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TRÊS DÉCADAS SEM BUKOWSKI

9/3/1994: 30 anos da morte de Charles Bukowski

Mesmo após 30 anos da morte do escritor, seu legado permanece, em uma obra caracterizada pela coragem de coragem de confrontar a realidade sem rodeios

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Hoje completa três décadas desde o falecimento de uma das figuras mais icônicas e transgressoras da literatura contemporânea: Charles Bukowski. Nascido em 16 de agosto de 1920, em Andernach, Alemanha, Bukowski deixou uma marca na literatura mundial com sua prosa intransigente.

A vida de Bukowski foi um turbilhão de experiências que moldaram sua perspectiva singular do mundo. Criado em Los Angeles durante a Grande Depressão, ele enfrentou uma infância marcada pela pobreza e pela solidão. Essas vivências estiveram presentes em sua escrita, conferindo-lhe uma autenticidade e uma honestidade que ressoaram com muitos leitores.

A sua ascensão como escritor ocorreu gradualmente, encontrando um público fiel em revistas literárias independentes durante os anos 1960. Obras como “Misto-Quente”, “Mulheres” e “Factotum” revelaram o mundo dos marginalizados e dos desajustados com uma crueza brutal, mas ao mesmo tempo explorando temas como solidão, o desespero e a busca por significado em uma sociedade desencantada, sem ceder ao sentimentalismo barato.

Apesar de suas batalhas pessoais com o alcoolismo e de sua reputação como um escritor “maldito”, Bukowski conquistou admiradores e influenciou uma geração de escritores com sua voz incisiva. Seu legado, marcado por uma visão implacável da condição humana, continua inspirando diversos escritores. Charles Bukowski morreu em 9 de março de 1994, aos 73 anos de idade, mas sua obra perdura e nela permeia a coragem de confrontar a realidade sem rodeios, aceitando que é difícil e por vezes pautada em sofrimento.

 

  https://causaoperaria.org.br/2024/9-3-1994-30-anos-da-morte-de-charles-bukowski/

 

 

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DIA DE HOJE NA HISTÓRIA

12/3/1572: é publicada a 1º edição de ‘Os Lusíadas’, de Camões

Em março de 1572, era publicada a maio obra de língua portuguesa de todos os tempos, a expressão máxima da cultura da Revolução de Portugal 

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No ano de 1572, uma obra monumental emergiu das prensas de Lisboa, a mais importante obra da língua portuguesa. Essa obra era “Os Lusíadas”, a epopeia épica de Luís Vaz de Camões. A obra, na verdade, a expressão do ápice da revolução burguesa de Portugal. A Revolução da Avis deu início a desse processe em 1383, as grandes navegações o ampliaram. Os Lusíadas é, na verdade, a história dos próprios heróis dessa revolução.

A estrutura externa da obra, revelada na primeira edição, é notável por sua meticulosa organização. “Os Lusíadas” é dividido em dez partes, cada uma denominada de “canto”, com uma média de 110 estrofes em oitavas decassilábicas. A estrutura rítmica é cuidadosamente planejada, com rimas cruzadas nos seis primeiros versos e rimas emparelhadas nos dois últimos (AB AB AB CC).

Camões, imbuído da estética renascentista, incorporou elementos gregos e romanos na obra. O ponto culminante da narrativa, a chegada à Índia por Vasco da Gama, foi estrategicamente posicionado no ponto que divide a obra na proporção áurea, demonstrando a influência da matemática e proporções na composição artística.

“Os Lusíadas” não hesita em incorporar elementos mitológicos, com deuses greco-romanos intervindo na narrativa. A máquina do mundo, onde os deuses confessam sua fictícia existência para criar uma narrativa mais agradável, destaca a habilidade de Camões em conciliar mitologia com a fé cristã predominante na época.

A primeira edição de “Os Lusíadas” não apenas marcou o início de uma nova era na literatura portuguesa, mas também estabeleceu a obra como um épico nacional. Hoje, essa edição inaugural é um tesouro literário, testemunhando a visão de Camões, sua maestria poética e a riqueza da herança cultural portuguesa.

Dentre os admiradores dessa grandiosa obra estavam os bandeirantes, que adentravam o território do Brasil com cópias suas para os inspirar nos feitos heroicos que eles mesmos realizam.

https://causaoperaria.org.br/2024/12-3-1572-e-publicada-a-1o-edicao-de-os-lusiadas-de-camoes/

 

 

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COLUNA

Crônicas Políticas de Monteiro Lobato

Resenha Livro – “Na Antevéspera” – Monteiro Lobato – Iba Mendas Editor Digital

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“OBrasil existe e insiste. Tem uma alma caótica, isto é, em formação, caos não significa apenas desordem. Tem a carne sensível, apesar dum sistema nervoso rudimentar, como o das baleias. O Brasil é imenso. Desdobra-se por 8.525.000 quilômetros perfeitamente quadrados, e até já passa disso, em virtude do aplastamento do morro do Castelo. Possui terras feracíssimas, como as roxas de São Paulo, e carrascais piores que os desertos da Líbia. Zonas onde tudo são águas, pirarucus e jacarés truculentos, ao lado de zonas onde a seca periódica só poupa às cactáceas.

‘Nesta tesse se dá tudo’, disse Vaz Caminha; “mas a formiga come tudo que se planta”, acrescenta o Jeca, de cócoras na filosofia da sua velha experiência”

No ano de 2010 ganhou repercussão na mídia nacional o ajuizamento de um mandado de segurança pelo “Instituto de Advocacia Racial” junto ao Supremo Tribunal Federal demandando a retirada do livro “Caçadas de Pedrinho” (1933) da lista de leitura obrigatória do ensino oficial, sob a alegação de que as crianças estariam supostamente expostas a conteúdo racista.

Desde então, vem sendo ventilado pela por grupos identitários a ideia de que o escritor paulista seria racista ou até mesmo eugenista.

Esta não seria a primeira vez que as obras de Monteiro Lobato seriam objeto de ataques injustos e infundados.

Meses depois da publicação do livro infantil “História do Mundo Para Crianças” (1933), a obra passou a sofrer perseguição e censura da Igreja Católica. Naquela época era ainda uma novidade a existência de obras literárias direcionadas ao público infantil, que suscitavam a imaginação por meio de personagens fantásticos como o Visconde de Sabugosa, um nobre fidalgo feito de espiga de milho que traz a voz da razão e da ponderação; ou o Marquês de Rabicó, um porquinho medroso que conversa com as crianças; ou Emília, uma boneca de pano que se distingue por sua bravura, autoconfiança e uma certa esperteza.

Consta mesmo que um grupo de freiras chegou a organizar fogueiras para destruir exemplares de livros no ano de 1942. No exterior, o Governo Português também chegou a proibir os livros infantis em seu país tanto porque os livros indicam que o Brasil teria sido achado ‘por acaso’ pelos portugueses, quanto por “ter registrado das 1600 orelhas cortadas à marinhangem árabe por Vasco da Gama”.

Tanto no passado quanto no presente, são injustos estes julgamentos sobre a obra do escritor de Taubaté.

Da leitura das crônicas do escritor de Taubaté, reunidas no livro “Na Antevéspera”, pode-se ter uma noção de ideias políticas e das críticas culturais no contexto do fim da República Velha.

No texto “Manuelita Rosas”, Lobato discorre sobre a trajetória de Juan Manuel Rosas, caudilho argentino que governou aquele país com um ditador nas décadas de 20 e 30 do século XIX. Crítico do liberalismo, via com simpatias o ditador argentino, que era comparado com Napoleão e Lênin.

No que diz respeito ao líder da Revolução Russa, Monteiro Lobato no artigo “Ideias Russas”, elogia aquele movimento não por suas ideias marxistas, mas por conta das mudanças culturais e de comportamento:

“No que diz respeito à mulher, Lênin aparece como o seu messias. Libertou-a da escravidão doméstica, aboliu o preconceito da sua inferioridade, pô-la em situação de ocupar todos cargos da república, desde o comissariado do povo até o juizado. O regime de igualdade dos sexos é perfeito, pois. Lênin destruiu o formidável acervo de injustiças acumulado em vinte séculos de helenismo e outros tantos de civilização cristã – isto é, de despotismo de galo.”

Posteriormente, já na década de 1940, o jornalista M. Tullmann Neto relata que o escritor tinha simpatias pelo regime socialista soviético e por Luiz Carlos Prestes, a quem considerava “um patriota, preso por lutar pelo progresso e pela democracia”.

No início daquela década, o próprio Lobato seria preso no contexto do Estado Novo, por crítica remetida por carta ao presidente Getúlio Vargas e o chefe do Estado Maior Góis Monteiro. Na missiva, denunciada a inação e displicência do governo no que se refere ao problema do petróleo.

Estes eventos ocorreriam muitos anos depois do “Antevéspera” cujo contexto, como já dito, era do fim agonizante da República Velha sob a presidência de Arthur Bernardes.

As crônicas foram publicadas nos períodos “O Jornal” de Assis Chateaubriand e “A Manhã” de Mário Rodrigues.

Como diz o escritor, no prefácio:

“A revolta surda que em toda gente latejava explode nas reações do escritor sob forma de cólera represa, de sarcasmo, de simpatia pela Rússia de Lênin, de anseio vago por uma revolução que viesse quebrar a sórdida cristalização leda e cega em que vivíamos desde 89.”

No caso de Lobato, certamente não uma revolução guiada por alguma ideologia, mas, pelo contrário, pela primazia da realidade, com a abolição de um liberalismo palavroso, pela observância dos problemas práticos, pela defesa contundente dos avanços da tecnologia, desde a imprensa de Gutenberg ao avião de Santos Dumont. Nestes termos, pode-se dizer que Lobato era um progressista, não como ideólogo de esquerda, mas como defensor do desenvolvimento nacional.

Em uma de suas crônicas, marcadas pelo seu típico bom humor, Lobato disserta sobre o aborrecimento dos deuses no céu, especialmente Netuno, Deus do Mar, que não mais consegue impedir por meio de raios e trovões as aventuras dos navegadores. Antes navegavam com barcos a vela e dependia dos sopros do vento para avançarem. Diante das novas tecnologias de navegação, que transitam os homens a todos os cantos do mundo, sem a necessidade e a preocupação com as situações climáticas, os Deuses deixavam de ter necessidade na terra.

Crítico do parlamentarismo (que seria uma invenção apenas razoável aos seus inventores ingleses), o escritor de Taubaté defende a seguinte palavra de ordem: enriquecei-vos!

“É evidente, pois, que só uma solução existe para todos os problemas nacionais: a indireta, a solução econômica. Só a riqueza traz instrução e saúde, como só ela traz ordem, moralidade, boa política, justiça.

– Enriquecei-vos! Deve ser a senha dos nossos estadistas.”

https://causaoperaria.org.br/2024/cronicas-politicas-de-monteiro-lobato/

 

 

 

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A Bienal do Livro no Rio de Janeiro abrirá novamente as portas em 2025, entre os dias 13 e 22 de junho de 2024 no Riocentro, na Zona Oeste.

Desta vez, o evento será o principal a compor o calendário do Rio Capital Mundial do Livro, título que será concedido à capital fluminense pela Unesco.

Fonte : https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2024/04/com-data-marcada-bienal-do-rio-sera-destaque-em-calendario-da-literatura-mundial-em-2025.ghtml

 

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