quatro jogadores que nunca aprovaram. Disso, não tenho culpa alguma.

FOLHA - Arrepende-se de ter feito a parceria ?

DUALIB - De uma coisa eu tenho certeza: fiz muitas coisas boas para o Corinthians. Em patrimônio e no futebol. Sob minha presidência, o Corinthians ganhou tudo, como nunca antes. Mas cometi tremendo erro, imperdoável para quem tinha minha experiência de vida: a parceria com a MSI. Sei que vão dizer: muitos avisaram e não ouvi. Mas, quando fiz a parceria, tinha certeza de que era boa para o clube. Acontece que a parceria, aprovada por mais de 300 conselheiros, acabou se transformando na desgraça política de apenas um: eu. Quando quis salvar de qualquer maneira a parceria, me iludi ainda mais.

Até o último instante acreditei que os recursos chegariam.

FOLHA - O que acha das críticas que o colocam como principal responsável pela queda ?

DUALIB - Ficou fácil culpar Dualib por tudo. Fui obrigado a renunciar, não tenho espaço para me defender. Se for a uma reunião do Conselho, corro o risco de ser agredido pela torcida e nem conseguir entrar na sede que construí e que é um de nossos orgulhos. Mas o Corinthians é forte, vai se reerguer. Quanto a mim, fiquei sem chão, sem perspectiva alguma.

FOLHA - O senhor acha que deixou uma herança maldita ?

DUALIB - Acho. Uma herança de R$ 51 milhões em caixa (R$ 30 milhões líquidos do Willian, R$ 3 milhões do Marcelo Mattos, R$ 18 milhões do Carlos Alberto). Agora pergunte a Clodomil Orsi, que só foi prestigiado por mim durante anos e, em retribuição, só soube me ignorar quando assumiu a presidência, o que ele fez com esse dinheiro.

FOLHA - Com a queda, acredita que possa ser eliminado do clube ?

DUALIB - Tenho idade avançada e, pela primeira vez na minha existência, sinto-me cansado. Mas ainda tenho discernimento. A exposição monstruosa de nossa crise no futebol se aplica na parte administrativa. Estou sendo julgado, como muitas pessoas são. Não fui condenado, mas me tratam como se tivesse sido. Ninguém se pergunta: e se a Justiça concluir que o Dualib não formou quadrilha alguma e não lavou dinheiro?

Como é que ficam os que me execraram, que falaram tudo o que quiseram a meu respeito? Tenho ouvido muito de parte da imprensa: "O Dualib roubou, deixou roubar". Sou empresário desde os 23 anos de idade, gerei ao longo da vida mais de 50 mil empregos, nunca fui sequer acusado por ninguém criminalmente do que quer que fosse. Se fosse processar todos os que me caluniaram, não faria outra coisa nestes últimos meses. E onde está uma única prova de que desviei dinheiro? Fiz uma parceria com pessoas erradas, que deixaram dívidas e problemas no Corinthians. Por conta disso, perdi o cargo para o qual fui eleito democraticamente. Picham meu nome nos muros. Mal posso sair de casa.

Não sou bandido, nunca fui. Trabalho desde os 13 anos. Com 87 anos, ainda trabalho. Qual o executivo que você conhece que trabalha com a minha idade? Mas a avalanche que caiu sobre mim pode influenciar, sim, o Conselho, no quesito eliminação.

FOLHA - O senhor se beneficiou financeiramente do Corinthians ?

DUALIB - Até meus inimigos sabem que sempre tive uma situação financeira mais do que confortável. Como minhas contas foram abertas, é fácil conferir. Um ano depois que fui eleito, em 1994, meu patrimônio pessoal e das empresas beirava os R$ 200 milhões. Em 2006, meu patrimônio era pouco mais de R$ 30 milhões. E ainda acham que me locupletei.

FOLHA - O que está achando da administração Sanches ?

DUALIB - Acho o Andrés bem intencionado, moço, com vigor. Ele pode reunir uma equipe nova, construir o futuro do Corinthians. O seu principal opositor, Paulo Garcia, é um homem correto, empresário de sucesso. Aproximou-se de mim no final de minha gestão, fez campanha e defendeu a aprovação de minhas contas. Sou grato a ele.

FOLHA - O que o Corinthians tem que fazer ?

DUALIB - Se sou tão criticado, por que quer minha opinião? Sei o que fiz no Corinthians: um Mundial, quatro títulos brasileiros, dois Rio-São Paulo, cinco Paulistas, cinco Copas São Paulo, duas Copas do Brasil, um Ramón de Carranza. A torcida que me agride nunca teve tanta alegria como nos 14 anos de minha administração.

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Agora, longe do Corinthians e de seus problemas, Kia Joorabchian afirmou que tem se sentido "mal, muito mal" com o rebaixamento do time para a Série B do Brasileiro.

O iraniano, ex-presidente da MSI, afirmou em entrevista à Folha que o Corinthians, antes da chegada da parceira, vivia na "Idade da Pedra". A queda para a segunda divisão foi classificada por Kia como um "desastre inacreditável, uma coisa que pensei que nunca pudesse acontecer". Ele diz ter sentido muito o ocorrido.

"Parecia-me impossível. Senti por mim, mas senti demais, também, pelos torcedores, pelos atuais diretores e pelos jogadores. Passei 18 meses lutando e dando tudo de mim, com profissionalismo e amor, para tornar o Corinthians um dos melhores clubes do futebol internacional. Defendia a contratação de grandes jogadores, dos melhores profissionais, de gente com visão nova", disse.

Kia diz que lutou contra o grupo de Dualib "tentando evitar decisões erradas". Segundo o iraniano, em 18 meses, ele viu Dualib e seus diretores "encarando o Corinthians como um negócio familiar, não como uma atividade profissional, gastando mal, evitando prestar contas à MSI e tomando decisões totalmente contra os meus princípios, contra tudo aquilo em que eu acreditava, o trabalho foi desfeito."

Kia diz que ainda assiste jogos do time pela TV e pela internet. "Uma coisa que aprendi no Brasil, com nossos torcedores, foi que uma vez Corinthians, sempre Corinthians."

Ele se queixou ainda da forma como os negócios foram conduzidos após ele ter deixado o país, em 2006.

"O que fizeram a partir do momento em que deixei o Corinthians foi totalmente contra meus princípios e decisões. Hostilizaram grandes jogadores, criaram um clima horroroso para forçá-los a sair, contrataram mal sem condições de recuperar o investimento, já que os atletas não tinham bom mercado internacional. Quanto às revelações, foram rapidamente vendidas. Pelo que diz a imprensa, foram preços muito altos, e a dívida continua."

Kia também atribui a Dualib a culpa por ele ter deixado o clube. Segundo ele, os dirigentes corintianos "sempre insistiam em fazer apenas o que queriam" e o projeto montado pela MSI fora atrapalhado.

"Nunca entendi a necessidade de contratar firmas de fora do clube, pagando caro, para trazer contratos que o Corinthians poderia obter diretamente, com seus próprios recursos, ficando com a receita integral que lhe é devida."

Segundo Kia, a "luta" contra os erros de Dualib muitas vezes foi ao lado do atual presidente, Andrés Sanches. "Só espero uma coisa, agora que a tragédia do rebaixamento recaiu sobre nós: que a nova diretoria consiga unir todos os corintianos em volta do clube, reorganizando-o, reestruturando-o, buscando novos caminhos. Que a torcida acompanhe o time sem pressão. Mas com amor", finalizou.

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Tem que ter medo mesmo, é um sem vergonha!

Quanto ao Kia, isso é verdade, a diretoria queria o dinheiro da MSI mas fazendo o que bem entendesse.

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Barril do Chavinho

O Dualib é o presidente mais vitorioso do Corinthians (2 e meio campeonatos brasileiro), porém é o mais ladrão também, enquanto ao Kia, hahahah, esse cara não entende nada de futebol tb...

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EDUARDO ARRUDA & PAULO GALDIERI - FOLHA DE S.PAULO

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FOLHA - O senhor tem alguma culpa pelo rebaixamento ?

CLODOMIL ORSI - Eu acho, com toda a sinceridade, que a única parcela de culpa que tenho foi não ter conseguido contratar jogadores melhores. Eu não tenho culpa nenhuma. Se tivesse, já teria sumido do mapa.

FOLHA - Alberto Dualib lhe atribuiu a maior responsabilidade.

CLODOMIL ORSI - Acredito que não cometi nenhum equívoco, apenas agi com independência, pois Antoine Gebran, mesmo afastado, segundo Dualib, dos estádios há mais de 20 anos, é pessoa de grande conhecimento no futebol, com livre trânsito, tanto na FPF, quanto na CBF. Isso talvez tenha incomodado o Dualib.

FOLHA - Ele disse que o senhor não deveria ter demitido Carpegiani.

CLODOMIL ORSI - Ele estava assustado antes do jogo com o Cruzeiro, mas dei força a ele. Havia demitido o Ilton José da Costa [ex-gerente] e o Rubens Gomes [ex-vice de futebol]. A pressão era muito grande e foi a melhor coisa a ser feita.

FOLHA - Quem é o maior culpado ?

CLODOMIL ORSI - Foi o Dualib. Ele esqueceu a hora de sair. E nunca o cobrei por isso. Toda a desgraça que se abateu sobre o clube deve-se a ele e Nesi Curi.

FOLHA - O que o senhor fez com o dinheiro (R$ 51 milhões) que o Dualib diz ter deixado ?

CLODOMIL ORSI - Desde o início da interinidade, eu e meu grande amigo Wilson Bento só fizemos fechar "torneiras" e "ralos". Porém éramos apenas dois para, em curto espaço de tempo, tentar restabelecer a dignidade de nosso amado Corinthians.

FOLHA - Havia dinheiro só para pagar dívidas ?

CLODOMIL ORSI - Os problemas brotaram aos minutos, as cobranças se acumulavam. E justamente neste momento buscamos pelo numerário que Dualib disse ter deixado em caixa, pois os credores já haviam sujado o nome do Corinthians.

FOLHA - Mas e venda de atletas ?

CLODOMIL ORSI - O Dualib não deixou dinheiro em caixa, mas negócios de venda de jogadores entabulados, mas não realizados, com exceção do Carlos Alberto, câmbio concluído em 30 de julho. Sendo certo que o dinheiro foi usado de imediato para colocar em dia a folha de pagamento e o direito de imagem dos atletas, zerados ao final de agosto. As demais [vendas] ocorreram sob nossa gestão.

FOLHA - Como o Willian ?

CLODOMIL ORSI - No caso da venda do Willian, fui procurado pessoalmente pelo pai do atleta, acompanhado pelo empresário do Shakhtar, procuradores e advogados. A venda foi aprovada pelo Cori em 23 de agosto, restando ao Corinthians o líquido de R$ 28.851.600,00.

FOLHA - O senhor acha que o Kia [Joorabchian, da MSI] tem culpa ?

CLODOMIL ORSI - O Kia era apenas o gestor da conta da MSI.

FOLHA - Por que o senhor apoiou a parceria ?

CLODOMIL ORSI - Apoiei porque naquele momento acreditava no Dualib. O clube precisava de dinheiro. Mas, além de mim, outros 299 conselheiros aprovaram.

FOLHA - E o Andrés Sanches ?

CLODOMIL ORSI - O Andrés é um apaixonado pelo clube, não tem culpa.

FOLHA - O senhor se arrepende de ter contratado o Nelsinho ?

CLODOMIL ORSI - Tentamos, primeiro, o Tite, depois, o Mano Menezes. Ambos não deram certo na época. Contratamos o Nelsinho. Achamos que ele acertaria o time, mas foi muito mal.

FOLHA - O senhor está com medo da torcida ?

CLODOMIL ORSI - Tem que esperar para ver a reação, mas eles não me procuraram. Então, acham que não tenho culpa. Estou arrasado com o rebaixamento, mas o Corinthians sairá dessa.

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Ele pelo menos conseguia segurar o Corinthians na Série A,coisa que o Sanches não conseguiu.....

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Pau nesse safado! [3] :assobiando::D

Putz... Imagina se isso acontecer mesmo...

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Ele pelo menos conseguia segurar o Corinthians na Série A,coisa que o Sanches não conseguiu.....

ah é, a culpa foi do Sanches, q entrou no meio do campeonato... e não dos anos anteriores do Dualib, né?

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Atribuir culpa ao Sanchez é covardia. O rebaixamento do Corinthians só tem três culpados: Alberto Dualib, Nesi Curi e MSI.

O Alberto Dualib por ter feito uma administração nefasta, ainda tem a cara-de-pau de falar pra quem quer ouvir que é o presidente mais vitorioso do Corinthians... claro, com três parcerias milionárias em 10 anos, até eu seria. A Excel botou uma grana violenta lá, a Hicks and Muse também, MSI nem se fala. Tirando as parcerias, o Corinthians só ganhou a Copa do Brasil de 1995, Paulistão 95 e o de 2003.

A MSI por ter tirado todos os jogadores fundamentais na hora que deu vontade, deixando o Corinthians na mão. Tentaram andar com as próprias pernas, porém, deu no que deu!

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EDUARDO ARRUDA & PAULO GALDIERI - FOLHA DE S.PAULO

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FOLHA - Qual o tamanho da reformulação do elenco ?

ANDRÉS SANCHES - Vamos avaliar e ver quem fica. Vamos renovar de 25% a 30% do elenco.

FOLHA - Por que o futebol será gerido por tantos dirigentes ?

ANDRÉS - Vamos lá. Quem?

FOLHA - Nenê do Posto, Eli Werdo, Mario Gobbi, Antônio Carlos...

ANDRÉS - Em 2000, quando foi campeão do mundo, tinham quatro, cinco. E um vice de futebol que não tinha tempo para se dedicar, nada mais justo que ele chamar outros conselheiros para cooperar. Não é patota.

FOLHA - Mas o senhor chegou a dizer que pretendia assumir o futebol.

ANDRÉS - Entenderam mal. Eu disse que devia assumir o futebol para os últimos jogos que faltavam no campeonato. Eu, como presidente do Corinthians, é impossível me dedicar ao futebol como me dediquei nesses últimos jogos.

FOLHA - E sobre o Mario Gobbi e o Antônio Carlos, sem experiência administrativa no futebol...

ANDRÉS - Mas quem disse que ele vai ser administrativo? Ele vai ser diretor técnico. Quando for contratar jogador, ele vai dar a opinião dele. Administrativo vai ter outro, o Mario Gobbi. Estatutariamente o clube precisa ter um vice de futebol. Então ele vai reorganizar administrativamente.

FOLHA - O senhor nomeou o Gobbi mais por ser da sua confiança ?

ANDRÉS - Também. Muitas pessoas são da minha confiança. Ele é um deles. Trabalhou muito para o clube. Nada mais justo. Ele se expressa bem. Tem mil benefícios por não ser viciado no futebol, por nunca ter tido participação no futebol. Ele vai ajudar bastante. E vai aprender no futebol.

FOLHA - O Antônio Carlos já sofre rejeição da torcida...

ANDRÉS - Toda vez que você trouxer alguém, vai ter alguém reclamando.

FOLHA - O senhor tem algum tipo de negócio com o Antônio Carlos ?

ANDRÉS - Tenho: amizade. Isso é brincadeira. Perguntar isso é brincadeira. Vocês são piores que a Polícia Federal.

FOLHA - Mario Gobbi disse que não importa de onde veio o dinheiro da MSI.

ANDRÉS - Ele quis dizer que juridicamente o Corinthians não tem nenhum problema na origem do dinheiro. O problema é para onde foi o dinheiro. E que realmente a parceria, um dos grandes problemas, foi a gestão de ambas as partes.

FOLHA - Mas e moralmente ?

ANDRÉS - Moralmente não interessa. Não estou roubando ninguém. Se fosse ver moral nesse país você não estaria aqui sentado na minha frente sem terno e gravata, com a mão na boca, falando comigo. É falta de respeito falar com uma pessoa com a mão na boca. A sua moral não é a mesma que a minha. Cada um tem a sua moral. Desde que eu não te prejudique.

FOLHA - Mas se o senhor for fazer uma nova parceria vai se preocupar com isso, com a origem do dinheiro ?

ANDRÉS - Infelizmente, vou ter que me preocupar muito hoje. Na época eu não era o presidente. Eu não nego para ninguém, na véspera da viagem fui chamado nesta sala, juntei meu grupo. Não conhecia ninguém. Conheci o Kia lá, o Renato Duprat lá. Comercialmente, financeiramente, a parceria não era ruim. O que eu posso fazer? Depois que viemos para cá começou a história do Boris. Nós fomos jantar na casa do cara, não nego isso. Falei no depoimento.

FOLHA - O senhor disse que o Corinthians ia ser independente. Como fazer isso se há dívidas ?

ANDRÉS - Nós vamos pagar as dívidas durante o ano. O que acontece é que tem o Clube dos 13, mas eu não sou do C13, sou? Não vou participar da Série A. E na FBA [entidade que gere a Série B] eu não participo de nada. Então sou independente. Vou negociar com C13 e FBA.

FOLHA - O Mano Menezes é um técnico caro para o Corinthians ?

ANDRÉS - Você sabe quanto ele ganha? Você sabe?

FOLHA - Cerca de R$ 200 mil.

ANDRÉS - Duzentos e trin... Não vou falar. É um pouco mais. Mas o problema não é esse. O problema é o dia-a-dia do clube, a antecipação das receitas. O marketing estava estourado. É no marketing e nas inovações sociais onde se vai buscar receita. A dívida se negocia. Você parcela, faz um planejamento para pagar. O problema é o planejamento do dia-a-dia com a falta de receita.

FOLHA - O senhor vai precisar pegar dinheiro emprestado para montar um novo time ?

ANDRÉS - Espero não precisar. Vou prorrogar um pouco o que tem para pagar e continuar recebendo as cotas normais. A cota que ia receber em janeiro, eu teria que abater o que devo, mas não vou abater e receber as cotas de janeiro, fevereiro, março e abril.

FOLHA - A dívida do Corinthians pode ser maior que R$ 95 milhões ?

ANDRÉS - Pode ser, mas não vai ser. Fechamos a conta em outubro. Logicamente teremos despesas em outubro, novembro e dezembro. Mas vai ser prejuízo. Este ano vai fechar no vermelho. Vai ser mais alta. Não tanto, mas vai ser.

FOLHA - A prioridade é subir ?

ANDRÉS - Prioridade é Copa do Brasil. Subir é obrigação, dever.

FOLHA - É verdade que você está fazendo aulas de português ?

ANDRÉS - Eu? Não estudei quando era jovem, vou estudar depois de velho? Não. Eu acho que não preciso. Pelo menos para me expressar, não. Falo como fala a maioria do povo brasileiro. Não me envergonho disso.

FOLHA - A sua passagem na presidência pode se tornar épica ?

ANDRÉS - Não sou salvador de nada. Minha obrigação aqui, lógico, é ganhar títulos. Mas não é o que estou vivendo. Essa é minha obrigação primordial. Logicamente que, caindo para a Série B, todo mundo tomou uma pancada. Eu tomei uma muito maior como presidente. Vai ficar aí: na época que o Corinthians caiu, o Andrés Sanches era o presidente. A mágoa e a mancha vão ficar muito maior para o presidente.

FOLHA - Se for campeão de tudo, acha que vão lembrar do senhor dessa forma ou como o presidente do rebaixamento ?

ANDRÉS - Não posso falar por todo mundo, só por mim. Eu vou lembrar que fui presidente do time que estava na Série B.

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O presidente do Corinthians, Andrés Sanches, assegurou a permanência do atacante Finazzi, um aumento para o goleiro Felipe e prometeu contratar até sete jogadores para a equipe de 2008.

"Vamos renovar com o Finazzi. Ele foi bem neste ano", falou. "Com o Felipe, já estamos negociando, queremos dar um aumento a ele pelo que ele fez neste ano. As conversas já estão adiantadas. É bom lembrar que ele tem contrato até 2011, mas talvez façamos um novo", declarou o presidente.

Segundo Andrés, a lista de reforços entregue pelo técnico Mano Menezes tem 13 jogadores.

"Tudo depende das negociações. Dos 13, tem 3 que são pra mesma posição. Se contrata um, não contrata outro. Desses, 6, 7 vamos contratar", afirmou ele, que admitiu já ter desistido de alguns nomes que não interessavam ao novo técnico corintiano.

"Esse grupo que nós temos já tem qualidade. E outros vamos trazer. Teve negociações que pararam porque ele [Mano] achou que eram jogadores que não serviam para o time dele. E outras que começaram", relatou Andrés.

O dirigente afirmou que o Corinthians terá uma equipe competitiva na próxima temporada.

Mas sem estrelas?

"Tem estrelas hoje no futebol brasileiro? Rogério Ceni. Ponto. O resto é promessa, Thiago Silva, Thiago Neves. E alguns que são de nome, mas já estão com 30 anos", analisou o cartola.

Segundo ele, o lateral Leonardo e o atacante Diogo, ambos da Portuguesa, interessam ao clube, mas as negociações estão paradas. Dirigentes da Lusa disseram que, para ficar com os jogadores, o Corinthians só tinha que depositar os valores das multas rescisórias.

"Jamais vamos contratar jogadores sem conversar primeiro com a diretoria de um co-irmão."

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Ouvi no CBN Esporte Clube (apresentado pelo Juca Kfouri), que o Mário Gobbi falou que não interessava de onde vinha o dinheiro da MSI.

Repito as palavras do Juca no programa de rádio.

Se esse aqui fosse um país sério, esse senhor amanhã mesmo, perdia o cargo que tinha, e seria chamado a depor numa delegacia de polícia comum.

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