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TV digital


E.R

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LUIZA PIRES - ÉPOCA

A TV como você nunca viu

Como as transmissões digitais que começam em dezembro vão transformar o entretenimento mais popular do país

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. Está nascendo uma nova era da TV no Brasil. No dia 2 de dezembro, a TV digital vai estrear no país. “Quero comprar um aparelho que já aproveite o potencial da nova tecnologia”, diz o engenheiro paulistano Gustavo Araujo. “Vou poder ver filmes e navegar na internet no mesmo aparelho.”

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. A mudança deverá chegar, no futuro, à casa dos 163 milhões de pessoas com televisão colorida no Brasil. O início das transmissões digitais promete aos poucos revolucionar o entretenimento mais popular do país. A programação do governo federal prevê que a transmissão comece na cidade de São Paulo e siga para as demais capitais ao longo de 2008 e para o interior a partir de 2009. O Brasil inteiro deverá receber os sinais digitais até 2016. Aí as transmissões de hoje – analógicas – serão interrompidas.

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. No início, a surpresa se resume à imagem e ao som de melhor qualidade, com cores e um nível de detalhes equivalentes aos de DVD. O sinal da TV digital vem codificado. Se houver algum problema na transmissão do sinal, o sistema corrige as distorções. Isso significa que, aonde chegar o sinal digital, ninguém mais vai precisar colocar esponjas de aço na ponta das antenas. O novo formato exclui o risco de fantasmas, ruídos e interferências nas imagens. Quem comprar uma TV de alta definição (chamada de “full High Definition” ou “full HD” nas lojas) vai contar com uma qualidade jamais vista. A TV comum tem uma imagem composta de 307.000 pontos iluminados (os pixels). Na TV de alta definição, são 2 milhões de pixels. É quase um cinema. Só isso deve justificar a compra de novos aparelhos para muita gente. Mas a maior promessa da TV digital vai além. Esse tipo de transmissão permite aos telespectadores interagir com as emissoras, seja opinando, seja comprando produtos que apareçam nos programas, seja estudando, em cursos pela TV. Para pessoas como Araujo, que passa duas horas por dia simultaneamente assistindo à TV e navegando na internet, há mais um atrativo. Com a TV digital, será possível concentrar na própria televisão os recursos de computador e os da televisão tradicional. Também será possível pagar contas, checar a restituição do Imposto de Renda ou até fazer a declaração de isento por um sistema da Receita Federal.

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. Essas possibilidades todas devem estimular a venda de aparelhos de TV no país, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). O Ministério das Comunicações calcula que o número de lares com TVs, hoje em 50,8 milhões, chegue a 80 milhões até 2012. Mas ninguém precisa correr para substituir sua TV agora. Para receber esse novo sinal digital, o consumidor pode optar por adquirir um aparelho receptor com antena embutida, chamado “set up box”, que será acoplado ao televisor. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirma que o preço partirá de R$ 200. A indústria por enquanto fala em R$ 700.

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. Uma boa amostra do que vem por aí é a TV japonesa, que já tem sinal digital há dez anos e cujo padrão de s transmissão de sinais será adotado no Brasil. “Aqui, os telespectadores já podem conferir informações sobre os programas na tela da TV”, diz Takakazu Ito, responsável pela área de desenvolvimento de novos produtos da emissora japonesa IPC World. “Quem está vendo um jogo de futebol pode acessar dados sobre o campeonato ou a carreira de cada jogador. Os filmes vêm com dados do roteiro ou do elenco.”

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"Outra possibilidade que virou mania é dividir a tela, para que se possa assistir a diversos programas ao mesmo tempo. Isso pode significar o fim do zapping no controle remoto”, diz Ito.

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. As possibilidades de interação com o espectador definirão o sucesso dos novos programas. “As atrações que mexam com o público vão se popularizar muito rápido”, diz Carlos Brito Nogueira, assessor de planejamento da Central Globo de Engenharia. Antes de pensar na interação, as emissoras de TV estão investindo em equipamentos para gravar em alta definição. A Globo não revela quanto investiu, mas analistas estimam o valor em cerca de R$ 200 milhões. A Record diz ter investido R$ 50 milhões. A Bandeirantes e a Gazeta afirmam estar gastando R$ 40 milhões cada uma. Os primeiros programas em alta definição no Brasil são as novelas. A Globo e a Band já estão transmitindo as novelas Duas Caras e Dance Dance Dance, respectivamente, em alta definição. “A imagem em alta definição tem seis vezes mais qualidade do que se vê atualmente na televisão”, diz Raymundo Barros, diretor de engenharia da TV Globo em São Paulo. Segundo ele, os detalhes para os espectadores serão muito mais ricos. Rodrigo Hilbert, que vive o personagem Ronaldo, descreve como as mudanças afetam cada detalhe do cenário. “Uma parede de tijolo, por exemplo, terá de ser uma parede de tijolo, e não uma parede cenográfica.” Barros diz que isso será especialmente importante em novelas ou séries de época, gravadas em externas ou em construções antigas do patrimônio histórico. São cenários que podem ter defeitos de fachada, fios expostos ou má conservação, e exigirão mais empenho de correção na fase de pós-produção. Além disso, os produtores de novela também já estão pensando as cenas para uma tela mais retangular, quase como a do cinema.

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. Será que os atores terão de ser mais novos, sem rugas ? Essa é a preocupação do tradutor Silvio Hisashi Imafuku, brasileiro de 40 anos que mora no Japão e já acompanhou as mudanças vividas na televisão por lá. “A idade do pessoal da TV vai precisar diminuir, pois com as 60 polegadas e alta definição fica impossível não reparar nos traços no rosto”, afirma. O supervisor de maquiagem da novela Dance Dance Dance discorda. “É como no cinema, os velhos continuam tendo seus papéis”, diz. “Só que na TV a diferença terá de ser na leveza da mão do maquiador, para que não fique tão perceptível.”

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. Outra grande novidade trazida pelo padrão digital de televisão é a chance de assistir à televisão em equipamentos móveis, como celular, computadores de mão, notebooks ou uma espécie de miniTV. Isso será possível desde o primeiro dia de transmissão do sinal e deve fazer com que suba a média de tempo que hoje os brasileiros dedicam à televisão. Segundo o IBGE, o brasileiro médio gasta cerca de 4,5 horas por dia em frente à TV. “As pessoas passarão a ver TV também enquanto estiverem em filas de espera e principalmente durante o trajeto que percorrem entre sua casa e o trabalho ou a escola”, diz o presidente do Fórum Nacional de TV Digital, Roberto Franco. “Em São Paulo, muita gente gasta mais de duas horas para ir e voltar do trabalho.” No Japão, esse espectador em trânsito é tão importante que foi criado um pico de audiência paralelo. Nos equipamentos móveis – que recebem o sinal digital de televisão aberta desde 3 de abril de 2007 – registram-se as maiores audiências entre 17 e 20 horas. Na televisão fixa, o horário nobre é de 18 a 21 horas. Por causa disso, analistas imaginam que o consumo de TV será uma atividade mais individual. Cenas que poderiam ser consideradas fortes ou inapropriadas para a televisão fixa, na sala de estar, com a família reunida, seriam veiculadas para equipamentos móveis portáteis. As emissoras podem reservar um canal específico para transmitir programas de TV móvel. As telinhas de miniDVDs, já vistas hoje em alguns carros, poderão também ser telas de televisão aberta. Isso pode ajudar a diminuir a sensação de perda de tempo no trânsito ou distrair as crianças no caminho da escola. Com a televisão digital, a imagem se mantém com o mesmo padrão de qualidade durante deslocamentos de até 120 quilômetros por hora. Se forem confirmadas todas as promessas, estará finalmente realizado o maior sonho tecnológico da era digital: a convergência de sons, imagens e dados em um único aparelho, exuberante como o cinema, interativo como a internet e onipresente como os celulares. Um aparelho que terá o mesmo nome daquele que está na sala de nossas casas: televisão.

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MARCELO ZORZANELLI - ÉPOCA

Se, com a interatividade prometida pela TV digital, a televisão começa a ganhar características da internet, o computador também vem, nos últimos anos, ganhando características da TV. A internet, uma ferramenta nascida para facilitar o intercâmbio de informações na forma de texto, tem se difundido recentemente como plataforma de entretenimento. Primeiro foram as imagens, que se tornaram mais nítidas e coloridas. Depois, os vídeos. A popularização da banda larga e os saltos da tecnologia possibilitaram fenômenos como o site YouTube – canais de vídeos curtos enviados pelos próprios usuários. De olho nesse novo mercado, as grandes emissoras de TV têm buscado adaptar sua programação para caber na tela do computador.

Nessa migração de seu conteúdo para a internet, as emissoras descobriram que os programas na íntegra não têm o mesmo apelo que versões menores. “Pela própria experiência do YouTube, o internauta se acostumou a ver o conteúdo na forma de clipes”, diz Juarez Queiroz, diretor-executivo do portal Globo.com. “Você não se senta por 40 minutos para assistir a um vídeo no computador. Não é a mesma experiência que se sentar num sofá. Até a postura corporal é diferente.” Segundo Juarez, dos 481 milhões de vídeos acessados no portal em 2007, 462 milhões foram trechos de programas. Apenas 8 milhões eram atrações na íntegra. “Em média, as pessoas assistem a vídeos de um minuto e meio”, diz. A característica de multitarefas do computador também é apontada como um empecilho para o sucesso do formato tradicional da TV na internet. O usuário pode ser interrompido por aplicativos como o e-mail ou mensagens instantâneas – algo que não ocorre na TV convencional.

Se a tela do computador não é exatamente o melhor lugar do mundo para curtir o futebol ou um capítulo de novela, há gente que produz conteúdo especificamente para a internet. Na RedeTV!, cujo programa de maior audiência na internet é o humorístico Pânico, há uma transmissão ao vivo com imagens dos bastidores do programa. Na Globo, o conteúdo específico para a internet é pensado em parceria com os produtores dos programas. “A internet libera a criatividade dos artistas e permite que eles possam desenhar programas muito mais ricos”, diz Juarez, do Globo.com. Segundo ele, o pico de audiência do site do Fantástico é durante a exibição do programa, nas noites de domingo. “A maioria dos internautas no site do Fantástico não está ali procurando vídeos. Eles vão ao site para votar em enquetes ou mandar seus próprios vídeos, por exemplo.” Não há equipe específica do site para editar os programas. O pessoal da emissora costuma produzir as versões para a internet. Nem todos os campeões de audiência da TV repetem o sucesso na internet. As novelas são transmitidas integralmente para assinantes do portal da Globo, mas não monopolizam o interesse dos internautas. O futebol, porém, reina nas duas plataformas. E o Big Brother Brasil, pioneiro no uso da interatividade, é o programa que mais atrai acessos nos períodos em que é exibido. O número de casas com computador passou de 12,3%, em 2001, para 22,4%, em 2006, segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), do IBGE. A mesma pesquisa apontou um crescimento acentuado entre os usuários de banda larga. Os brasileiros também passaram a comprar os computadores mais caros e de melhor desempenho. Segundo o instituto de pesquisas Ibope, o número de usuários residenciais de internet no Brasil aumentou 47% no último ano, chegando a 20 milhões de pessoas. Apesar disso, a banda larga do Brasil ainda tem uma penetração inferior à dos países ricos. Isso dificulta a migração de programas com maior qualidade de imagem para a internet. Com o aumento gradativo da velocidade de conexão, os usuários domésticos poderão, aos poucos, ter vídeos com características semelhantes às imagens em DVD, sem interrupções durante a exibição. Até esse dia, o melhor lugar para assistir à TV continuará sendo o sofá da sala. Ou o escritório, diante do computador, interagindo com seus programas favoritos – com a TV ligada ali ao lado.

Editado por E.R
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Q mer**, jah vi q eu vou demorar uns 3 meses pra ter uma recepção digital (3 meses? Vou demorar uns 9 meses....).

Eles deviam por preços mais módicos....

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DANIEL CASTRO - FOLHA DE S.PAULO

. Anunciada como uma revolução, a TV digital se aproxima de seu lançamento oficial sem grande entusiasmo. Pelo contrário, há pessimismo. Reservadamente, executivos das fábricas de TVs admitem que as vendas de aparelhos digitais serão insignificantes em 2007. Dirigentes de emissoras já prevêem uma audiência de "zero" ponto.

O novo sistema será lançado em São Paulo no próximo dia 2. Mas, no último final de semana, ainda não se encontrava nas grandes lojas os set top boxes, caixas indispensáveis para tornar os televisores analógicos compatíveis com o sinal digital.

Essas caixas, prometidas pelo governo a cerca de R$ 150, custarão mais de R$ 800. Haverá uma versão de R$ 250, porém só serve para TVs de até 14 polegadas e não terá o único benefício inicial da TV digital, a alta definição. A indústria reclama da falta de iniciativa do governo para baixar impostos.

Nos bastidores das redes, a TV digital já está sendo chamada de "mico digital" e "a TV que ninguém vê". A transmissão em pool de um espetáculo de TV, na estréia do dia 2, deverá ser restrita a um vídeo de cinco minutos. Redes como a Record e o SBT ainda não produzem em alta definição, porque não terão telespectadores inicialmente. Marcelo Meira, vice-presidente da Band, diz que continua otimista com a TV digital. Mas avisa que a Band só terá todo o horário nobre em alta definição no final de janeiro.

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O circo está armado.

Um receptor digital para parabólicas custa 250 reais. E querem cobrar 800 por um receptor digital para UHF...

Mas eu concordo com o Ch4. Antigamente o povo pagava 600 mangos por um DVD player, e hoje com 100 mangos você compra um...

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Mó lixo isso. Eu pensano q quando implantarem isso era automatico e ngm ia precisar gastar nada. Engano meu. Mas minha TV eh novinha deveria vim com esse negocio <ta>.

Deveria ser uns 25 reais um negocio desses no maximo, jah q eh pra melhorar a vida das pessoas. Mas o Brasil é uma vergonha vai meter a faca, só vou comprar isso em 2014/2019. :joinha:

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  • 2 semanas depois...

O povo brasileiro não é rico o suficiente pra ficar pagando mil reais por um conversor

Prefiro ter TV a cabo,mais barato

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