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MÚSICA


Professor Inventivo

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Chapolin Gremista
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A música tem suas especificidades enquanto linguagem, entretanto, como toda forma de arte, ela se relaciona com a política quando inserida socialmente; uma dessas relações é com a fabricação dos instrumentos musicais, sem os quais, raramente, a música se realiza. Com certeza, há muitos liames entre a música e a economia desde a lira clássica, feita com cascos de tartaruga, chifres de cabras e pele de boi, algumas vezes fabricada artesanalmente pelo próprio músico, até as liras compradas atualmente nas casas do ramo. Por hora, vou me deter em apenas em uma relação econômica: o empobrecimento do timbre na música da cultura de massas e, por consequência, o empobrecimento da música e da inteligência.

Para mostrar como isso acontece, vale a pena recorrer a sua materialização em um caso particular; vou lembrar de três álbuns do músico popular Alceu Valença: Vivo (1976); Espelho Cristalino (1977); Coração Bobo (1980). Para não me perder, vou me concentrar nos instrumentos de percussão e nos diálogos entre viola, flauta e guitarra elétrica.

Estender um cobertor sobre uma mesa e dispor sobre ela vários instrumentos de percussão é invenção brasileira; instrumentos esses que poderiam ser adquiridos com artesãos locais, em pequenas fábricas, muitas vezes caseiras, ou até mesmo construídos pelos próprios percussionistas. Vários músicos, em busca de sons originais, valiam-se de tamancos de madeira, tampas de latas de lixo, bacias, penicos, brinquedos, campanas feitas de diversos materiais. Pois bem, os percussionistas Agrício Noya, Louro e Sérgio Mello, presentes na gravação de Vivo e de Espelho Cristalino, tinham essa concepção musical.

Quanto aos arranjos entre viola, flauta e guitarra, eles geram timbres bastante originais, ainda mais se comparados a seus contrapontos com o cantor. Refiro-me agora, especificamente, ao álbum Vivo. Nele, em quase todas as músicas, a guitarra elétrica solo de Paulo Lampião Rafael tem como base não outra guitarra elétrica, mas uma viola nordestina de cinco cordas duplas de aço, tocada por Zé Ramalho. Além dos ponteios da guitarra e da viola, há os contrapontos do flautista Zé da Flauta, valendo-se de escalas semelhantes às populares flautas de pífano, das regiões nordestinas. O cantor Alceu Valença, por sua vez, longe de fazer a canção centrada no ego do cantor-compositor, divide a música com a banda, já que flautista, guitarrista e violeiro não são apenas acompanhantes, eles participam ativamente das performances musicais.

Infelizmente, boa parte disso sumiu em Coração Bobo, que traz considerável uniformização do timbre, empobrecendo a canção por se concentrar apenas na imagem pop do cantor. Vivo e Espelho Cristalino são trabalhos do começo da carreira do artista, hoje bastante célebre; Coração Bobo já representa o seu primeiro trabalho predominantemente comercial. Nesse álbum, percussão, guitarra, viola e flauta tornam-se meros acompanhantes, que, embora tocados pelos mesmos músicos dos trabalhos anteriores, são facilmente substituíveis, já que suas participações são bastante reduzidas. Isso se nota, com nitidez, no empobrecimento dos timbres desses instrumentos, o que se materializa na pouca participação deles nos arranjos. As músicas são bem mais breves em função dos padrões ditados pelas rádios comerciais; em Vivo e Espelho Cristalino há 8 canções, enquanto em Coração Bobo há 12 delas, com não mais do que três minutos cada, sem solos de guitarra, ponteios de viola, contrapontos de flauta, percussão criativa… tudo está centrado, vale insistir, na imagem pop do cantor. As letras, inclusive, são de fácil compreensão, tendo perdido boa parte da complexidade poética dos álbuns anteriores; para verificar isso, basta comparar a letra de Edipiana nº1, do Vivo, com a letra da canção Coração Bobo, que dá título ao álbum; em termos visuais, até a capa do terceiro trabalho perdeu força retórica.

Essa decadência da criatividade está acompanhada dos monopólios das fábricas de instrumentos musicais, que engoliram boa parte da indústria nacional, diga-se de passagem, responsável pela fabricação de excelentes instrumentos, por exemplo, os cavaquinhos e bandolins da Del Vecchio ou os atabaques da Raul. As mesas de percussão hoje são comercializadas pela firma nova-iorquina Latin Percussion, que fabrica também as campanas e os demais instrumentos de percussão, todos feitos com as medidas ajustadas para encaixar nos suportes da mesa; a LP também faz agogôs, berimbaus, pratos, triângulos… enfim, todos os timbres afinados com a indústria cultural.

Geralmente, quando filmes de ficção científica buscam pintar o futuro socialista com as cores do “mal”, todos as personagens são iguais, vestidas do mesmo modo, assexuadas, às vezes comparadas a enxames de insetos sem identidade. Contrariando essas previsões, tudo indica que tal uniformidade é antes produto do capitalismo. O caso da uniformização do timbre na música pop é apenas uma das materializações das forças destrutivas do imperialismo, em busca da uniformidade de tudo que venha a ser comercializado; atualmente, inclusive os timbres dos cantores é o mesmo, basta escutar várias duplas sertanejas para constatar isso.

https://causaoperaria.org.br/2023/o-imperialismo-e-a-destruicao-da-arte-caso-dos-timbres-musicais-2/

 

 

 

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Chapolin Gremista
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Entrou em cartaz, entre os dias 12 de 20 de maio, como parte da temporada 2023 do Theatro Municipal de São Paulo, a ópera O Guarani, de Carlos Gomes. Ao mesmo tempo, apareceram as notícias na imprensa capitalista de que a nova montagem da ópera tinha “concepção” de Ailton Krenak.

No que consiste essa adaptação, ou melhor, essa “concepção”? O Estado de S. Paulo explica no título de sua matéria que se trata de “corrigir ‘dano cultural enorme’”, segundo o próprio Krenak. Logo no início do artigo do jornal, há uma afirmação do mesmo Krenak dizendo que “Peri é uma caricatura de índio ridícula, a que estamos sujeitos há 150 anos”. O maior jornal de Campinas resumiu o que será a tal adaptação: “A ópera ‘O Guarani’ sob a ótica de Ailton Krenak”.

Em suma, os expectadores que compraram os ingressos para assistir à ópera brasileira mais famosa do mundo compraram gato por lebre. Chegam ao Municipal na expectativa de assistirem à obra de Carlos Gomes, mas encontram outra coisa, uma espécie de interpretação da obra. Uma interpretação que ninguém pediu, ninguém aprovou a não ser a cúpula que rege os trabalhos no Municipal.

Além de caracterizar o personagem da ópera como ridículo, Ailton Krenak continua: “Os povos originários se sentem ofendidos pela narrativa da ópera. E ela traz um dano cultural enorme por ter sido perpetuada acriticamente por tanto tempo”. Já que o negócio é interpretar, podemos interpretar da seguinte maneira a frase de Krenak: “eu mesmo e mais meia dúzia de pretensos índios universitários nos sentimos ofendidos pela ópera”.

É disso que se trata realmente. Como é possível afirmar que os “povos originários” se sentem ofendidos com uma ópera? A única explicação é que essa ofensa está restrita ao círculo de identitários que se apoderaram do direito de falar em nome dos índios.

Também é preciso dizer que a ópera no Brasil, infelizmente, é assistida por alguns milhares de pessoas. Com certeza – e também infelizmente – dessas milhares podemos contar nos dedos quantos são índios. Ou seja, quem mais poderia se sentir ofendido senão os pretensos índios de gabinete, como é o caso de Krenak?

Dizemos infelizmente porque, para nós, o povo brasileiro – e aqui estamos falando de todo o povo: índios, negros, brancos, asiáticos etc – deveria ter acesso a uma obra cultural da envergadura de Carlos Gomes. No entanto, o que se vende por aí, inclusive com a ajuda dos identitários, é o mais completo lixo cultural, de preferência se vier diretamente dos Estado Unidos ou influenciado por ele.

Ailton Krenak pode ter a opinião que quiser sobre a ópera. Não podemos deixar de dizer que sua opinião é de um verdadeiro ignorante que não sabe nada sobre o tema, mesmo assim ele tem o direito de pensar o que quiser.

O que chama a atenção é que uma pessoa que não gosta da obra em questão foi chamada, foi contratada (essa é a palavra correta) para fazer uma nova “concepção” da ópera. É como chamar um bolsonarista para fazer a curadoria de uma exposição fotográfica sobre a vida de Lula. Por que isso acontece? A resposta é simples: quem gere o Theatro Municipal é uma organização social obviamente ligada à prefeitura do MDB/PSDB.

A grande preocupação com a “ofensiva” ópera de Carlos Gomes vem dos maiores destruidores do patrimônio nacional. Ailton Krenak, homem que figura nos jornais da imprensa golpista como o grande representante dos índios, é de confiança dessa gente e foi contratado para o serviço. Está aí a prova de que o identitarismo é uma política do imperialismo e levada adiante no Brasil pelos partidos de confiança do imperialismo.

O PSDB e o MDB já destruíram tudo o que podiam da economia nacional. Destruir a cultura, nesse caso, é até mais fácil.

Os identitários não querem saber de arte. Eles querem usar uma posição ou um cargo recebido do PSDB para destruir a obra de arte. Se Krenak não gosta da ópera de Carlos Gomes, o problema é dele. Mas tentar modificar a obra para atender aos seus desejos e de meia dúzia de identitários ignorantes é outra coisa.

A imprensa golpista está adorando a “polêmica” sobre o caso. Na verdade, está adorando a destruição da ópera, com muita propaganda de Krenak como grande “líder indígena”, “filósofo”, “intelectual”.

Os setores mais poderosos da burguesia, desde os que estão organizando a ópera até a imprensa golpista que aplaude a tal “adaptação”, apoiam essa política. Isso é óbvio, não para uma esquerda de classe média que cai no conto do vigário do identitarismo.

Uma reportagem de um portal chamado Itatiaia afirma que A chiadeira da elite paulistana que se deparou com a novidade no Theatro Municipal, que ainda se grafa como no período colonialista, é representativa de um pensamento escravocrata que insiste em manter-se arraigado.”

Essa colocação é de dar pena. Segundo o autor da matéria, a “elite paulistana” – sempre ela – está insatisfeita com a montagem da ópera. Falta discernimento, a “elite paulista”, ou mais especificamente o setor mais poderoso dela, está aplaudindo Krenak e a sua “concepção” da ópera, mais ainda, essa “elite” deu até um cargo remunerada para que Krenak pudesse fazer esse trabalho.

Vejam como o identitarismo cega as pessoas. O autor do artigo não consegue reconhecer o óbvio. Está lutando contra uma “elite” imaginária enquanto a verdadeira “elite”, a burguesia e o imperialismo, estão levando adiante uma operação de destruição de tudo o que se produziu no Brasil.

https://causaoperaria.org.br/2023/elite-paulista-contrata-identitario-para-destruir-o-guarani/

 

 

 

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UOL

Marcado para começar no dia 2 de setembro de 2023, o The Town, festival criado pelos mesmos donos do Rock in Rio, virou uma máquina de dinheiro para a Globo, dona dos direitos de transmissão do show.

A Globo já vendeu três cotas de patrocínios e conseguiu uma arrecadação de mais de R$ 100 milhões. 

O Notícias da TV teve acesso ao pacote publicitário do evento. A cota mais cara já foi negociada com o Itaú, que pagou R$ 43,2 milhões. Por causa disso, o banco já tem comerciais divulgados nos intervalos dos programas de maior audiência da Globo, que fazem parte da entrega comercial - iniciada neste mês.

Outros dois espaços, do segundo escalão disponível, foram vendidos para a fabricante de carros Volkswagen e para a cervejaria Heineken, que pagaram R$ 28,8 milhões cada. Somando todas as propriedades já negociadas, a área comercial da Globo já conseguiu R$ 100,9 milhões.

Na TV aberta, será exibido apenas um compacto com os melhores momentos do evento - e na madrugada.

A transmissão ao vivo será dos canais pagos Multishow e Bis. 

Na Globo, assim como aconteceu no Lollapalooza deste ano, Ana Clara Lima será uma das apresentadoras. Está previsto também que o apresentador Marcos Mion mostre momentos especiais do The Town no Caldeirão e participe da cobertura na TV paga.

A primeira edição do The Town será realizada no Autódromo de Interlagos em São Paulo, entre 2 e 10 de setembro de 2023. 

 

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Chapolin Gremista
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CANÇÃO BRASILEIRA

Erotismo e pornografia na música popular brasileira

A arte erótica de Chico Buarque

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No álbum de Chico Buarque e Maria Bethânia com a gravação ao vivo do show de 1975, realizado no Canecão, Rio de Janeiro, Chico Buarque interpreta, entre outras canções, “Flor de idade”, uma composição sua. Eis a letra da canção, que está, certamente, entre as mais obscenas do repertório da MPB: 

“A gente faz hora, faz fila na vila do meio-dia / Pra ver Maria / A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia / A porta dela não tem tramela / A janela é sem gelosia / Nem desconfia / Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor // Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família / A armadilha / A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha / Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha / Que maravilha / Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor // Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua / A gente sua / A roupa suja da cuja se lava no meio da rua / Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua / E continua / Ai, a primeira-dama, o primeiro drama, o primeiro amor // Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo / Que amava Juca que amava Dora que amava / Carlos amava Dora que amava Rita que amava Dito / Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava / Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava / A filha que amava Carlos que amava Dora / Que amava toda a quadrilha” 

Diferentemente das colunas anteriores, quando, discorrendo sobre erotismo, moralismo e pornografia, menciono vários exemplos de histórias em quadrinhos, filmes, videoartes, performances etc., ao tratar da canção brasileira, escolhi apenas uma; no caso, algo exemplar do erotismo na MPB, tema bastante apreciado entre nossos compositores, de Domingos Caldas Barbosa, no século XVIII, a Arrigo Barnabé, compositor de vanguarda dos séculos XX e XXI. Dessa maneira, entre tantos exemplos, por que preferir a “Flor da idade”? Antes de tudo, porque Chico Buarque está entre os grandes compositores da MPB – para mim, ele é o melhor de todos –; e porque, vale repetir, tanto em seu repertório quanto em toda canção brasileira, os versos dessa composição estão entre os mais obscenos, prestando-se a polemizar, com os eternos moralistas, temas tais quais liberdade de expressão vs. censura, erotismo vs. pornografia, política, arte, religião. 

Não vou me distrair fazendo análises literárias da poesia de Chico Buarque, contudo, a engenhosidade da letra de “Flor da idade” merece atenção. A canção é formada por três estrofes semelhantes entre si melódica e poeticamente, terminando numa quarte estrofe formada por outras modulações e com alusões explícitas ao conhecido poema de Carlos Drummond de Andrade “Quadrilha”, cujos versos são estes: 

“João amava Teresa que amava Raimundo / que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili / que não amava ninguém. / João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, / Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, / Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes / que não tinha entrado na história.” 

Retomando “Flor da idade”, percebe-se ser, logo nos primeiros versos, uma canção sobre a masturbação, mas não apenas isso, pois a inspiradora das muitas punhetas, a tal Maria, comove, além da vizinhança, os próprios parentes com sensualidade, enquanto é estimulada pelo sexo emergente em cada situação cotidiana, do almoço em família às canções tocadas no rádio. Dessa maneira, embora comece no vício solitário, o roçar inicial termina na fruição do sexo, quando todos se amam, tematizando-se a sexualidade geral e concreta, da qual a masturbação faz parte. 

Ainda na primeira estrofe, o erotismo se explicita por meio de metáforas, pois janelas, portas e fretas designam também o sexo de Maria, motivo da primeira festa, ou seja, do primeiro gozo; na segundo estrofe, a exposição continua na casa aberta, no pijama aberto, alcançando as relações familiares, pautadas pela promiscuidade; atenção para o verso em que na mesa posta, outra metáfora erótica, o odor do peixe remete ao perfume da vagina, numa relação quase incestuosa entre pai e filha, quem exala sensualidade, rebolando seminua e despudoradamente pela casa. No final da canção, seja festa, seja drama, em vez da linha heterossexual e de mão única traçada por Drummond em sua “Quadrilha”, na quadrilha de Chico Buarque todos transam, inclusive homens com homens, mulheres com mulheres, o pai com a filha. 

Cantada no calor do show e das baladas, talvez poucos se deem conta o quanto há de supostas pornografias nos versos de Chico Buarque; para conferir isso, façamos um exercício de imaginação e, no lugar da canção, inventemos o filme chamado “Flor da idade”. No filme, haveria algumas crianças, adolescentes… pensando nos atores e atrizes da minha mocidade – nasci em 1964 –, imagino atrizes tais quais Helena Ignez, Sônia Braga, Katia D’Angelo, Claudete Joubert ou Adele Fátima, quando mocinhas, no papel de Maria… o pai poderia ser vivido por Franscisco Coco, Geraldo Del Rey ou Jardel Filho, quando na maturidade… Carlos, Dora, Lia, Léa, Paulo, Juca, Rita e Dito, eu deixo por conta imaginação do leitor. Dessa maneira, exibindo na tela meninos se masturbando, musas rebolando seminuas, jovens transando e um coroa com tesão na própria filha, que tipo de filme seria? Ora, com a direção de Carlos Diegues, talvez fosse filme pautado pela sensibilidade, com Ana Carolina, por situações insólitas, com Tony Vieira, uma pornochanchada… e para os moralistas, o que seria? 

Há pouco tempo, a canção “Com açúcar, com afeto”, do mesmo compositor, foi alvo de censura não porque seria pornográfica, mas por, supostamente, diminuir a mulher. Pois bem, se a pornografia degrada homens e mulheres, não parece difícil imaginar os julgamentos dos censores de “Com açúcar, com afeto” a respeito de “Flor da idade”. Não cabe, no final de nossas reflexões, analisar essa segunda canção, mas se houve confusão entre diminuir socialmente as mulheres e refletir, mediante a poesia, constrangimentos semelhantes ao sofrido pela narradora da canção “Com açúcar, com afeto”, não se deve esperar nada diferente daqueles críticos além de outras confusões sobre a sexualidade e suas muitas formas de expressão, entre elas, a masturbação, gays, lésbicas, incesto, sexo explícito etc. 

A sexualidade, das manifestações sutis às libidinosas e fesceninas, sempre foi tema de canções, sejam populares, sejam eruditas; entre os trovadores medievais, famosos por suas composições, apenas as de louvação religiosa escapam do tema, bastando ler com atenção as cantigas de amor e de amigo para se encontrar sexo… àqueles que dispensam metáforas e preferem ir diretamente ao assunto, recomendo as cantigas de escárnio e de mal dizer, certamente, tão obscenas quanto “Flor da idade”. 

Por fim, a gravação mencionada pode ser encontrada no Youtube, neste endereço: 

 

https://causaoperaria.org.br/2023/erotismo-e-pornografia-na-musica-popular-brasileira/

 

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Chapolin Gremista

 

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OGentle Giant era uma das bandas mais inovadoras do Rock Progressivo inglês durante os anos 70. Apesar de não ter alcançado o mesmo sucesso comercial que alguns de seus pares, como Emerson, Lake and Palmer, Yes ou Genesis, sua sonoridade é única, tem uma característica bem humorada e pitoresca, apesar de sua grande complexidade.

Para o presente texto, no entanto, gostaria de comentar o seu terceiro álbum, lançado em 1972, chamado “Three Friends”. Naquele momento, a formação da banda contava com os três irmãos Shulman, Derek, Ray e Phil, o baterista Malcolm Mortimore, o guitarrista Gary Green e o tecladista Kerry Minnear.  

O Gentle Giant, assim como a maioria das bandas de rock progressivo, não é conhecido por fazer letras e músicas de cunho político. A ideia que ronda o trabalho desses artistas é de músicos que desejam apenas exibir sua técnica, misturando o rock a gêneros mais sofisticados e tocando seus instrumentos de forma virtuosística, mas isso não corresponde a toda a verdade.

No disco Three Friends, é interessante observar que, em meio às mudanças de fórmulas de compasso, contrapontos intrincados, longas canções com diversas partes diferentes, longos solos de guitarra e improvisações nos teclados, o disco trata sobre um tema bastante fundamental para a vida: as diferentes classes sociais. 

Ainda que seja de forma tímida e superficial, o Giant se arrisca em falar um pouco sobre esse importante aspecto da vida em sociedade. A história que guia as letras desse disco conceitual é a de três amigos, que se conheceram na escola, mas cresceram e tiveram vidas diferentes, cada um desempenhando uma função na sociedade capitalista, tudo isso retratado de forma bastante crítica e até cínica em muitos momentos.

A primeira faixa do disco, Prologue, é, como o título sugere, um prólogo, que introduz a história dos três amigos. Musicalmente, ela apresenta um impactante tema instrumental, com uma condução rítmica empolgante e marcante. Após uma mudança na intensidade, temos um pequeno trecho com arranjos vocais inusitados, com uma confusa polifonia que não ajuda no entendimento da letra, mas contribui para seu clima misterioso.

A letra descreve de forma breve como três amigos se conhecem e sua vida se desenvolve para diferentes caminhos. Como a própria letra diz “os ventos da mudança não deixam nenhuma despedida”.

Logo após, vem a canção Schooldays, que impressiona pela sua sonoridade, que remete a um ambiente infantil e movimentado, mas de uma forma que só se vê ali. Ao mesmo tempo que apelam a certos clichês sonoros para dar aquela ideia do ambiente escolar, o que se vê é uma música riquíssima em detalhes e que dá o tom da história dos dias de escola dos três amigos.

A primeira parte é agitada e quase alegre, enquanto a segunda é obscura e misteriosa, quase que trazendo a sensação de se estar dentro de um sonho ou revisitando memórias muito antigas, que podem ser boas ou ruins, mas estão distantes e esquecidas no passado.

Logo depois, temos a canção Working all day, que retrata a vida de um operário, cuja única função na sociedade é trabalhar sem parar, ou como diz o próprio título da música “trabalhar o dia inteiro”. Ele expressa revolta com a sociedade que o oprime e uma frase memorável da letra da música é (tradução livre) “é fácil dizer que todos são iguais, mas olho à minha volta e vejo que não é verdade”. 

As frases tocadas no saxofone barítono chamam muito a atenção e o solo de órgão Hammond no meio da música mostram toda a criatividade do tecladista Kerry Minnear. Trata-se de um estilo de tocar teclado totalmente diferente do que se está normalmente acostumado para uma banda de rock.

O lado B do disco começa com a canção Peel the Paint, que procura retratar a vida de um artista. A música tem duas partes bem contrastantes, uma bastante calma, conduzida por um quarteto de cordas e cuja letra descreve a minúcia do trabalho do pintor, que acredita estar escapando do mundo exterior ao mergulhar em sua arte.

A segunda parte da música, com melodia dissonante e um riff de guitarra distorcido inesquecível, trata de forma metafórica do pintor descascando a tinta e revelando seu interior selvagem e revoltado. Uma mênção especial ao dueto de guitarra e bateria de Gary Green e Malcolm Mortimore na parte final da música.

A canção Mister Class and Quality? procura mostrar a vida e mentalidade do burguês e seus capachos mais diretos, que entraram de cabeça no canibalismo capitalista. Procurando utilizar todos à sua volta para favorecer seu ganho financeiro. Ele se vangloria dos “prêmios” que a vida deu a ele, e fala de forma aberta sobre como tem amigos apenas para conquistar seus próprios objetivos materiais. Ele diz “o mundo precisa de pessoas firmes como eu para receber e dar as ordens”. 

Musicalmente, ela possui uma introdução tocada no baixo, teclado e guitarra, bastante polifônica. A frase tocada no baixo durante essa introdução será repetida na próxima música de forma mais lenta. Durante o vocal, a música é conduzida por uma linha melódica de cinco notas no violino. Ela é interpelada por vários trechos instrumentais cheios de mudanças de clima e de harmonia, tendo até um trecho que lembra música de circo, mostrando o lado humorístico de seus compositores.

Ela emenda na parte final. A canção Three Friends, de caráter apoteótico, que entra com um coro, que remete mais à música sacra do que à música pop da época. A letra conta como os três amigos já estiveram juntos, mas que a sociedade os separou “indo de classe em classe”. Tudo isso é acompanhado por uma frase bastante movimentada no baixo, dobrado pela guitarra e harmonizado por um órgão hammond e por sons de cordas no teclado Mellotron. A frase é repetida indefinidamente até o volume cair e chegar ao silêncio, encerrando o que é, na opinião deste autor, uma obra prima da música dos anos 70. Recomendo escutar imediatamente.

https://causaoperaria.org.br/2023/gentle-giant-e-as-classes-sociais-2/

 

 

 

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Na quarta-feira (31), Roger Waters, músico lendário do grupo Pink Floyd, não utilizou a sua fantasia que simula o uniforme de um funcionário da SS de Hitler e omitiu comparações entre Israel e os nazistas.

O ato de Roger representa uma autocensura. Ele sofreu uma enorme pressão por parte não so da imprensa imperialista, como também do judiciário alemão, para acabar com os protestos políticos envolvendo o nazismo e Israel em seus shows.

Responsável pela apresentação, o prefeito de Birmingham pressionou Waters com base em preocupações levantadas pela Assembleia Nacional de Judeus, que agradeceu o prefeito pela não inclusão da performance do músico inglês. 

https://causaoperaria.org.br/2023/autocensura-roger-waters-e-vitima-de-perseguicao-do-imperialismo/

 

 

 

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CONHEÇA O ZEUHL

A música “apocalíptica” do Magma

Por que penetrar na música "indigesta" da banda francesa

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Muitas vezes, o ato de ouvir música ou de apreciar qualquer forma de arte requer uma entrega a sons e sensações diferentes, que a princípio possam ser “desagradáveis” para a pessoa. A “apreciação” de formas de entretenimento comercial não proporcionam isso porque são produtos criados para um prazer fácil, que não desafiam nenhuma concepção estética ou de conteúdo, já que estão submetidos à lógica do que é mais facilmente “vendável”.

A arte que se propõe a ser arte, por outro lado, necessariamente irá desagradar a alguns porque não há como enxergar um desenvolvimento da cultura sem que barreiras estéticas sejam derrubadas e sem que elementos novos sejam introduzidos nas obras.

Toda essa reflexão inicial se faz necessária para introduzir o leitor em uma das bandas mais idiossincráticas, misteriosas e curiosas da história do rock progressivo. O conjunto francês Magma. Liderada pelo seu baterista, compositor e vocalista, Christian Vander, o Magma mostra a importância da determinação de um artista em levar suas concepções até as últimas consequências.

Formada em 1969, desbandada em 1983 e retomada em 1996, a banda é fruto da fase final de um período na música popular em que ainda se podia criar e desenvolver uma arte inovadora e de vanguarda e alcançar algum reconhecimento, ainda que apenas em determinado nicho. Mesmo para os padrões do rock progressivo, a música e as concepções de Vander e dos seus colegas do Magma, soam bastante extremas. Tanto que já ouvi de um colega músico a frase “essa é a banda mais indigesta que já escutei”.

O som mais característico do Magma pode ser encontrado em seu terceiro disco, “Mëkanïk Dëstruktïẁ Kömmandöh” (M.D.K.). Os elementos sonoros característicos estão todos lá: linhas de baixo pulsantes e repetitivas, com bases de piano da mesma forma, arranjos de metais que remetem a música marcial, corais ao estilo de “Carmina Burana”, de Carl Orff (uma importante influência para Vander), composições com mais de 40 minutos de duração e uma história que acompanha e conduz a música.

A característica mais interessante da música do Magma, no entanto, e que merece um comentário mais longo, é o fato de Christian Vander ter criado um idioma próprio para as suas músicas, o Kobaian. A maior parte das músicas são cantadas neste idioma e, para compreender as histórias de seus discos, é preciso procurar dicionários e traduções.

Uma concepção hermética como essa não vem do nada, e todo o conceito por trás das músicas do Magma é, em certo sentido, uma justificativa para que elas sejam feitas num idioma inventado por seu compositor. Existem três sagas de várias partes que conduzem as histórias de suas obras, “Kobaïan” (formada pelo primeiro disco – “Magma” – e pelo segundo, “1001º Centigrades”), “Theusz Hamtaahk” (“tempos de ódio” em Kobaïan, formada pelos discos “Theusz Hamtaahk”, “Mekanïk Destruktïw Kommandöh” ou M.D.K e “Wurdah Ïtah”) e a saga “Köhntarkösz”, formada pelos álbuns “Kohntarkosz Anteria” ou K.A., “Köhntarkösz” e “Ëmëhntëhtt-Ré”.

Não vamos entrar no mérito do que conta cada uma dessas histórias com nomes quase impronunciáveis, no entanto é interessante falar por cima que o cenário da primeira saga trata de um grupo de terráqueos, num futuro distante, que saíram de um planeta Terra pós-apocalipse, e conseguiu viajar para um novo planeta habitável e ali se estabelecer.

O catastrofismo que está por trás das histórias doMagma é um tema típico da fase atual do capitalismo, que enfrenta uma crise terminal, e gera esse tipo de pessimismo, principalmente pela ausência de um movimento revolucionário que dê o indicativo de um caminho.

Além dos álbuns aqui citados, o Magma lançou muitos outros. Nem todos tinham a sonoridade típica dos corais orffianos, dos metais marciais e das composições de mais de meia hora. A partir da segunda metade dos anos 70, a banda lançou discos com sonoridades mais próximas do jazz-rock e outros mais acessíveis. A banda segue em atividade até os dias de hoje, lançando até álbuns com músicas inéditas.

O Magma é uma banda que criou uma das obras mais próprias da história. Não à toa, ela é identificada por muitos em um gênero próprio, chamado Zeuhl, uma palavra do próprio idioma Kobaïan, que quer dizer algo como “som celestial”. É algo que só poderia ter surgido mesmo no contexto do rock do fim dos anos 60. Em tempos de apocalipse (para os capitalistas e burguesia, é óbvio), nada melhor do que o Magma para ser a trilha sonora.

https://causaoperaria.org.br/2023/a-musica-apocaliptica-do-magma-2/

 

 

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NOTÍCIAS

De acordo com o jornalista José Norberto Flesch, a cantora Taylor Swift virá ao Brasil em 2023 para a realização de 3 shows.

As apresentações acontecerão no Rio de Janeiro, no Estádio Nilton Santos, no dia 18 de novembro, e em São Paulo, no estádio Allianz Parque, nos dias 25 e 26 de novembro de 2023.

Fonte : https://www.vagalume.com.br/news/2023/06/02/taylor-swift-vira-ao-brasil-em-novembro-para-tres-shows.html

 

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Chapolin Gremista
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FLÁVIO DINO

Censura a Roger Waters é uma política nazista

Pedido do lobby judeu para impedir show de lenda do rock é uma medida repressiva e antidemocrática

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Neste sábado (10), o jornal o Globo informou que o Ministro da Justiça, Flávio Dino, em conversa com Luiz Fux, teria ameaçado de prisão Roger Waters, fundador da banda Pink Floyd. O músico, que possui seis shows marcados no Brasil para os meses de outubro e novembro, está sendo alvo de cancelamento e perseguição política por suposta apologia ao nazismo.

A suposta ameaça de Dino teria se dado por ocasião de representantes da comunidade judaica brasileira terem supostamente formalizado pedidos perante o Estado brasileiro, requerendo que Waters seja impedido de realizar seus shows no Brasil.

O ministro informa que não recebeu nenhuma petição sobre apologia a nazismo que aconteceria em show. Contudo, não negou explicitamente a dita conversa com Fux. Ademais disto, transcreveu em seu perfil do Twitter dispositivo da Lei nº 7.776/1989, dizendo que essa norma vale para todos, inclusive estrangeiros que venham ao país, e que analisaria eventual denúncia que lhe fosse feita.

“No Brasil, é crime, sujeito inclusive à prisão em flagrante: fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo […] Essas normas valem para TODOS que aqui residam ou para cá venham. Friso o que está na norma penal: “para fins de divulgação do nazismo”, o que OBVIAMENTE exige análise caso a caso”.

É sabido que as apresentações de Waters possuem uma grande teatralidade, baseada nos diversos álbuns conceituais que criou durante a carreira. Em um dos atos, como forma de sátira e crítica. Waters se utiliza de um figurino simulando o uniforme de um oficial fascista. Em face disto, Flávio Dino, ex-juiz, mostrando que ele deixou o aparato de repressão, mas o aparato de repressão não o deixou, disse que “se Roger Waters vestir uniforme nazista em show no Brasil, será preso”

Desde que Roger Waters passou a denunciar o Fascismo Sionista do Estado de Israel, e a política nazista diária que é desatada contra os palestinos, tornando a Palestina em uma gigantesca Auschwitz no Oriente Médio, o ex-líder da banda Pink Floyd vem sendo perseguido de forma rotineira pelo imperialismo e por todos os seus lacaios.

A perseguição do imperialismo se aprofundou quando Waters assumiu uma posição antiimperialista a respeito da Guerra na Ucrânia. Waters prima pela paz, postura que vai de encontro aos interesses do imperialismo, que é o de continuar a guerra a fim de desestabilizar o regime de Putin, possibilitando uma eventual derrubada, para que ele seja substituído por algum lacaio dos EUA e da Europa Ocidente.

Apesar de afirmar que a Rússia não deveria ter desatado a Operação Militar Especial, penetrando no território da Ucrânia, Waters se destaca por denunciar Zelensky como um fantoche dos EUA e da OTAN, e por apontar o imperialismo como os principais responsáveis pelo conflito.

No contexto dessa perseguição, há algumas semanas o governo da Alemanha tentou de inúmeras formas impedir Waters de realizar um show de sua turnê “This is not a Drill”. Marcado para o dia 17 de maio, na capital Berlim, o show e Waters foram alvos de investigação pela polícia alemã, por suposta apologia ao nazismo.

Segundo o Estado Imperialista, Waters estaria fazendo apologia ao fascismo alemão ao utilizar um figurino que simula as vestimentas típicas de oficiais fascistas. O figurino faz parte das apresentações do músico desde 1980, quando da turnê do Pink Floyd, promovendo o álbum “The Wall”, sendo utilizado nas músicas “In the Flesh?” e “Run Like Hell”. O album, sendo uma Rock Ópera, acompanha o personagem principal Pink, uma estrela de rock propensa a explosões de violência, atormentada pelo vício em drogas, que possui relações pessoais marcadas pela infidelidade. Quando seu casamento desmorona, ele se reclui em sua mente, construindo um mundo imaginário, sendo um simbolismo de seu completo isolamento de qualquer contato humano.

Escondido atrás do muro, seus problemas mentais se intensificam, tornando-o em um ditador fascista dentro de sua própria mente.

É nesse contexto em figurino típico de um oficial nazista é utilizado. É um crítica ao próprio fascismo e ao nazismo, crítica esta que já é historicamente conhecida por quaisquer críticos musicais, sendo o álbum “The Wall” considerado uma obra prima da musica mundial, em grande parte por causa de seu conceito.

Vê-se, portanto, que a acusação feita contra Waters, de que ele estaria fazendo apologia ao nazismo, é uma farsa. E essa farsa é potencializada pelas falsas acusações de antissemitismo feita contra Waters, por sua posição política em prol dos palestinos.

Não há nenhuma apologia ao nazismo por parte de Waters. Pelo contrário, o que há é uma forte crítica, tanto ao nazismo como a quaisquer vertentes do fascismo.

Por trás das acusações feita contra ele, de que estaria fazendo apologia ao nazismo, está o interesse do imperialismo em perseguí-los por suas posições antiimperialistas em relação à Guerra na Ucrânia e ao Estado de Israel.

Assim, caso Flávio Dino, em conversa com Fux, tenha realmente ameaçado de prender Waters, estaria agindo de forma idêntica ao que o imperialismo alemão há algumas semanas.  E não seria a primeira vez que o Ministro da Justiça agiria em consonância com os interesses do imperialismo.

Desde o começo do governo Lula, Dino vem tomando medidas profundamente antidemocráticas. A pretexto de combater as “Fake News” e os episódios de violência nas escolas, o ministro desatou ofensivas contra o direito à liberdade de expressão em várias ocasiões. Dentre elas, busca instituir um regime de censura e vigilância nas rede sociais, inclusive obrigando-as a fornecer dados privados de seus usuários.

A cruzada de Dino pela censura, contra o direito democrático à liberdade de expressão, segue a exata cartilha do imperialismo.

Não se sabe ainda se suposta ameaça de fato ocorreu, afinal, não se pode confiar na imprensa burguesa. Contudo, não houve negativa explícita por parte do ministro. Dino não negou explicitamente que houve tal ameaça, em ocasião de conversa com Luiz Fux. Apenas disse, em seu twitter, que não recebeu nenhum pedido referente a uma suposta apologia ao nazismo por parte de Waters.

Contudo, ao negar, disse que tomaria as providências devidas, analisando o caso concreto. E o fez isto citando dispositivo legal que criminaliza a divulgação de símbolos nazistas.

Dessa forma, ao não negar expressamente a suposta ameaça e, ao mesmo tempo, citar dispositivo legal que tipifica como crime a divulgação de símbolos nazistas, ele alimenta a polêmica.

Sua postura, como Ministro da Justiça de um governo de esquerda deveria ser a de não intervenção em manifestações artísticas, sejam do próprio artista, seja do público. Deveria se colocar expressamente contra qualquer tipo de censura. Ademais disto, para uma pessoa que diz combater as “fake news”, sua postura contribui para propagar uma gritante mentira propagada pelo imperialismo contra Roger Waters.

Cumpre frisar que não seria surpresa se Dino tiver de fato defendido uma possível repressão contra Waters. Isto seria condizente com sua política de censura, vigilância, repressão em geral. Afinal Dino já foi do PSDB, principal partido representante dos interesses do imperialismo no Brasil. Apoiou Aécio Neve nas eleições de 2014. Hoje, é membro do PSB, uma legenda de aluguel do PSDB. E, como cereja do bolo, foi juiz federal de 1994 e 2006. Juízes, como todos sabem, são figuras centrais no aparato de repressão, sendo responsáveis por esmagar a população pobre, encarcerando milhares de trabalhadores nas sucursais do inferno que são as prisões brasileiras.

Assim, é necessário se opor a qualquer tentativa de censura, em especial aquela realizada contra a arte. Mesmo que Waters não venha a ser preso por ocasião de sua passagem pelo Brasil, é ainda possível que ele sofra o mesmo tipo de censura que sofreu na Alemanha, em que foi proibido de usar seu figurino, prejudicando o aspecto teatral de sua apresentação.

 

https://causaoperaria.org.br/2023/censura-a-roger-waters-e-uma-politica-nazista/

 

 

 

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Chapolin Gremista
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DEMAGOGIA IDENTITÁRIA

Grammy: música boa é música feita por quem passa fome

Enquanto o governo americano provoca uma guerra no Sudão e fome na Etiópia com novas sanções, o Grammy resolve premiar a música africana

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Oimperialismo há muito tempo descobriu que as fundações são armas para “pão e circo”. Ninguém produziu uma máquina tão poderosa de fabricação de ilusões como os Estados Unidos. Construíram Hollywood com investimentos privados e estatais, que hoje também é alimentada por fundações. A fórmula deu certo! Criaram um aparato para promover a “democracia” e estilo de vida norte-americana. Na música criaram a indústria “fonográfica”, exportada para todos os países do mundo.

A Fundação Grammy criada a partir de um museu, instituição responsável pela “memória da música dos Estados Unidos”, tem a função de determinar o que vai ou não ser vendido. Uma fundação dos EUA, sempre está ligada à ideologia imperialista, e os fundos vem desde à USAID até a ONU, implantando a doutrina identitária, afinal, nada melhor que a música para reafirmar os valores demagógicos do imperialismo, como o identitarismo. Em 2015, por exemplo, uma canção foi amplamente comemorada pela USAID, a “Weapon of Peace”.

O Grammy abusa do identitarismo para desviar o foco fundamental, a dominação sob porrete que o imperialismo estabelece

A Recording Academy, anunciou na terça-feira (14), que o Grammy 2024 apresentará vencedores de novas categorias, uma delas dedicada à música africana. A “academia” afirma que é uma forma de reconhecer o “valor” do continente, e que seu objetivo é “reconhecer e homenagear o que há de melhor na música de todo mundo, todos os anos nos esforçamos para representar e celebrar com precisão as várias culturas, influências e gêneros que moldam o nosso mundo e fornecem a trilha sonora de nossas vidas”.

 

A fundação Grammy visa atenuar as críticas de que a “premiação não é inclusiva”. Em pesquisa feita pela CNN, sob o título “Black Artists on the Charts & Nominees at the Grammys”, constatou-se que há ausência de negros indicados. Segundo a CNN, de 2012 à 2020, 38% eram negros. Durante esse mesmo período, artistas negros representaram apenas 26.7% das indicações das categorias mais importantes. Na realidade, tudo isso não passa de demagogia identitária, pois os negros nos EUA continuam sendo alvo da polícia.

Na África, a coisa não vai bem por causa da política externa americana, como a guerra no Sudão e Eritreia, além de interrupção de auxílio de alimentação na Etiópia, sob alegações de “corrupção” do governo.  Conforme o portal RT, a Etiópia chegou a criticar os EUA e as Nações Unidas após decisão de suspender a assistência alimentar ao país africano por acusações de roubo “generalizado e coordenado”. A agência de ajuda internacional de Washington, USAID, anunciou na semana passada que estava suspendendo a ajuda alimentar à Etiópia, e o Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU mais tarde seguiu o exemplo.

Os EUA tentam compensar a fome que promove na África com música, tentando varrer para debaixo do tapete vermelho do Grammy, o que as fundações, o Pentágono e a CIA fazem naquele continente. Pior, com música feita por “negros do imperialismo”, que provavelmente nem morem na África. A atuação deplorável das fundações, cada vez mais abertamente demagógica, capitaneando negros para maltratar indiretamente negros nos Estados Unidos, na África e em todos os continentes. Não há canção de paz que suporte tamanha barbaridade, isto é, tentar “alimentar” os africanos com música do Grammy e ração da Cruz Vermelha e Médicos sem Fronteiras. 

Não é à toa que diversos países africanos têm se posicionado em favor da Rússia durante insurgências e guerras por independência, a consciência do drama sentido na pele mobiliza milhões de africanos contra os EUA, pois conhecem a opressão mais de perto, como na guerra civil provocada pelo imperialismo no Sudão. Por isso esse Grammy só alimenta ilusões de uma classe média, uma esquerda pequeno-burguesa, que cai no conto das fundações do imperialismo. É preciso denunciar e dar um basta.

 

https://causaoperaria.org.br/2023/grammy-musica-boa-e-musica-feita-por-quem-passa-fome/

 

 

 

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Chapolin Gremista
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PREMIAÇÃO

Grammy: músicas feitas por I.A. não serão premiadas

Obras produzidas por Inteligência Artificial não serão aceitas com candidatos a prêmios pela Academia de Gravação

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AAcademia de Gravação, responsável pela organização do Grammy, declarou na última sexta-feira (16) que apenas criadores humanos poderiam ser elegíveis para o Grammy. Com isso, a entidade que entrega os prêmios de maior prestígio da indústria musical tenta limitar o uso de inteligência artificial na indústria.

Segundo as regras atualizadas da academia, “obras que não contêm escrita humana não podem ser incluídas em nenhuma das categorias”. A notícia veio na mesma semana em que Paul McCartney anunciou que lançaria uma “música final dos Beatles” com a ajuda de inteligência artificial.

Outra mudança anunciada pela Academia é o número de indicados nas quatro principais categorias de “Álbum do Ano”, “Canção do Ano”, “Gravação do Ano” e “Artista Revelação”, de dez indicados para oito em cada categoria. O Grammy também anunciou que, a partir de 2024, os profissionais devem estar envolvidos em pelo menos 20% da produção de um álbum para serem indicados como “Álbum do Ano” e uma estatueta.

O uso de inteligência artificial explodiu em popularidade desde novembro de 2022, quando a OpenAI lançou o ChatGPT, um chatbot gratuito apoiado pela Microsoft que pode gerar conversas semelhantes às humanas com base em comandos simples.

Os aplicativos de IA estão crescendo rapidamente, permitindo que os usuários animem fotos, criem avatares de filmes e componham músicas, ensaios e artigos.

 

https://causaoperaria.org.br/2023/grammy-musicas-feitas-por-i-a-nao-serao-premiadas/

 

 

 

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