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EDUCAÇÃO


Marcos Albino

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NOTÍCIAS

Um estudo concluiu que uma oferta maior de ensino médio técnico tornaria o Brasil mais produtivo.

Para a estudante Maria Clara Souza, de 17 anos, fazer o ensino médio técnico tem sido como expandir os limites da escola. 

Para a sociedade, o ganho foi calculado por estudiosos que se debruçaram sobre os indicadores econômicos : a pesquisa mostra que aumentar o acesso a esse tipo de ensino é fazer o país crescer.

“Um dos objetivos da educação profissional é prover para o jovem um ganho de habilidade que vai ser traduzido em habilidades no mercado de trabalho. Isso leva a uma economia, pessoas com uma produtividade maior. E o país, consequentemente, cresce a uma taxa mais alta ao longo do tempo”, afirma Vitor Fancio, economista e pesquisador do Insper.

O estudo revela que se o Brasil triplicasse a oferta do ensino médio técnico, o PIB subiria mais de 2% e a desigualdade social diminuiria.

Para além dos muros da escola, os pesquisadores queriam saber qual o impacto do que é vivido dentro na vida profissional desses jovens. Eles concluíram que, quem têm formação técnica, tende a ganhar mais do que aqueles que fizeram apenas o ensino médio tradicional. E essas pessoas correm menos risco de cair no desemprego.

Quem pensa a educação profissional e tecnológica não vê futuro sem formação contínua para cada vez mais jovens.

“A gente tem uma taxa de 20% de jovens de 18 a 24 anos nas universidades. 80% está fora das universidades e, para eles, é necessário dar um encaminhamento para que eles possam prosseguir se desenvolvendo profissionalmente. Os jovens de hoje estão inseridos no mundo em constante mudança e a continuidade na formação vai ser exigido deles”, diz Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho.

Fonte : https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/07/11/estudo-conclui-que-uma-oferta-maior-de-ensino-medio-tecnico-tornaria-o-brasil-mais-produtivo.ghtml

 

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  • 1 mês depois...
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NOTÍCIAS

A PUC-Rio aprovou, por unanimidade,  a criação do curso de graduação em Medicina. 

A universidade aguarda a publicação pelo Ministério da Educação (MEC) do edital que definirá as regras para a abertura de novos cursos no país.

Fonte : https://oglobo.globo.com/blogs/ancelmo-gois/post/2023/08/a-puc-rio-aprovou-por-unanimidade-a-criacao-do-curso-de-graduacao-em-medicina.ghtml

 

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  • 3 meses depois...
NOTÍCIAS

 

FIM DO VESTIBULAR

Fuvest e os vestibulares que nem deveriam existir!

No último domingo ocorreu a prova da Fuvest, um dos mais concorridos vestibulares do Brasil

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No último domingo (19), ocorreu a primeira fase da Fuvest, um dos principais vestibulares do País, que contou com mais de 110 mil inscritos. O vestibular para tentar ingressar na Universidade de São Paulo (USP) é um dos mais concorridos do Brasil, ficando atrás apenas do Enem.

Tal qual o Enem, que envolve muito mais pessoas que a Fuvest (quase 4 milhões de inscritos em 2023), os exames determinam quem terá acesso ao ensino superior, restrito para a maioria da população.

Esse acesso é restringido, muitas vezes, até mesmo pela dificuldade de se chegar ao local da prova e realizá-la. Nessa edição do Enem, por exemplo, milhares de candidatos foram selecionados para fazer a prova a mais de 30km de distância de suas casas e por isso chegou até a ser remarcado para esses casos.

A pressão sobre os estudantes é uma coisa descomunal e as chances de ingressar numa universidade são realmente baixas e quem consegue, de fato, são os que tiveram acesso a uma educação de qualidade.

A existência de um filtro extremamente limitador do ingresso na universidade é uma coisa absurda. Da mesma forma como há o ensino básico público, universal e gratuito para qualquer cidadão brasileiro, deveria ser também para o ensino superior, como é em alguns países pelo mundo.

É necessário travar uma luta no interior do movimento estudantil e da juventude pelo fim do vestibular e pelo livre ingresso no ensino superior. A educação é um direito e deve ser garantido para todos os brasileiros.

https://causaoperaria.org.br/2023/fuvest-e-os-vestibulares-que-nem-deveriam-existir/

 

 

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NOTÍCIAS

 

A PARTIR DE 2025

Dominada pelo identitarismo, USP só cobrará mulheres na Fuvest

Nem mesmo Machado de Assis entrou na lista

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Apartir da prova que será realizada em 2025, a Fuvest, que seleciona os ingressantes da USP, terá, pela primeira vez na história, uma lista de leitura obrigatória composta apenas por obras escritas por mulheres. Até mesmo Machado de Assis, o escritor mais importante da história brasileira, ficará de fora da lista.

“Essa é uma lista de ruptura”, afirmou Gustavo Monaco, diretor-executivo da Fuvest e membro do Conselho Universitário da USP. “Temos consciência de que haverá resistência, mesmo internamente na universidade, porque a lista de leitura obrigatória sempre seguiu a linha, justificável, de exigir a leitura dos cânones”, disse.

Os vestibulares, por si só, servem para impedir o acesso dos jovens, principalmente da classe trabalhadora, às universidades. Nesse sentido, não deveriam nem mesmo existir. Agora, deixar de fora nomes importantíssimos da literatura nacional pelo fato de eles não serem mulheres é afastar a juventude da cultura brasileira, visto que essas listas impactam diretamente o currículo nas escolas. Não é porque determinada escritora é boa que é preciso retirar Machado de Assis, por exemplo, da vida escolar dos estudantes.

E mais: é uma atualização demagógica por parte da universidade que finge defender a mulher. Fato é que isso em nada muda na situação da mulher brasileira, algo que só pode ser feito de maneira concreta por meio de uma luta que deve emancipar a mulher econômica e politicamente.

https://causaoperaria.org.br/2023/dominada-pelo-identitarismo-usp-so-cobrara-mulheres-na-fuvest/

 

 

 

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ESCOLAS EM BRASÍLIA

Governo Ibaneis dá larvas para estudantes secundaristas comerem

Alunos enviaram vídeos ao Conselho de Alimentação Escolar do DF denunciando a presença de larvas na comida que receberam em suas escolas

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Estudantes flagraram larvas na merenda de escolas públicas no Distrito Federal. Na última quinta-feira (16/11), alunos registraram em vídeo os insetos se movendo no prato de comida servido no Centro Educacional (CED) 1 do Itapoã.

Esse incidente não foi um caso isolado. Na segunda-feira (13/11), estudantes do Centro de Ensino Médio (CEM) 2 também encontraram larvas na merenda fornecida pela escola e documentaram a situação em vídeo.

As imagens gravadas pelos estudantes são mais um capítulo na crise que afeta a qualidade da merenda na rede pública de ensino do Distrito Federal. De acordo com denúncia do Conselho de Alimentação Escolar do DF (CAE-DF), os estoques de arroz e macarrão estão quase completamente esgotados.

Os alunos enviaram os vídeos com a denúncia para o CAE. A origem da infestação ainda é desconhecida, mas, inicialmente, o CAE suspeita que as larvas estavam presentes no arroz.

O conselho recebeu informações sobre possíveis lotes contaminados em outras escolas da rede pública, incluindo casos em Brazlândia.

Apesar da escassez de alimentos e dos relatos de larvas, a quantia de R$41.560.125,49 destinada à alimentação não foi direcionada para as escolas públicas do Distrito Federal.

De acordo com um levantamento no Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), no período de 1º de janeiro a 17 de novembro, a Secretaria de Educação empenhou R$135.640.744,11. Entretanto, somente R$94.080.618,62 foram efetivamente liquidados, representando um investimento de apenas 69,3%.

https://causaoperaria.org.br/2023/governo-ibaneis-da-larvas-para-estudantes-secundaristas-comerem/

 

 

 

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UNIVERSIDADES FEDERAIS

Projeto propõe fim da lista tríplice para a escolha de reitores

Agora, o projeto deve ser encaminhado para o Senado Federal

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Na última quarta-feira (29), foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) o Projeto de Lei (PL2699/11) que propõe o fim da lista tríplice para a escolha de reitores nas instituições de ensino. Agora, o projeto deve ser encaminhado para o Senado Federal.

De relatoria de Ana Pimentel (PT-MG), o projeto já havia sido aprovado na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Com sua aprovação, a escolha de reitores e dirigentes passará a ser direta, realizada por meio dos votos da comunidade acadêmica.

Como os alunos são os maiores impactados e consideravelmente os que estão em maior número, eles devem ter o maior peso nas decisões.

Os estudantes, junto aos professores e aos funcionários, são os três pilares que fazem a Universidade funcionar e é na mão deles que deve estar o presente e o futuro das instituições federais e públicas que tanto podem servir ao povo brasileiro.

Nesse sentido, é preciso lutar por um governo tripartite nas escolas e universidades, colocando as instituições de ensino nas mãos dos estudantes, dos professores e dos funcionários de maneira proporcional ao seu tamanho.

https://causaoperaria.org.br/2023/projeto-propoe-fim-da-lista-triplice-para-a-escolha-de-reitores/

 

 

Editado por E.R
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  • 2 semanas depois...
NOTÍCIAS

 

VESTIBULAR

Acesso às universidades está ainda mais restrito

MEC reduziu o Sisu de duas para apenas uma edição anual

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Em 2024, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) passará por uma grande mudança que terá um impacto direto no acesso dos estudantes às universidades públicas no Brasil. Anteriormente, o Sisu tinha duas edições por ano, permitindo que os estudantes se inscrevessem no primeiro ou no segundo semestre. No entanto, a partir de 2024, haverá apenas uma edição anual, que ocorrerá entre janeiro e fevereiro, conforme anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).

A decisão do MEC de reduzir o Sisu para apenas uma edição anual foi baseada em alguns fatores identificados nas edições anteriores. Durante a segunda edição anual, era comum observar uma alta taxa de desistência entre os estudantes aprovados, bem como um grande número de vagas remanescentes que não eram preenchidas.

A alegação do MEC é de que a alta taxa de desistência e as vagas ociosas justificam a mudança no formato do Sisu. No entanto, essa medida afeta negativamente o acesso dos estudantes às universidades públicas.

Para os estudantes que desejam trocar de curso de graduação no meio do ano, o MEC planeja implementar um processo mais simples. No entanto, ao contrário das edições anteriores, não serão oferecidas novas vagas durante esse período. Isso significa que aqueles que perderam o Sisu, fizeram algum vestibular antecipadamente, não passaram na edição anterior ou decidiram se inscrever posteriormente, terão que esperar um ano para tentar entrar na universidade.

A alegação de altas taxas de desistência não deve ser resolvida apenas retirando vagas, mas sim investigando a razão desse fenômeno e buscando soluções. Isso, claro, considerando que se mantenha o péssimo sistema de vestibular que existe atualmente no País.

A atitude correta seria acabar com todos os vestibulares e abrir o livre ingresso na universidade, nada menos que isso. Mas, em vez disso, o acesso da população ao ensino superior é cada vez mais restringido, minando a evolução da educação no Brasil.

O vestibular é uma barreira para muitos estudantes e restringe ainda mais o acesso à educação superior. Em vez de limitar o número de vagas e restringir o acesso, é preciso lutar para eliminar os exames de entrada e abrir as portas da universidade para todos os interessados.

https://causaoperaria.org.br/2023/acesso-as-universidades-esta-ainda-mais-restrito/

 

 

 

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32 minutos atrás, Пауло Витор disse:

Isso porque o "Pai dos Pobres" está no poder...

O menor dos males. A verdade é essa.

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NOTÍCIAS

RIO GRANDE DO SUL

Governo Leite ignora centenas de obras de escolas estaduais

Escolas da rede estadual possuem pelo menos 841 demandas de obras ainda não atendidas; Leite nega levantamento

 

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Segundo um levantamento divulgado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul na última segunda-feira (18), as escolas da rede estadual possuem pelo menos 841 demandas de obras ainda não atendidas. O número representa quase 90% das 940 demandas por melhorias. Do total, 51 obras foram iniciadas (5,4%) e apenas 48 foram concluídas (5,1%).

Os dados foram obtidos pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia, e fazem parte do Relatório Final de Monitoramento de Obras Escolares e Falta de Recursos Humanos nas Escolas Estaduais 2023.

334 escolas da rede estadual responderam à pesquisa. Destas, 138 apresentaram problemas elétricos (41,3%), 18 problemas de hidráulica (5,3%) e 112 possuem demandas ligadas ao telhado (33,5%). Além disso, 28,1% apresentam problemas de manutenção e 18,2% relatam problemas no refeitório.

Por meio de uma nota oficial, o governo de Eduardo Leite (PSDB) acusou a comissão de realizar um monitoramento “parcial e impreciso”. Tal acusação, todavia, não parece condizer com a realidade, já que a política do governo gaúcho é justamente atacar os direitos da população e destruir os serviços públicos, como é o caso da educação.

 

https://causaoperaria.org.br/2023/governo-leite-ignora-centenas-de-obras-de-escolas-estaduais/

 

 

 

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NOTÍCIAS

 

COLUNA

Identitários contra o cânone

Identitários influenciam lista de livros de leitura obrigatória no vestibular

 

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Recentemente, foi anunciado que a lista de livros de leitura obrigatória para os candidatos que pleiteiam uma vaga na USP será composta apenas de escritoras durante um período de três anos (2026-2029). A medida soa como uma espécie de ação afirmativa, que tem o DNA da política identitária, em geral muito bem-aceita nas universidades. Mesmo assim, gerou confusão entre um grupo de professores de literatura da USP e de críticos literários, que publicaram uma carta aberta de contestação ao critério de seleção das obras.

Os signatários da carta, por óbvio, não tecem críticas diretas ao viés identitário da ação, mas chegam a questioná-lo pela base: afinal, dessas nove autoras, três são negras e seis são brancas – nenhuma “LGBTQIAPN+” e nenhuma oriunda dos povos originários. O critério de “identidade” é sempre problemático, porque sempre vai faltar algum “representante”, mas pior que isso é usá-lo para substituir o cânone. Ao fazer isso, o pressuposto é que os autores consagrados não têm mérito em si, tendo obtido reconhecimento apenas por fatores externos à sua obra – por, em tese, serem parte do “pacto da branquitude”. Nem Cruz e Souza, Machado de Assis e Lima Barreto parecem escapar desse odioso pacto.

De outro lado, estão os críticos dos missivistas, estes agora acusados de serem homens, brancos, heterossexuais ou o que seja. Esse debate faz lembrar o que há não muito tempo envolveu o incensadíssimo Itamar Vieira Júnior, autor do best-seller “Torto Arado”. Ao lançar o segundo livro – na expectativa de obter o mesmo sucesso de vendas que a propaganda garantiu ao primeiro –, o autor se deparou com o texto de uma crítica literária que se atreveu a fazer o seu trabalho, ou seja, analisar a obra e… apontar alguns aspectos que considerou problemáticos. Ela recebeu queixa dele na caixa de mensagens, depois foi bloqueada nas redes sociais dele e, para não ficar barato, foi alvo da reprovação dele em coluna de jornal, na qual a acusava, basicamente, de ser branca. Como uma pessoa branca poderia fazer a crítica de um autor negro sem incorrer no racismo estrutural?

Como temos visto, o ataque ao cânone é uma das metas dessa política. Sob a justificativa de fazer “justiça histórica”, vão destruindo as bases da cultura. Os autores do cânone têm sua biografia escrutinada em busca de algum ato desabonador, uma revelação de misoginia ou de racismo, algum pretexto para que saiam de cena. Vale dizer que autoras como Clarice Lispector, Cecília Meireles e Raquel de Queiroz, entre outras, sempre estiveram nessas misóginas listas de vestibulares.

O que gera certo incômodo não é, por certo, a presença das mulheres, mas a exclusão de autores que são parte de nossa referência cultural, marcadamente Machado de Assis, que, aliás, era negro – ou, como se dizia antigamente, mulato (miscigenação de branco com negro). Os vestibulares, como sabemos, influenciam o ensino médio, que acaba se voltando para o que os exames pedem. Excluir nossos grandes autores, substituindo-os por outros, colhidos segundo um vago critério de identidade, pode não ser o melhor estímulo a que estudantes conheçam a própria cultura, já tão infestada de superficialidades importadas dos EUA

 

https://causaoperaria.org.br/2023/identitarios-contra-o-canone

 

 

 

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  • 2 semanas depois...
Chapolin Gremista
NOTÍCIAS

LISTA DE LIVROS FEMININOS

Fuvest na política para apagar a cultura nacional

O caráter artificial da lista da Fuvest não deve ser encarado como uma medida progressista

 

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Recentemente, a Fuvest elaborou a relação de obras obrigatórias para leitura destinada a quem quer prestar vestibular da USP. Tal relação foi composta exclusivamente por escritoras, tendo sido deixado de lado todo e qualquer escritor brasileiro, por mais importante que ele tenha sido para a literatura nacional.

Obviamente tal determinação da Fuvest, de caráter abertamente artificial, levou a uma série de críticas, e, por outro lado, apoios, como foi o caso da Folha de S. Paulo e seus colunistas, que se colocaram a favor da medida, dizendo que não existe “caráter militante em escolha de lista exclusivamente feminina”.

A argumentação a favor é que “a Fuvest tenta dialogar com as transformações do cânone literário”, e, claro, “chamar a atenção para a permanente marginalidade das escritoras no ensino médio”. Por outro lado afirmam que de tempos em tempos os integrantes das bancas examinadoras da Fuvest são substituídos, e aí estaria uma das explicações: a caixa preta da Fuvest.
Apesar de reconhecerem que nomes como “Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, José Saramago, Fernando Pessoa, João Guimarães Rosa e tantos outros”, sejam fundamentais, suas ausências não quer dizer “desprestígio”, a ausência de escritoras “apequena as autoras indicadas”.

A caixa preta da Fuvest, que ao determinar a leitura obrigatória de escritoras em detrimento de autores clássicos da literatura brasileira é apontada como um avanço e que se trata de refletir a suposta existência de “novo cânone literário”, que serviria para “incluir uma gama diversificada de vozes e perspectivas, incorporando autores de origens sociais, culturais, étnicas, de gênero e geográficas diversas, com a finalidade de trazer para o debate a riqueza da literatura contemporânea”. Ora, desde quando Paulina Chiziane ou Djaimilia Pereira de Almeida fazem parte de um “novo cânone” literário?

O caráter artificial da lista da Fuvest não deve ser encarado como uma medida progressista que visa dar “visibilidade” para as autoras. Muito pelo contrário. Mais de 100 mil pessoas fazem o vestibular da USP, e é relativamente fácil identificar, de pronto, o interesse comercial de editoras na publicação dos livros de leitura obrigatória para a realização do exame. 

Por outro lado, está relativamente claro que há uma tentativa de apagar o passado literário brasileiro por meio de medidas como estas, que, sob o pretexto de valorizar as mulheres, servem, na verdade, para apagar a história e a cultura brasileira. É a política identitária adotada pela Fuvest, e que já foi amplamente difundida para todos os ramos da atividade política e social da atualidade.

Essa política é um cosmético criado pelo imperialismo para esconder a verdadeira realidade das mulheres, que nada muda, seja com uma lista de de livros de autoras femininas da Fuvest, seja com a indicação de uma mulher para a corte superior, seja com uma nova gerente do Boticário, ou com qualquer outra medida desta natureza. 

“A inovação introduzida não exclui, antes pressupõe, o momento posterior de equilíbrio na construção da lista de leitura obrigatória. Em tal momento, nenhum critério de classificação poderá ser excludente. Afinal, a sociedade é, ela própria, diversificada e múltipla”. E assim, com belas palavras, se apaga um passado literário e cultural riquíssimo do Brasil em troca de uma frivolidade identitária.

A situação da mulher não vai se alterar com medidas iguais às da Fuvest. A falta de creches, de um salário que atenda às suas necessidades; a falta do direito ao aborto e outros direiros democráticos não são resolvidos, por exemplo, com uma lista artificial de autoras para a prova da Fuvest. 

O aumento da quantidade e qualidade literária feminina decorre, invariavelmente, de suas condições sociais para seu surgimento. A tentativa artificial de ocultar esse fato, esse requisito, serve justamente para não resolver esse problema, jogando-o para debaixo do tapete, deixando as mulheres no atual estado completo de opressão.

https://causaoperaria.org.br/2024/fuvest-na-politica-para-apagar-a-cultura-naciona

 

 

 

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Chapolin Gremista
NOTÍCIAS

 

ENSINO PRIVADO

Empresários da educação aumentam mensalidade de escolas em 12,5%

Mesmo com inflação de 4,72%, as escolas privadas inventaram motivos para aumentar as mensalidades em 12,5%

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A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) declarou que o reajuste de preços de mensalidades das escolas que atendem o público B, C e D terá um reajuste entre 7,5% e 12,5%. Isso afetará cerca de 15 milhões e meio de alunos no Brasil, 8,5 milhões destes na educação básica. Os motivos alegados para o reajuste são: folha de pagamento de funcionários; aluguel de imóvel – caso a escola não tenha prédio próprio -; contratos de prestadores de serviços; investimento em novas tecnologias; entre outros.

O que a FENEP não explica é porque com a inflação anual em 2023, de 4,72%, todos esses reajustes chegam ao absurdo de três vezes o valor desta. A verdade é que o setor da educação privada é cada vez mais dominado por monopólios, fator determinante para os preços das mensalidades. Cabe ressaltar que é improvável que isso se reverta em aumentos de 12,5% de salários para os professores e demais funcionários das escolas.

Outro fator interessante é que a recuperação do setor desde a pandemia da COVID-19 ainda não foi efetivada. A estimativa é que apenas nesse ano de 2024 se volte ao número de alunos matriculados que existia em 2019. O crescimento esperado é de em torno de 3%. O aumento no número de matriculados também deveria facilitar as contas, pois aumenta o fluxo geral de mensalidades para as escolas.

No fim, não é possível confiar no setor privado da educação, assim como o da saúde. Os monopólios controlam ambos esses importantíssimos setores da economia que englobam dezenas de milhões de pessoas. Seu objetivo é substituir o setor estatal e abocanhar lucros com serviços essenciais para a população brasileira. 

https://causaoperaria.org.br/2024/empresarios-da-educacao-aumentam-mensalidade-de-escolas-em-125/

 

 

 

Editado por E.R
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