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LITERATURA BRASILEIRA

A literatura negra e a literatura brasileira contemporânea

Mais da metade da população brasileira é negra, consequentemente, a presença de escritores negros é constante na nossa literatura.

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OBrasil, apesar das mazelas sociais, é caracterizado pela integração entre negros e brancos; mais da metade da população brasileira é negra, consequentemente, a presença de escritores negros é constante na nossa literatura. Os exemplos são muitos: (1) Domingos Caldas Barbosa, um dos primeiros representantes da formação de nossa literatura, certamente o mais original de sua época; (2) Gonçalves Dias, se não foi o melhor poeta brasileiro do século XIX, foi o mais engenhoso; (3) Machado de Assis, quem está entre os gênios da literatura em língua portuguesa; (4) Cruz e Sousa, reconhecido internacionalmente no movimento simbolista; (5) Mario de Andrade, quem divide com Oswald de Andrade a vanguarda progressista do modernismo brasileiro. Além dos nomes citados, devidamente canonizados, a crítica contemporânea cuida das obras de Maria Firmina dos Reis, Luiz Gama, Solano Trindade, Paulo Colina, Conceição Evaristo, Carolina de Jesus etc.; há muitos escritores negros na literatura brasileira contemporânea, uma das revelações na prosa é a escritora Lilia Guerra e na poesia são reconhecidos os trabalhos de Ricardo Escudeiro, Lubi Prates, Jarid Arraes, Ornella Rodrigues.

As vozes são muitas, na literatura brasileira contemporânea negra são tematizados racismo, ação afirmativa, estética, cultura, religião, erotismo, corpo; todavia, embora variados, tais temas podem ser inseridos no tema da participação do negro na cultura global contemporânea, cuja amplitude dá conta das políticas internacionais do movimento negro, incluindo os negros brasileiros. Para exemplificar isso, recorre-se ao poema visual “língua lengua”, de Ricardo Aleixo, do livro “Modelos vivos”, 2010, reproduzido adiante.

No poema verbo-visual de Aleixo, cada linguagem desencadeia, pelo menos, uma discussão política. O vestuário é linguagem plena de conotações sociais; dessa maneira, artistas negros costumam discutir a inserção social do negro por meio dos trajes. A esse respeito, vale mencionar a banda de jazz “Art ensemble of Chicago”, na qual alguns músicos costumam se apresentar com trajes africanos e os rostos pintados, enquanto outros, com paletó e gravata; não se pode esquecer, ainda, do artista plástico Yinka Shonibare, quem fotografa negros posando e vestindo-se à moda dos europeus brancos do século XVIII.

A foto utilizada por Ricardo Aleixo, a de um senhor negro distintamente vestido de paletó e gravata, faz parte dessas discussões em que as culturas tradicionais dos brancos e negros são contrastadas, gerando polêmicas, mas não apenas isso, a linguagem verbal do poema amplia a discussão cultural para a discussão linguística ao tematizar a língua portuguesa, língua não apenas dos negros brasileiros, mas de muitos negros africanos. Nos versos do poema, cita-se a piada racista em que se afirma ser “pretoguês” a língua portuguesa falada nas ex-colônias portuguesas. Ciente disso, Aleixo dá novos sentidos à ofensa, devolvendo a pergunta em termos latino-americanos, articulando português e espanhol com questões nacionais, raciais e políticas.

Além do poema visual de Ricardo Aleixo, seguem fotografias de Yinka Shonibare e o link do Youtube com uma apresentação da banda “Art ensemble of Chicago”:

https://www.youtube.com/watch?v=OZV6FzLeWeo

 

https://causaoperaria.org.br/2022/a-literatura-negra-e-a-literatura-brasileira-contemporanea/

 

 

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https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2022/12/romance-de-victor-hugo-traduzido-por-machado-de-assis-ganha-versao-repaginada.ghtml

O romance “Os Trabalhadores do Mar”, do francês Victor Hugo, vai ganhar uma versão repaginada este mês pela Editora Almedina Brasil. 

A obra do autor de “Os Miseráveis” foi publicada originalmente em 1866 e traduzida para o português por ninguém menos que Machado de Assis.

 

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Realizada no mês passado (e no meio de uma Copa do Mundo), a Black Friday deste ano frustrou o mercado editorial brasileiro.

Entre 8 de novembro e 5 de dezembro de 2022, foram vendidos 5,19 milhões de livros, 8,78% a menos do que no mesmo período de 2021 (5,689 milhões).

O faturamento caiu 1,39% : R$ 213,78 milhões contra R$ 216,8 milhões no ano passado.

Já o preço médio do livro subiu 8,11% e atingiu R$ 41,20.

Os dados são do Painel do Varejo de Livros no Brasil, pesquisa mensal realizada pela Nielsen Book e divulgada, nesta quarta-feira (21), pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

Do janeiro até o início de dezembro, o faturamento do mercado editorial cresceu 7,56% (R$ 2,27 bilhões contra R$ 2,11 bilhões no ano passado). O aumento da venda de livros foi mais modesto : 2,64% (52,84 milhões de exemplares comercializados contra 51,48 milhões em 2021).

Presidente do SNEL, Dante Cid acredita que o ano terminará em "empate técnico". "Torna-se clara a desaceleração que vem ocorrendo ao longo de 2022, em vista da redução do poder de compra das famílias e da pressão dos preços dos insumos na cadeia produtiva. O único alento é que o ano-base de comparação foi excelente, o que suaviza a sensação deste 'empate técnico' entre a variação do faturamento e a inflação do período", disse, em nota. 

Fonte : https://oglobo.globo.com/cultura/livros/noticia/2022/12/black-friday-frustra-mercado-editorial-e-venda-de-livros-cai-878percent-em-novembro-preco-medio-sobe.ghtml

 

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O Palmeiras decidiu lançar uma versão atualizada do livro "Cabeça Fria, Coração Quente", que foi sucesso de vendas em 2022 e promete ter ainda mais relevância com o acréscimo de 160 páginas que contam os processos das conquistas desta temporada.

O livro terá uma edição limitada de 1978 cópias (ano de nascimento do técnico Abel Ferreira). Pelo preço de R$ 349,90, o comprador terá direito a uma caixa com um livro em capa dura, uma foto da conquista que dá nome à série do exemplar (Libertadores 2020, Copa do Brasil 2020, Libertadores 2021, Recopa 2022, Campeonato Paulista 2022 ou Campeonato Brasileiro 2022) e um pôster com o “Código de Honra” da comissão de Abel Ferreira.

Essa edição ampliada traz uma “volta extra” com 160 novas páginas de textos, fotos e gráficos que relatam todos os passos do treinador Abel Ferreira e do Palmeiras em 2022 – incluindo os bastidores das conquistas da Recopa, do Campeonato Paulista e do Campeonato Brasileiro. 

Fonte : https://www.lance.com.br/palmeiras/palmeiras-e-abel-ferreira-lancam-nova-versao-de-livro-tecnico-vira-ator.html

 

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APONTAMENTOS

Recordações do Escrivão Isaías Caminha, um romance autobiográfico

Primeira obra de Lima Barreto denuncia a condição social do negro pobre e a superficialidade dos intelectuais, críticas que cabem muito bem à sociedade de hoje

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Este ano, no dia 1º de novembro, completou 100 anos da morte de um dos mais importantes romancistas brasileiros, Afonso Henriques de Lima Barreto. Morto no quase total esquecimento, produto de sua vida cheio de desgraças e do ostracismo imposto pelos meios intelectuais da época que o desprezaram, internado três vezes num manicômio, vítima do alcoolismo, Lima Barreto teve reconhecimento posterior.

É justamente as dificuldades na vida dos negros pobres no Brasil e seu desprezo pelos pretensos intelectuais os temas de seus primeiro romance publicado.

A primeira obra de Lima Barreto é um romance autobiográfico. A narrativa é dividida em duas partes. A primeira contendo a infância e a adolescência do personagem-narrador, Isaías Caminha, e a segunda quando finalmente consegue emprego num jornal do Rio de Janeiro, o fictício O Globo.

Na primeira parte do livro, o autor apresenta uma crítica social da situação do negro pobre na sociedade. Tal crítica, no entanto, não é uma narração artificial de acontecimentos. Com muita destreza, o autor conduz o personagem-narrador a junto com o leitor ir se dando conta de sua posição social. Não a partir de ideias pré-concebidas da situação do negro marginalizado. O grande valor da crítica está em que Lima Barreto dá a impressão para o leitor que tais situações não foram criadas para provar uma tese. São os próprios fatos, fluindo um atrás do outro, narrados como acontecimentos quase naturais, que fazem o personagem e o próprio leitor compreenderem a real situação do negro naquela sociedade. O leitor toma consciência daquela situação social ao mesmo tempo que o personagem-narrador.

Nesse sentido, Lima Barreto é um anti-identitário. Não há idealismo em sua denúncia social do negro. Há, para ele, os fatos. Não qualquer fato artificialmente montado para provar uma tese. São acontecimentos que poderiam e são vividos pela maior parte da população brasileira no cotidiano. Essa apresentação do cotidiano basta para a denúncia social de Lima Barreto. Desde o episódio onde o jovem personagem é mal atendido numa lanchonete, onde o atendente dá preferência aos clientes brancos, até a prisão sem nenhuma motivo na cidade do Rio de Janeiro, Barreto traz a nu a condição social dos negros e mulatos pobres no País. Coisa que espanta pela atualidade.

Na segunda parte do romance, o personagem-narrador consegue um emprego no jornal O Globo, que segundo Monteiro Lobato era o nome fictício do importante Correio da Manhã. Lobato, aliás, outro grande escritor da época, foi um dos poucos que reconheceram a qualidade de Lima Barreto como romancista.

De forma muito contundente, Lima Barreto desmascara a superficialidade dos pretensos intelectuais, apresentando os jornalistas como grandes burocratas sem nenhum gosto e conhecimento pela literatura. O romance descreve a redação do jornal como um covil de empregados puxa-sacos, superficiais e ignorantes. Sua crítica ao funcionamento dos jornais burgueses, a manipulação da sociedade por essa imprensa e a burocracia dos meios intelectuais também são de uma enorme atualidade. O romance acabou tornando Lima Barreto persona non grata no Correio da Manhã e em outros jornais.

Esse desprezo pela superficialidade dos intelectuais é mostrado pelo autor na apresentação do romance, o personagem Isaías Caminha afirma que:

“Perdoem-me os leitores a pobreza da minha narração. Não sou propriamente um literato, não me inscrevi nos registros da livraria Garnier, do Rio, nunca vesti casaca e os grandes jornais da Capital ainda não me aclamaram como tal — o que de sobra, me parece, são motivos bastante sérios, para desculparem a minha falta de estilo e capacidade literária.”

https://causaoperaria.org.br/2022/recordacoes-do-escrivao-isaias-caminha-um-romance-autobiografico/

 

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LITERATURA BRASILEIRA

A presença das mulheres na literatura brasileira contemporânea

Há diferenças entre a literatura escrita por mulheres e a literatura escrita pelos homens?

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Sempre houve escritoras em todas as épocas da literatura brasileira. No livro “Escritoras brasileiras do século XIX”, uma antologia organizada por Zahidé Lupinacci Muzart, professora titular da UFSC, são reunidas 52 escritoras, provando que, mesmo não podendo votar naquele século, pois tal direito seria conquistado para mulheres apenas em 1932, injustiças semelhantes não limitaram a participação feminina na literatura. Evidentemente, em épocas quando a mulher brasileira ocupou e vem ocupando espaço na sociedade, seu papel na literatura explicita-se com mais clareza, não causando surpresa encontrar tantas poetas e prosadoras na literatura brasileira contemporânea.

Ora, se há estudos da literatura feita por mulheres, cabe indagar se há diferenças entre as literaturas escritas por elas e a literatura feita pelos homens. Certamente, não se recorre aqui aos estudos da biologia, psicologia, psicanálise, pois não é por meio da genética, da anatomia ou da psique que aquelas diferenças serão justificadas; as diferenças entre homens e mulheres pelas quais se buscam, se é que elas existem, são históricas, antropológicas e semióticas. Pois bem, nas sociedades em que há divisão dos trabalhos, cabendo a homens e mulheres suas respectivas partes, desenvolvem-se frequentemente universos simbólicos distintos para cada sexo, com costumes próprios, inclusive envolvendo tempos e espaços de cada um deles.

Nos romances de José de Alencar, Machado de Assis e Aluísio Azevedo, há vários capítulos em que são descritas reuniões de negociantes, estudantes e políticos, típicas do mundo masculino da época, e festas familiares, em que homens e mulheres convivem; entretanto, no romance “A Silveirinha”, de Júlia Lopes de Almeida, publicado em 1913, descrevem-se as reuniões exclusivas das mulheres e seus modos de interferir na sociedade, inclusive na política. Uma vez praticado apenas por mulheres, seria esse o caso de um costume descrito com fidelidade somente por elas? Algo semelhante se passa no romance “Lésbia”, de Maria Benedita Bormann, publicado em 1890, em que são narradas passagens da vida de uma escritora, seus amores, entre eles, um poeta anos mais jovem. Seria novamente o caso de outra experiência exclusivamente feminina? O fato de homens e mulheres assumirem universos simbólicos distintos implicaria temáticas distintas quando fazem literatura?

Não se pretende responder a nenhuns desses questionamentos definitivamente, contudo, acerca dos universos simbólicos específicos, não são raras as relações das mulheres com as epifanias da fertilidade; o exemplo mais comum disso é a mãe-terra e seus desdobramentos no mundo vegetal. Para levar adiante as indagações, eis três poemas de três autoras contemporâneas, todos elas, cada uma a seu modo, atualizando aquela temática:

(1)  Susanna Busato / “Exercício das facas”
exercício das facas: / com as faces voltadas / para dentro da carne / doar-se / até que a dor / conduza o ato, / até que o fato se consuma, / até que a aguda flor se foda / em talo e folha e ruínas

(2) Carolina De Bonis / “Rumo de abismos”
Subo degraus sem escada ouso / Dissolver nossos toques indivisos. / Me transmuto em muitas, / E isso não é fácil, / Como caminhar descalça / Renascendo musgos / Ervas dentre os pés / Desenhando caminhos / À possível lunação / Descascando aposentos / Primitivas grutas / Imersas embarcações / Interiores em frestas // Faço um pacto com a dor / Reinvento a casa / Crio um outro ritmo / Na transparência / Ao avesso do vento / Que balança as raízes / Fora da terra // Adentro em mim / Com vendas nos olhos / Ainda que não tenha / Labirintos previsíveis / Me renasço na beira / De abismos.

(3) Lilian Aquino / “De passagem”
Disse sem pensar muito / toda vez que eu passo aqui / lembro de você // uma ladeira / em paralelepípedos recém- / molhados pela chuva / do lado esquerdo a mesma / floricultura onde certa vez / comprei o vaso de / flores amarelas / na frente, a igreja // você tinha aquele jeito / de andar como se tivesse / uma pedra no sapato // Agora, ela anda descalça / pisando em / poças d’água // e ele vê no vaso / um cacto / e da janela / um terreno baldio

Em linhas gerais, na literatura feminina oscila-se entre discutir simbologias de, pelo menos, dois pontos de vista: (1) os símbolos seriam essenciais, oriundos de características propriamente femininas; ou (2) os símbolos seriam determinados historicamente. Essa resposta não é simples; talvez seja melhor verificar como ela surge tematizada na literatura do que arriscar respostas parciais, optando-se, assim, por analisar as expressões da crise entre aqueles dois pontos de vista em vez de procurar por respostas decisivas.    

Em “Exercício das facas”, de Susanna Busato, do livro “Corpos em cena”, 2013, flores e folhas expressam a simbologia vegetal com matizes eróticos, correlacionando-se no corpo da mulher seiva e sangue, caule e carne. Curiosamente, embora a poeta assuma tais símbolos realizando-se neles metaforicamente, tudo se conclui em “foda-se”, não importando se aquelas metáforas são essenciais ou historicamente construídas.

Já em “Rumo de abismos”, do livro “Passos ao redor do teu canto”, 2015, Carolina de Bonis faz variações de temáticas recorrentes em sua poesia. Para ela, as formas literárias do poema, em vez de perderem-se em si mesmas, permitem um retorno ao mundo das coisas; isso se evidencia quando a natureza, na metonímia dos musgos e das ervas, invade seu corpo entremeando os dedos de seus pés descalços, desencadeando metáforas no restante do corpo, entre elas, as grutas. Trata-se da mesma simbologia em torno da natureza feminina, da terra e da vegetação, entretanto, novas metáforas permitem à poeta libertar-se do que seria supostamente essencial, inserindo-a historicamente, pois as raízes são balançadas fora da terra pelo vento.

Por fim, no terceiro exemplo, o poema “De passagem”, de Lilian Aquino, do livro “Pequenos afazeres domésticos”, 2011, o amadurecimento feminino tem por cenário floriculturas, vasos de flores e de cactos, isto é, o mundo vegetal. Em dois momentos da vida, quando antes havia flores amarelas e uma igreja, depois, um cacto e o terreno baldio, formam-se nos versos correlações entre experiências pessoais e mundos simbólicos, as quais são superadas seja pela indiferença, pois a moça pisa descalça nas poças d’água, seja pelo contato com mundo, sentido diretamente com os pés descalços.

Dessa maneira, a literatura feminina brasileira contemporânea participa de discussões do universo das mulheres, construindo-se entre mundos simbólicos e papeis sociais historicamente determinados. Há escritoras, no entanto, discutindo explicitamente o feminismo em seus versos; nos poemas dedicados a Eunice, de Alessandra Safra, a emancipação da mulher é problematizada na relação lésbica entre duas mulheres socialmente distintas, permeada de fetiches eróticos e de sadomasoquismo, em que a mocinha masoquista liberta a narradora dona de si e supostamente emancipada. Eis um dos poemas dedicados a Eunice, do livro “Dedos não brocham”, 2012:

eunice era dessas poucas meninas: cheirava chulé, /recebia contente tapas na cara, lambia os pés solas / de sapatos. tremia excitada se cuspisse em sua / boca-latrina ou a tratasse por termos relés. Babava / pelas bocas quando varas sibilavam no ar calado / em pele suplicadora. adorava ser traída e ouvir / miudezas do sexo com outras. menina feliz, assim / mesmo nada feminista. dava-se como lixeira e / procurava castigos. um paradoxo de emancipação / feminina? eunice dócil e servil se me dá de / presente disponho como objeto de masturbação. / ela era toda sem travas, destravava minhas taras, / recebia em si minha fome. ela era (nada) ordinária, / encantava seus cílios longos de vaca mansa a / lamber-me com devoção.

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https://causaoperaria.org.br/2022/a-presenca-das-mulheres-na-literatura-brasileira-contemporanea/

 

 

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NOTÍCIAS

As vendas de Natal registraram alta de 10,5% em 2022, de acordo com o Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA), indicador criado pela empresa de pagamentos Cielo a partir de uma análise de transações de 1,3 milhão de varejistas nos ambientes físico e digital.

Considerando os segmentos “presenteáveis”, este parece ter sido o Natal do batom e dos livros.

No segmento de cosméticos e higiene e beleza, o crescimento das vendas foi de 23%.

Em seguida vieram as vendas de livros (segmento de livrarias, papelarias e afins), que cresceram 22%.

Fonte : https://oglobo.globo.com/blogs/capital/post/2022/12/vendas-crescem-105percent-em-natal-marcado-por-livros-e-batons.ghtml

 

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NOTÍCIAS

Os 20 livros mais vendidos no Brasil em 2022 :

1. É assim que acaba, de Collen Hoover (Galera)

2. Álbum da Copa Do Mundo Qatar 2022, capa brochura (Panini)

3. Álbum da Copa Do Mundo Qatar 2022, capa dura (Panini)

4. O homem mais rico da Babilônia, de George S. Clason (Harpercollins Brasil)

5. O mistério revelado da liberdade e do sucesso, de Napoleon Hill (Citadel)

6. Os sete maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid (Paralela)

7. Todas as suas (im)perfeições, de Colleen Hoover (Galera)

8. Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estes (Rocco)

9. A garota do lago, de Charle Donlea (Faro Editorial)

10. Do mil ao milhão Sem Cortar o Cafezinho, de Thiago Nigro (Harpercollins Brasil)

11. Pai Rico, Pai Pobre - Edição de 20 anos atualizada e ampliada, de Robert Kiyosaki (Alta Books)

12. Kit com álbum brochura + 10 Envelopes de Figurinhas da Copa Do Mundo (Panini)

13. Amor & Gelato, de Jenna Evans Welch (Intrínseca)

14. Os segredos da mente milionária: Aprenda a enriquecer mudando seus conceitos, de T. Harv Eker (Sextante)

15. Verity, de Colleen Hoover (Galera)

16. Heartstopper : Dois Garotos, Um Encontro (Vol. 1), Alice Oseman (Seguinte)

17. É assim que começa, de Colleen Hoover (Galera)

18. 12 regras para a vida: Um antídoto para o caos, de Jordan B. Peterson (Alta Books)

19. Até o verão terminar, de Colleen Hoover (Galera)

20. Mindset : A nova psicologia do sucesso, de Carol S. Dweck (Objetiva)

Fonte : https://www.estadao.com.br/cultura/literatura/veja-quais-foram-os-livros-mais-vendidos-no-brasil-em-2022-colleen-hoover-lidera-lista/

 

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LEITURA E POLÍTICA

Livro explica a ligação entre marxismo e surrealismo

Livro de Michael Löwy ajuda a entender a ligação entre surrealismo e marxismo

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Uma dica de leitura é o livro A Estrela da Manhã: surrealismo e marxismo, escrito pelo teórico Michael Löwy. Trata-se de uma obra muito boa para quem quer esclarecer alguns conceitos básicos sobre o surrealismo e seu vínculo com o trotskismo.

Michael Löwy nasceu no Brasil, filho de imigrantes judeus. Sua formação se deu na Universidade de São Paulo onde, no início da década de 1960, participou de um grupo de estudos com outros jovens marxistas brasileiros – the São Paulo Fraction, como define Maria Elisa Cevasco – que incluiu nomes como Roberto Schwarz, Paul Singer, Fernando Novais e, até mesmo, Fernando Henrique Cardoso.

Seu pequeno livro sobre a relação entre a vanguarda criada por jovens intelectuais franceses na década de 1920 e os movimentos políticos históricos daquele momento histórico, como a Revolução Russa, além de partidos e correntes comunistas que fervilhavam na época, é uma ótima fonte e uma boa formação sobre o tema.

Contém informações que ajudam a esclarecer, por exemplo, os motivos que fazem o PCO homenagear artistas como André Breton (que dá nome à revista cultural do Grupo Gari), Benjamin Perèt (que dá nome ao Centro Cultural do PCO) e Luiz Buñuel, que dá nome ao Cineclube do partido. Todos eles foram artistas surrealistas e militantes de esquerda.

Em um dos ensaios, Löwy conta como Breton conheceu Trotsky e a importância do poeta e militante Pierre Naville neste encontro. Fala também da participação de Benjamin Perèt no movimento e como ele trouxe o surrealismo para o Brasil. Conta como foi escrito o Manifesto da Fiari, uma criação de Breton e Trotski, por uma arte revolucionária e independente.

Um dos ensaios mais interessantes é a análise que faz do texto Surrealismo, o último instantâneo de inteligência europeia, escrito por Walter Benjamin, no final dos anos 1920. Benjamin é até hoje um dos mais importantes teóricos marxistas da cultura. Löwy contextualiza e esclarece alguns dos temas se seu famoso ensaio, tornando-se uma leitura de apoio esclarecedora.

O filósofo brasileiro aborda o tema do surrealismo durante todo o século XX. Chega a falar também de Guy Debord, autor do famoso A Sociedade do Espetáculo, um livro que até hoje merece ser lido e estudado por todos que estão na luta revolucionária.

Ao final, há um interessante ensaio sobre o surrealismo no Brasil escrito por pelo poeta surrealista brasileiro Sérgio Lima.

Esta obra de formação abre as portas do tema para quem quer informação de base marxista consistente. De quebra cita uma ótima bibliografia para quem se aventurar a se aprofundar no assunto.

https://causaoperaria.org.br/2023/livro-explica-a-ligacao-entre-marxismo-e-K/

 

 

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NOTÍCIAS

O príncipe Harry diz ter sido agredido pelo irmão, o príncipe William, em um livro de memórias com lançamento previsto para a próxima semana, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

O jornal informou que Spare — em pré-venda no Brasil com o título "O que sobra", pela Objetiva, do grupo Companhia das Letras — revela uma discussão entre os dois.

"Ele me agarrou pelo colarinho, arrebentou meu cordão e me jogou no chão", disse Harry.

Fonte : https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64172689

 

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O setor de livrarias se recuperou no Brasil. Dados da Associação Nacional de Livrarias (ANL) apontam que, entre abril de 2021 e novembro de 2022, surgiram cem novas livrarias no país.

Hoje, há cerca de 2.700 livrarias no Brasil.

Para fazer frente aos preços competitivos do e-commerce, os livreiros menores recorrem a lançamentos, clubes de leitura, debates, criação de conteúdo digital, curadoria e oferta de espaços acolhedores.

O editor e diretor institucional da ANL, Bernardo Gurbanov, o setor falou sobre o assunto :

— É fruto de uma crise que houve em 2018, com os problemas que as redes Saraiva e Cultura tiveram.  A livraria é vista como um espaço de encontro, de promoção de eventos.

Até 7 de novembro de 2022, o saldo de vendas no ano era de 47,65 milhões de livros, alta de 4% em relação ao mesmo período de 2021, que já havia sido melhor do que 2020. 

O faturamento totalizou R$ 2,06 bilhões, avanço de 8,59% na base anual, segundo dados do 11º Painel do Varejo de Livros no Brasil em 2022, levantamento da Nielsen Book do Brasil para o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

Uma das redes que conseguiu crescer, apesar das dificuldades do mercado, foi a Livraria Leitura. Fundada em 1967 em Belo Horizonte, a rede saltou de 67 lojas há três anos para 99 lojas ao final de 2022. Em 2023, prevê abrir mais cinco unidades.

Uma das estratégias da Leitura é a descentralização, tanto territorial, com lojas fora do eixo Rio-São Paulo, quanto de administração. A empresa convida gerentes que se destacam para abrir, como sócios, novas unidades, de preferência onde há pouca concorrência. Esses sócios têm ampla liberdade para moldar a livraria ao gosto da clientela da região.

— Esse gerente tem um mínimo de 10% e máximo de 49% de participação. A maior parte do controle acionário fica na família. A Leitura era uma empresa que não tinha dívidas e, com os próprios sócios trabalhando, conseguiu crescer mesmo em momentos ruins de mercado — afirma o presidente da Livraria Leitura e da ANL, Marcus Teles.

Depois de crescer em Brasília e nas regiões Norte e Nordeste, a rede Leitura decidiu aproveitar oportunidades no Rio de Janeiro e São Paulo, com foco em lojas de tamanho intermediário, entre 300 e 500 metros quadrados.

Outra que vem crescendo é a Livraria da Vila. Já conhecida do público paulistano, a Vila saltou de 10 para 18 lojas nos últimos três anos, incluindo uma unidade em Brasília.

O presidente da Livraria da Vila, Samuel Seibel, falou sobre o assunto.

— Tivemos de aprender a trabalhar de outra maneira, fora do espaço físico, com as vendas on-line e atendendo o cliente por WhatsApp — conta Samuel Seibel.

Tanto a Leitura como a Vila aproveitaram o espaço deixado por grandes redes, como Saraiva e Cultura. 

No Centro do Rio de Janeiro, por exemplo, uma antiga Saraiva Megastore é hoje uma unidade da Leitura.

Em recuperação judicial desde 2018, a Saraiva fez uma reestruturação em 2021 a fim de estabilizar seu caixa. Das 73 lojas existentes em 2020, ficaram 33 lojas em 2022.

De acordo com o CEO da Saraiva, Marcos Guedes, a empresa tem buscado capital para melhorar seu sortimento de livros. Além da redução no número de lojas, a rede hoje ocupa espaços menores, de 200 a 300 metros quadrados, e fora dos shoppings e do eixo Rio-São Paulo.

A Saraiva também vai relançar a marca Siciliano, que comprou em 2008. A nova empresa será e funcionará com sistema de franquias. A expectativa é ter 80 lojas nos primeiros anos, entre espaços novos e conversões.

— Essa nova companhia tem o objetivo de trazer para a ponta, para as pequenas cidades, tecnologia e capacidade de acervo, além de um contrato direto com a editora, não através das distribuidoras. Uma livraria menor em uma cidade pequena às vezes não sabe o que foi lançado e não tem acesso direto às editoras. Ela não sabe que editora atende melhor a região dela — diz Marcos Guedes.

Ele explica que a saída da recuperação judicial ainda depende de processos pendentes na Justiça, mas que pode ocorrer em meados deste ano :

— A loja vende bem, mas a capacidade financeira da Saraiva limita o aumento do acervo. Estamos buscando um investidor, uma linha de crédito para melhorar a situação financeira de curto prazo.

Fonte : https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2023/01/brasil-ganhou-100-novas-livrarias-em-quase-dois-anos-veja-como-o-setor-ganha-novo-folego.ghtml

 

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Sônia Machado Jardim, presidente do Grupo Editorial Record, administra a empresa num momento-chave. Num meio cada vez mais pulverizado e internacionalizado, o grupo mantém-se na vice-liderança, com 8% da fatia de mercado, como uma empresa 100% nacional e familiar, algo cada vez mais raro num setor que já foi todo ele formado pelas casas editoriais familiares. “Isso é motivo de orgulho. A gente está brigando de igual para igual. É uma empresa 100% nacional sem dinheiro de banco”, afirma, em referência aos investimentos de herdeiros de bancos e investidores financeiros em empresas do ramo.

A editora tem como um de seus carros-chefe os livros da escritora americana Colleen Hoover e da mineira Carla Madeira.

Para isso, além de buscar manter-se atenta às novidades editoriais e ao novo modus operandi do setor, além do ritmo frenético das redes sociais e a crescente importância dos influenciadores, a Record acredita na importância de valorizar o conteúdo nacional. 

A Record, desde 2020, vem fazendo ações de apoio a livrarias de bairro e afirma que as lojas físicas são fundamentais para o ramo, opinião compartilhada por outras editoras de diferentes portes. “A livraria é um showroom”, afirma. Mas reconhece que o mercado mudou. “Ficou muito dividido entre o online e o off-line.” 

Fonte : https://valor.globo.com/eu-e/noticia/2022/11/12/a-regra-do-jogo-e-outra-diz-presidente-da-record-sobre-mercado-editorial.ghtml

 

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NOTÍCIAS

Chega em fevereiro às livrarias a biografia "Mussum : uma história de humor e samba" (HarperCollins), uma edição atualizada da obra publicada originalmente em 2014.

A nova versão conta um episódio de racismo em que ele revidou com um tapa ao ser chamado de "macaco barrigudo" na frente de sua família. 

Uma reação atípica do comediante e músico. Mussum costumava ignorar insultos.

Fonte : https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2023/01/biografia-de-mussum-tera-edicao-atualizada-com-episodio-inedito-de-racismo.ghtml

 

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