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Edgar Vivar: "All Inclusive" foi mais por prazer que por trabalho


Antonio Felipe

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Edgar Vivar nasceu num Dia dos Inocentes. Em 28 de dezembro de 1948.

"Nunca gostei da data. Não tanto por que é no Dia dos Inocentes, sim por que quando era criança, chegavam os presentes de Natal e de aniversário juntos. Por que não foi no dia 28 de maio ou junho?", se queixa o ator que toda a América Latina conhece como o Senhor Barriga, pelo seu popular personagem do Chaves.

É sua única queixa durante a entrevista. É que se queixar não é da personalidade alegre e disposta a ver o lado bom das coisas do ator mexicano, que nestes dias está em Buenos Aires, vendo o projeto de um filme e uma série de TV. Morando em um apart-hotel local, conversou por telefone com "La Segunda".

Na capital argentina, aproveitou para promover Ratatouille, desenho onde faz breve dublagem, de Gusteau, o chef que morreu logo depois de receber uma crítica ruim. Na realidade, muitos de seus papéis recentes são pequenas aparições, culpa de seu delicado estado de saúde, que o fez inclusive viver com um balão de oxigênio ao seu lado. "Nestes anos estive em um posto administrativo na Associação Nacional de Intérpretes, no México - recorda. Estive deslocado da atividade de ator, por assim dizer".

All Inclusive, de Rodrigo Ortúzar (Mujeres Infieles), é um de seus trabalhos recentes. O filme do diretor chileno estreará no México com mais de 60 cópias, o que é um recorde local, segundo conta o próprio Vivar, para uma película falada em espanhol.

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No papel do taxista de All Inclusive.

Com que critério escolhe seus papéis e este em particular?

- São várias coisas, estou em uma etapa muito bonita de minha vida, em que faço o que quero fazer. Busco papéis que tenham um desafio de atuação. No caso específico de All Inclusive, é um papel muito pequeno, porém é um papel importante na trama. É muito charmoso. Além disso, sou amigo de Jesús Ochoa (o protagonista) e eu não estava ocupado nesses dias. O que vi é que ficou muito bom. Na verdade, a participação foi mais por prazer que por trabalho.

Na escolha de seu papel em All Inclusive, pesou que não era uma carga de trabalho tão grande, em um momento em que sua saúde estava delicada?

- Sim. Há um flashback de um momento de minha vida em que estive muito doente, em um dos diálogos do filme. É que quando estás perto da morte, te dás conta das coisas importantes da vida. Soa batido, gastado, mas é profundamente certo. Quando você está aí é que se dá conta da exata dimensão dessas palavras.

E a saúde agora?

- Melhor, graças a Deus, e isso me permite seguir fazendo coisas bonitas, poder viajar e pode fazer pré-projetos.

Em breve veremos outra aparição sua em O Orfanato, o último filme produzido por Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno).

- É a história de uma menina que é criada em um orfanato e logo quando cresce, compra junto com seu marido a casa onde cresceu. Começam a procurar um menino desaparecido e recorrem a um parapsicólogo, que sou eu, quem por sua vez os contata com uma médium, que é Geraldine Chaplin. É um thriller psicológico muito no estilo de Guillermo del Toro. Atuam Bélen Rueda e Maribel Rivera (atrizes de Mar Adentro), conta.

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Com Jesús Ochoa.

Como é ser um ator muito associado ao Chaves?

- É um desafio duplo por que o peso do programa é grande e o dos personagens é enorme. Tenho tratado de diversificar-me fazendo coisas diferentes.

Em dez dias, irá à Colômbia, onde realizará Tiempo Final, uma minissérie para RCN que Fox transmitirá no resto da América Latina. E no México, voltará a 11 y 12, com Chespirito e Florinda Meza, obra que vive uma segunda montagem de êxito. Em meio à sua viagem pelo continente, segue escrevendo sua autobiografia, a qual inclui seus anos com Chespirito, porém também outras etapas de sua vida.

Como ordena tantas recordações?

- Trato de dar-lhes forma primeiro de uma maneira cronológica e depois vou incorporando as ações e interpretações. Tenho uma vida muito rica. Estudei medicina antes de ser ator e tive contato com a morte e com um ambiente totalmente diferentes ao dos atores. Durante minha época de circo conheci a fundo lugares e gente, sobretudo em outros países.

Para Vivar, o talento se globalizou e o exemplifica com o próprio Ortúzar, a quem qualifica de "diretor chileno que mais tem projeção atualmente, graças a esta globalização.

A que se deve o êxito do Chaves?

- Bom, foram uma série de circunstâncias no tempo. A televisão aberta tinha muito pouca competência. Chaves é sua época e suas circunstâncias. Teve essa projeção graças a essa limitação da TV, porém agora graças a essa globalização, segue projetando-se e vai sendo conhecido em todo o mundo. Está havendo uma globalização do talento. Um país já não tem exclusividade e assim deve ser. Hoje a competência é maior, porém também o são os canais de exibição.

Por quê assegura que não faria cirurgia plástica em respeito ao público?

- Penso em cirurgias do tipo lifting ou algo na cara...isso de mudar de tipo de cara todo ano não é comigo. O respeito pelo público eu dizia ao tomar como pretexto o personagem para se fazer uma cirurgia para parecer mais jovem. Para quê se enganar. Eu levo com orgulho os anos. Minha aó dizia que chegará o dia, creio que citava La Celestina, em que você se olha no espelho e não se reconhece. Ela dizia que em cada ruga encontras a marca de um sorriso e em cada cabelo branco uma experiência.

O ator diz que teve "peso de ioiô" por toda a sua vida. Hoje pesa 120 quilos e na época do Chaves, chegou aos 140. "Agora meu peso aumentou. É difícil manter a dieta, ou quero pensar assim, quando se está viajando. Em Buenos Aires se come muito bem, assim como no Chile".

"Me sugeriram fazer redução do estômago. Mas tenho só 60% do tecido pulmonar são, por que tive duas embolias; então o risco da cirurgia é muito alto. Agora o que me fazer ganhar peso foram os problemas que tenho na ciática, já tenho estes a nove meses, então não faço exercício suficiente. Em todo caso, tenho claro que nunca vou chegar a ter o peso que corresponde à minha estatura. O normal, pelo meu biótipo, é pesar 100 quilos, que é o que pesava quando garoto. Meus ossos são largos".

Com informações de La Segunda

Editado por Antonio Felipe
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Excelente essa matéria e excelente tradução Antonio Felipe, valeu pela notícia!!!!!!!!

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Levei mais de meia hora nessa tradução :P

Destaque para este trecho:

Me sugeriram fazer redução do estômago. Mas tenho só 60% do tecido pulmonar são, por que tive duas embolias; então o risco da cirurgia é muito alto. Agora o que me fazer ganhar peso foram os problemas que tenho na ciática, já tenho estes a nove meses, então não faço exercício suficiente. Em todo caso, tenho claro que nunca vou chegar a ter o peso que corresponde à minha estatura. O normal, pelo meu biótipo, é pesar 100 quilos, que é o que pesava quando garoto. Meus ossos são largos.

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