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Netflix , Max, Amazon Prime Video e Paramount +


Professor Girafales

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A multinacional Paramount já decidiu que o Brasil será um dos três países que mais receberão investimentos neste ano para expandir a plataforma Paramount+, um serviço de streaming de filmes, séries e programas por assinatura.

“Todos os nossos indicadores no Brasil e na América Latina estão indo na direção certa, aplicamos nossa estratégia em 2022 de maneira bem sucedida para que 2023 seja de crescimento sustentável”, diz Marco Nobilli, vice-presidente da Paramount e responsável pelas operações internacionais do Paramount+, ao Valor.

O executivo italiano, que já trabalhou no escritório brasileiro da Microsoft e tem passagens por Amazon e Netflix, diz que hoje o Brasil é um dos cinco principais mercados da companhia, tanto na plataforma paga Paramount+ como na gratuita Pluto TV.

A partir de 2023, o plano é “transmitir eventos esportivos ao vivo com a Copa Libertadores e Copa Sul-Americana e também oferecer filmes sob demanda, o que vai ajudar a sustentar esse crescimento que vimos em 2022”.

Por conta desses investimentos, Marco Nobilli acredita que a operação brasileira deve crescer acima da média global da empresa.

Ao fim do terceiro trimestre, a Paramount+ chegou a 46 milhões de assinantes no mundo. As receitas de serviços de “streaming” da Paramount subiram 38% em um ano, para US$ 1,22 bilhão. O serviço ainda não gera lucro e exige investimentos mais pesados para sua expansão. A plataforma está próxima de completar dois anos.

O executivo acredita que a Paramount+ vai continuar a crescer no Brasil. “Nossos levantamentos mostram que o brasileiro assina em torno de três a quatro serviços de ‘streaming’ e como é uma opção barata de entretenimento não passa ainda por perigo de contração”, diz o executivo.

Questionada pelo Valor, a empresa não informou quanto planeja investir na operação brasileira.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/01/05/paramount-prepara-investimento-no-brasil-em-meio-a-cenario-global-de-incertezas.ghtml

 

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A série de Halo, da Paramount+, baseada na popular franquia de games homônima da Microsoft, fez sua estreia em 2022 e embora com inúmeras ressalvas por parte das críticas e dos fãs, a produção foi a série mais assistida do serviço de streaming da Paramount.

Novos episódios para a série de Halo já se encontram em produção.

Fonte : https://www.comboinfinito.com.br/principal/halo-serie-foi-a-mais-assistida-no-paramount-em-2022/

 

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O comentarista Paulo Vinícius Coelho é o novo reforço do time de colunistas do UOL. 

PVC deixará suas funções nos Canais Globo e estreará em fevereiro no UOL. 

Ele também será comentarista na Paramount, emissora que vai transmitir a Libertadores a partir deste ano.

Fonte : https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2023/01/19/pvc-deixa-globo-e-e-o-novo-reforco-do-uol.htm

 

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O aumento no consumo de conteúdo nos serviços de streaming é uma realidade no Brasil, algo que já vem chamando a atenção do mercado publicitário e, principalmente, dos executivos das emissoras de TV.

A medição de audiência do tópico CRS (vídeo sem referência : audiência proveniente de internet, VOD, Pendrive/Notebook, conteúdo de TV não monitorado ou consumido depois de 7 dias de transmissão) já ultrapassa os canais pagos SBT, Record TV, Band e Rede TV. E houve um crescimento significativo no decorrer de 2022.

O streaming cresceu 11% na média/dia (07h às 24h) em 2022. No ano passado, o CRS marcou 8,4 pontos de média, o equivalente a 20% de share.

Em 2021, foram 7,6 pontos, 17,2% de share. O maior crescimento aconteceu no horário nobre (18h às 24h), justamente a faixa onde as emissoras de TV aberta investem pesado em programas inéditos e seus melhores produtos e formatos. Nesse período, no ano passado o streaming fechou com 10,5 de média, o equivalente a 19% de share, somente abaixo da Globo.

No ano anterior, foram 9,3 de média, o que corresponde a 15,9% de share. Esse aumento de 3,1 ponto percentual é significativo, afinal a única emissora que cresceu no horário nobre foi a Band (24%) porque tirou a programação religiosa e investiu no Faustão na Band.

A Globo se manteve praticamente estável, com queda de 4%.

É esse aumento da audiência do streaming no horário nobre que deixa muito claro a mudança de comportamento do telespectador. As pessoas buscam mais conteúdo, diversidade e a possibilidade de assistir o que quer na hora que quer.

É um grande desafio para a TV aberta que não tem como flexibilizar horários, impondo uma grade a seu público. Logo, a solução é a televisão convencional investir em novos formatos, em histórias mais envolventes e sair do lugar comum. E isso não significa necessariamente colocar mais dinheiro ou gastar sem planejamento. É apenas achar a forma mais eficiente para prender a atenção do telespectador. 

Fonte : https://www.noplaynews.com.br/post/streaming-cresceu-em-2022-mais-do-que-a-tv-aberta

 

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A Netflix não esconde sua ambição de roubar espectadores e anunciantes da TV. O plano, como o anúncio de resultados feito em janeiro mostrou, após ajustes no conteúdo e cortes no orçamento nos últimos meses, parece estar funcionando.

A Netflix divulgou que superou sua própria previsão de ganhos de assinantes no último trimestre de 2022, adicionando quase 7,7 milhões de novos clientes. O número foi 70% superior ao que a empresa havia previsto, 4,5 milhões. O sucesso da série "Wandinha", e de filmes como "Glass Onion", ajudaram no resultado.

A receita da Netflix também superou ligeiramente sua projeção, sugerindo que o novo plano baseado em publicidade lançado no último trimestre não gerou uma grande redução entre os assinantes atuais de planos mais caros.

A Netflix também projetou que a receita do primeiro semestre de 2023 cresceria cerca de 4% em comparação ao mesmo período do ano passado. O número é o dobro do aumento de 2% registrado no quarto trimestre. A empresa prevê que o aumento de assinantes e do lucro devem seguir crescendo nos próximos meses.

A explicação para o aumento do lucro é que a Netflix vai apertar o cerco para quem compartilha senhas.

Segundo a empresa, os testes na América Latina sugerem que combater o compartilhamento de senhas levou a uma "receita geral melhorada, que é nossa meta com todas as mudanças de planos e preços".

Os bons resultados e perspectiva positiva fizeram as ações da Netflix dispararem na bolsa de valores, chegando a subir mais de 8,5% na sexta-feira. Adicionar 7,7 milhões de assinantes foi positivo, mas fazer isso sem perder dinheiro e podendo ganhar ainda mais animou os investidores.

As ações da Netflix já subiram mais de 48% nos últimos seis meses, período em que a empresa anunciou sua entrada na publicidade, cortou custos, realizou grandes cortes de funcionários e retomou o crescimento de assinantes. Em meio às boas notícias a empresa também adiantou que Reed Hastings, fundador da Netflix, deixará o posto de co-CEO.

Enquanto a Netflix realiza uma transição aparentemente tranquila, voltando a crescer e lucrar, suas principais concorrentes estão em crise. A Warner Bros. Discovery corta custos para pagar sua alta dívida e a Disney passa por uma de suas maiores crises. No final do ano passado a Disney demitiu o CEO, Bob Chapek, por pressão de acionistas, e agora trava uma nova batalha com fundos ativistas que querem ver mais lucro das plataformas de streaming da empresa.

Bob Iger, que voltou da aposentadoria para retomar o posto de CEO da Disney, posição que ocupava antes de Bob Chapek, inclusive já vem sendo pressionado para deixar o cargo.

Nelson Peltz e seu fundo de investimentos Trian, que comprou US$ 900 milhões em ações da Disney (0,5% da empresa), querem que sejam feitos grandes cortes de custos, além de exigirem um assento no conselho da Disney e um plano de sucessão para Bob Iger.

A Trian, em uma apresentação intitulada Restore the Magic (Restaure a Mágica) publicada dias atrás em seu site, descreveu o que vê como erros cometidos pelo conselho da Disney e comparou os retornos dos acionistas da companhia com as principais empresas listadas na bolsa e os competidores do setor durante o mandato de cada diretor. A ideia era mostrar a baixa performance das ações em relação aos competidores.

"Ainda existem vários diretores atuais e membros da administração que supervisionaram e aprovaram algumas das piores falhas estratégicas e de governança corporativa da Disney", escreve a Trian na apresentação.

O fundo cita a compra da 21st Century Fox por US$ 71,3 bilhões, os altos salários dos executivos da Disney e o alto endividamento da empresa como exemplos de má gestão.

A Disney contra atacou Peltz e divulgou na terça-feira uma apresentação de 16 slides defendendo Bob Iger e o conselho. "Nelson Peltz não entende os negócios da Disney", diz o texto que também afirma que Nelson Peltz não deveria receber um assento no conselho.

O acordo com a Fox, disse a Disney, permitiu expandir suas ofertas diretas ao consumidor em todo o mundo e ampliou seu portfólio de propriedades para incluir filmes como "Avatar" e programas de TV como "Os Simpsons". A empresa também observou que as vendas de ativos após a compra reduziram o custo para a Disney para cerca de US$ 57 bilhões.

Mas Bob Iger e Nelson Peltz concordam em um ponto : o streaming da Disney tem problemas e precisa mudar de rota. A Disney perdia mais de US$ 1 bilhão por ano com suas plataformas de streaming desde a estreia do Disney+. Mas em 2022 o prejuízo disparou. Nos primeiros nove meses de 2022 a empresa perdeu mais de US$ 2,5 bilhões com a área. A hemorragia financeira foi uma das razões da demissão de Bob Chapek.

Enquanto a Disney patina, a Netflix projeta um fluxo de caixa livre (a quantidade de dinheiro disponível em uma empresa que sobra após todos os gastos serem quitados) de US$ 3 bilhões para o ano atual. Vale lembrar que além da Netflix, nenhum outro streaming dá lucro e nem deve fazer isso antes de 2025.

A Netflix disse nesta semana que já passou da fase de maior fluxo de caixa na construção de seus negócios e agora está focada em gerar forte fluxo de caixa livre. O plano de anúncios e o combate ao compartilhamento de senhas para aumentar a receita são duas prioridades para fazer fazer isso.

Outra estratégia é segurar os custos. Se gigantes como Apple, Google e até players tradicionais como Disney e Paramount têm investido bilhões para terem grandes atrações esportivas ao vivo em seus streamings, a Netflix segue distante do movimento.

Mas não é por falta de vontade. A Netflix chegou a conversar com a Fórmula 1 e donos de direitos de campeonatos de surf e tênis, mas o negócio não andou. Ted Sarandos, co-CEO da companhia, disse em dezembro em uma conferência com investidores que a empresa não se opõe a ter esportes, mas não fechou nenhuma compra de direitos porque a conta não faz sentido e não estão dispostos a perder dinheiro.

"Não vimos um caminho lucrativo para licenciar grandes esportes", afirmou Ted Sarandos, que acrescentou: "Não somos antiesportivos, somos apenas pró-lucro". A Netflix "pode ficar duas vezes maior sem esportes", acrescentou.

A Netflix já conquistou uma grande audiência, disse ele, alegando que 165 milhões de lares assistiram à série coreana Round 6 sem que o programa de TV "tivesse que seguir o Super Bowl".

"Não estamos fazendo essa migração [de um negócio de TV de legado]", disse Ted Sarandos. "Temos lucro no negócio de streaming." Disse o executivo em referência a um comentário de Bob Iger, CEO da Disney, que afirmou em uma conferência em setembro que a TV tradicional "está marchando para um precipício distinto e será empurrada (pelo streaming)".

Neste ano, a Netflix fará sua primeira transmissão de evento ao vivo, tendo o comediante Chris Rock como anfitrião. Em entrevista à Bloomberg, Ted Sarandos também adiantou que ter canais FAST (Free Ad-Supported Streaming TV, canais online gratuitos com anúncios) estão nos planos.

Empresas de tecnologia como Amazon e Apple têm sido agressivas na aquisição de direitos esportivos para suas plataformas de streaming, principalmente nos Estados Unidos, onde o mercado está saturado e crescer é cada vez mais difícil.

A Amazon está pagando bilhões pelos direitos exclusivos do "Thursday Night Football" da NFL no Prime Video, enquanto a Apple fechou acordos para a Major League Baseball e a Major League Soccer no Apple TV+.

Mas Ted Sarandos - embora tenha feito uma ressalva de "nunca diga nunca" sobre a aquisição de direitos esportivos pela Netflix - comentou que a economia dos esportes ao vivo é construída em torno da TV paga e não faz sentido para o streaming.

Mas vale notar que nem os gigantes de tecnologia estão alheios ao novo cenário econômico. Amazon, Google e Microsoft (vista por muitos como uma potencial compradora da Netflix) anunciaram milhares de demissões nas últimas semanas.

A estratégia de comprar grandes eventos, principalmente os esportivos por atraírem grandes audiências, é efetiva para atrair assinantes e ganhar mercado, mas costuma trazer prejuízos. O modelo de compra de esportes na TV se sustentava porque a TV paga ajudava a fechar a conta cobrando caro do assinante.

Em seu plano para se tornar a nova TV a Netflix foge do prejuízo e busca fazer negócios racionais. Segue a mesma cartilha da Globo, que abriu mão de competições e renegociou contratos até mesmo abrindo mão da exclusividade da Copa do Mundo de futebol. Manuel Belmar, diretor-geral de Finanças da Globo, já afirmou que a Globo quer ter todas as grandes competições esportivas, mas não fará loucuras nem terá prejuízos.

Um efeito colateral dessa transformação para TV é a radical mudança de conteúdo. Sai o conteúdo mais artístico e segmentado e entram os arrasa quarteirão. A chegada do plano com publicidade na Netflix deve acelerar essa tendência.

Cada vez mais a Netflix precisa que uma série retenha o público por muito tempo para garantir que mais publicidade seja exibida. A expectativa da empresa é que até 10% de seu faturamento venha de publicidade, algo como mais de US$ 3 bilhões por ano. Uma das razões do cancelamento da série "1899" foi a baixa taxa de pessoas assistindo o conteúdo até o final, além de seu alto custo de produção. 

Pela mesma razão mais séries devem ser canceladas. Mesmo uma série de sucesso talvez não faça sentido ter uma nova temporada se já existir algo semelhante no catálogo da Netflix para o mesmo público custando menos. Como na TV, o objetivo é atrair um público mais abrangente pelo menor custo.

"Nunca cancelamos um programa de sucesso", disse Ted Sarandos semana passada à Bloomberg. "Muitos desses shows foram bem-intencionados, mas falam para um público muito pequeno com um orçamento muito grande. A chave para isso é que você deve ser capaz de falar com um público pequeno com um orçamento pequeno e um grande público com um orçamento grande. Se você fizer isso bem, você pode fazer isso para sempre.

"House of Cards" e "Orange Is the New Black" foram pioneiras e marcaram território, mas hoje dificilmente funcionariam na nova Netflix.

Desde 2019, à medida que a competição aumentava no streaming, cresceu a reclamação de que os algoritmos passaram a beneficiar os blockbusters e grandes franquias como Stranger Things em detrimentos das produções mais artísticas.

Ironicamente, à medida que a Netflix fica cada vez mais parecida com a TV tradicional, a TV tradicional tenta criar produtos diferenciados para resistir ao apelo das gigantes de streaming. A guerra do streaming virou a guerra da mídia e está longe de acabar.

Fonte : https://www.uol.com.br/splash/colunas/guilherme-ravache/2023/01/23/para-virar-tv-netflix-cancela-series-quer-esportes-e-foge-do-prejuizo.htm

 

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A Accenture, multinacional de consultoria de gestão e tecnologia da informação, divulgou um relatório que mostra que 77% dos consumidores brasileiros se sentem sobrecarregados com a quantidade de serviços de streaming disponíveis no mercado.

Além do alto índice de brasileiros que se sentem abarrotados pela quantia exacerbada de plataformas para consumo de entretenimento, a pesquisa também identificou outros pontos, tais como: 

- 88 % dos consumidores brasileiros estariam interessados em um único aplicativo que possa fornecer todos os serviços de que precisam em uma plataforma e 57% estariam interessados em pagar por isso;

- 32 % passaram mais de 10 minutos procurando algo que vale a pena assistir; 

- 37 % ficam frustrados por ter que alternar entre diferentes aplicativos para diferentes serviços. 

"Os serviços de streaming independentes enfrentam alguns problemas simples : existe um limite para o que os consumidores estão dispostos a pagar, além de um nível de complexidade e número de opções com os quais estão preparados para lidar", explica John Peters, diretor geral da prática de Mídia e Entretenimento na Accenture.

Fonte : https://www.omelete.com.br/filmes/brasileiros-sobrecarregados-pelos-streamings

 

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O prejuízo da Globo com a Copa do Mundo foi surpreendente para muitos. Afinal, após vender mais de R$ 1 bilhão em publicidade no evento e bater recordes de audiência, o esperado era que no mínimo não perdesse dinheiro. 

Mas como a Globo fechou o segundo contrato mais caro do mundo com a FIFA (Federação Internacional de Futebol) para ter a Copa do Mundo, só perdendo para os Estados Unidos (que tem 117 milhões de habitantes a mais que o Brasil e é a maior economia do mundo), o lucro se tornou um sonho distante para a emissora carioca.

Mas é difícil resistir à tentação. O futebol, assim como os grandes eventos esportivos ao vivo, é uma espécie de canto da sereia. A mais recente vítima foi a Paramount. A empresa fez um lance tão alto pelo pacote de streaming da Libertadores que a Globo nem teve chance de ir para uma segunda rodada na disputa. Enquanto a Globo oferecia algo na casa dos R$ 35 milhões, a Paramount teria arrematado por R$ 50 milhões. Procurada, a plataforma de streaming não comentou. Após chegar atrasada na corrida do streaming com o Paramount+, para cortar caminho e crescer na América Latina, a Paramount fez uma aposta alta no futebol ao comprar a Libertadores, mesmo sabendo que teria grandes chances de perder dinheiro.

Ao lado da ESPN, a Paramount foi a maior compradora na licitação de clubes da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para a América do Sul. A Globo fechou apenas a transmissão em TV aberta.

Os novos acordos devem gerar para a Conmebol US$ 1,14 bilhão (R$ 7,3 bilhões) no total com os direitos da competição de clubes no Brasil e nos territórios de língua espanhola da América Latina. Isso representa um aumento de US$ 350 milhões (R$ 1,8 bilhão) em relação à negociação anterior.

O problema é que a conta dos direitos esportivos não está fechando. Diversas empresas que adquiriram direitos de transmissão a peso de ouro enfrentam crescentes dificuldades para lucrar com suas aquisições e começam a repensar os valores pagos.

A Paramount, assim como a Globo na Copa do Mundo, terá um prejuízo considerável com a Libertadores, já que não alcançou as metas de venda estabelecidas para a competição.

Com os jogos também sendo mostrados em cada vez mais plataformas, as chances de recuperar o investimento caem drasticamente, já que a audiência se torna mais fragmentada e os anunciantes querem pagar menos por ter menos garantias de retorno.

Grandes competições ao vivo seguem sendo um ímã de audiência e anunciantes, mas, como em qualquer negócio, quando oferta e demanda se tornam desequilibradas, surgem distorções.

Nos últimos anos, com a chegada de dezenas de plataformas de streaming, a demanda disparou e a oferta de grandes campeonatos premium seguiu a mesma. Então, os preços das competições dispararam, alimentados pela disputa entre as empresas de streaming, incluindo as bem capitalizadas gigantes de tecnologia que também entraram no segmento.

Antes da Paramount, a Meta (dona do Facebook) era a dona do pacote digital da Libertadores. Na visão de muitos, a compra dos direitos da Libertadores pela Meta foi um dos piores negócios já realizados pela gigante de redes sociais, que pagou muito acima do valor de mercado e não conseguiu vender bem as cotas comerciais.

Depois de mais de uma década de juros baixos e capital fácil, agora as empresas estão diante de um novo cenário. As big techs viram seu faturamento encolher, e os grupos de mídia perdem receita na TV aberta e paga, além de verem o prejuízo no streaming disparar.

Para piorar, a previsão é de retração econômica global nos próximos meses. Duros cortes de custos, inclusive nas big techs, já estão acontecendo.

As únicas duas grandes plataformas de streaming que não dão prejuízo atualmente são a Netflix e a Discovery+. Os executivos da Netflix já disseram que gostariam de transmitir grandes campeonatos ao vivo, mas que os preços atuais são inviáveis e resultam em prejuízo. 

Já a Discovery+ tem apenas 20 milhões de assinantes, mas, ao priorizar reality shows e eventos mais segmentados de baixo custo, como corridas de ciclismo e carros antigos, foge das competições mais caras e se torna rentável.

Não parece ser coincidência que as duas únicas grandes plataformas de streaming que dão lucro não transmitam grandes campeonatos esportivos tradicionais ao vivo.

A gigante Disney, líder mundial nos investimentos em conteúdo, já anunciou mudanças. Bob Iger, CEO da empresa, sugeriu que o chefe da ESPN, Jimmy Pitaro, e todas as empresas do grupo terão de ser mais seletivas sobre acordos esportivos no curto prazo.

Bob Iger diz que não planeja cortar investimentos na ESPN (que tem a maior parte de seus contratos de longo prazo), mas isso não significa que haverá dinheiro extra ou que os contratos que terminarem serão renovados se subirem de valor.

Em junho de 2022, a Disney não renovou os direitos de streaming das partidas de críquete da Indian Premier League (IPL). Quem levou os direitos do torneio foi a Viacom18, uma joint-venture criada na Índia que tem como donos o grupo indiano Reliance e a Paramount. O campeonato de críquete é um fenômeno na Ásia. Quando a Disney levou a IPL para sua plataforma em 2019, ganhou cerca de 4 milhões de novos assinantes logo no início da temporada. Sem a IPL, a Disney perdeu 2,4 milhões de assinantes no último trimestre de 2022. Foi a primeira queda em sua história.

Após perder mais de R$ 52 bilhões com seu streaming desde o lançamento do Disney+ em novembro de 2019, a empresa decidiu dar um basta à sangria e cortará custos e produções. A Disney divulgou dias atrás que demitirá 7.000 funcionários e cortará US$ 5,5 bilhões (R$ 28,6 bilhões) em custos. Bob Iger disse que a empresa esperava economizar US$ 3 bilhões em conteúdo, mas acrescentou que "não em esportes". No entanto, pagar mais pela IPL não parece ser uma opção viável.

A nova posição da Disney de cortar custos ocorre quando o mundo da mídia está se preparando para uma nova negociação de direitos com a NBA (National Basketball Association). Será uma das maiores do mundo.

A Disney compartilha os direitos dos jogos da NBA com a Warner Bros. Discovery. A Warner também vive uma situação delicada, a companhia luta para reduzir uma dívida de mais de R$ 275 bilhões e tem cancelado produções e realizado sucessivas demissões desde que foi comprada pela Discovery.

Como a NFL (National Football League), recentemente, assegurou aumentos expressivos dos valores de acordos de direitos com todas as principais empresas de mídia e com a Amazon, a expectativa é de que a NBA queira o mesmo.

O último contrato de direitos da NBA foi avaliado em mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,4 bilhões) por ano e expira após a temporada 2024/2025. Mas as mensagens até o momento não são positivas.

O CEO da Warner, David Zaslav, disse a investidores em novembro que sua empresa "não precisa ter a NBA", embora tenha renovado os contratos de todos os seus principais analistas de basquete.

Bob Iger disse que gostaria de ter a NBA, mas que a Disney precisava ser mais cautelosa para fechar acordos de direitos esportivos. A ESPN já está presa a acordos de longo prazo com a NFL e a SEC (Southeastern Conference, que reúne 14 universidades e detém variadas modalidades, incluindo parte da badalada liga de basquete universitário).

Além disso, comentários na imprensa afirmam que a NBA tem a a expectativa de triplicar o valor de seus direitos, indo dos atuais US$ 25 bilhões (R$ 130,3 bilhões) para US$ 75 bilhões (R$ 391,1 bilhões).

NBC, Apple e Amazon, três players que operam plataformas de streaming que dão prejuízo, estariam interessadas em obter os direitos da NBA.

Todos querem esportes. Mas quem transmite ganha menos com a crise na mídia, e quem vende os direitos exige cada vez mais, já que os esportes estão entre as poucas atrações que ainda são audiência certa.

Observar os resultados das empresas de mídia ajuda a entender o tamanho do problema. A Paramount divulgará o balanço completo de 2022 somente em 16 de fevereiro, mas, nos nove primeiros meses do ano passado, quando acelerou seu crescimento no streaming, os custos dispararam, e o lucro despencou, mesmo com a empresa faturando muito mais com o streaming. A receita do Paramount+ quase dobrou no terceiro trimestre, enquanto seus negócios diretos ao consumidor, que incluem o principal serviço de streaming, assim como o Pluto TV.

O Paramount+ chegou a surpreendentes 46 milhões de assinantes, impulsionado pelos esportes, principalmente a NFL e o futebol internacional. Mas a Paramount registrou um lucro de US$ 231 milhões (R$ 1,2 bilhão), abaixo dos US$ 538 milhões (R$ 2,8 bilhões) no mesmo trimestre do ano anterior. Custos e despesas aumentaram 11,5%. O crescimento de receitas e custos em boa parte se deu pelos investimentos no streaming.

Mesmo crescendo o número de assinantes em ritmo mais rápido de que os concorrentes, a Paramount nos últimos meses também se viu forçada a cortar. Nos últimos dias, anunciou o cancelamento de diversos shows no Showtime, seu canal concorrente da HBO, e irá integrar o Showtime ao Paramount+ para cortar custos. Também irá concentrar sua produção em torno de spin-offs de suas séries de maior sucesso no streaming como Dexter e Yellowstone.

Com mais conteúdo do Showtime dentro do Paramount+, a expectativa da empresa é de que consiga atrair mais usuários gastando menos. 

Surpreendentemente, quem talvez esteja em uma situação ainda mais desafiadora seja o streaming da Amazon, o Prime Video. 

Após comprar o estúdio MGM por US$ 8 bilhões (R$ 41 bilhões), produzir a série mais cara da história (Os Anéis de Poder) e investir mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) por ano para ter o Thursday Night Football pelos próximos 11 anos, a Amazon viu sua margem de lucro despencar. O lucro operacional da Amazon diminuiu para US$ 12,2 bilhões (R$ 63,3 bilhões) em 2022, em comparação com US$ 24,9 bilhões (R$ 129,8 bilhões) em 2021. 

O Prime é um dos culpados. Os investidores também questionam até que ponto a oferta de streaming retém os assinantes da Amazon Prime, já que o maior benefício parece ser as entregas em menor tempo e sem custo, e não os filmes e séries.

Certamente há sinais positivos. O Thursday Night Football terminou a temporada no Prime com média de idade mais jovem de qualquer pacote de transmissão da NFL desde 2013 e audiência 11% maior em relação à última temporada entre jovens de 18 a 34, segundo a Nielsen Media Research.

O faturamento da Amazon também ajuda a diluir as perdas de seu streaming, mas a pressão de investidores para que a gigante de e-commerce melhore suas margens de lucro tem aumentado.

Nos Estados Unidos, a notícia de que a Diamond Sports Group, uma coleção de 19 redes esportivas regionais (RSNs) que fazem negócios usando a marca Bally Sports, planeja entrar em concordata na próxima semana mostra os crescentes riscos deste mercado. O grupo controla os direitos de transmissão local de mais de 40 times da NBA, NHL e MLB, e sua falência é um golpe no modelo de rede a cabo que impulsionou os esportes nos últimos 50 anos. Vale lembrar que a margem de lucro do streaming é muito mais baixa em comparação à TV a cabo.

A Diamond é do Sinclair Broadcast Group, que comprou os RSNs em um acordo de US$ 9,6 bilhões (R$ 50 bilhões) em dívidas em 2019. Desde então, a empresa tem lutado para salvar o negócio, mas a rápida saída dos consumidores do cabo dificulta uma solução.

Com os grandes compradores de direitos esportivos cortando custos para fugir de prejuízos, o poder de negociação das ligas tende a cair. Mas um potencial substituto para o dinheiro das das gigantes de mídia são os grandes fundos de investimento internacionais.

Os fundos Apollo Global Management, Carlyle Group e o banco J.P. Morgan já manifestaram o interesse de investir em um braço de mídia da liga italiana de futebol que tivesse as transmissões das competições.

No Brasil, duas ligas reúnem os principais times do país atualmente. A Libra tem 18 times, a Liga Forte Futebol tem 26 times. O Mubadala, fundo de Abu Dhabi, investiu mais de R$ 4,75 bilhões na Libra. A Liga Forte Futebol assinou com  fundo Serengeti e LCP Corretora por R$ 4,85 bilhões. Nos dois casos, os investidores ficaram com 20% das respectivas ligas, e agora elas tentam chegar a um acordo para transmitir os campeonatos com todos os clubes.

Investir em esportes se tornou um grande negócio. Entre 2002 e 2021, o retorno médio do preço de uma equipe da NBA foi de 1.057%, em comparação com o retorno médio de 458% das 500 maiores empresas americanas, de acordo com estimativas do PitchBook.

Outros esportes também ofereceram retornos sólidos. O PitchBook estima que os clubes da Major League Baseball ofereceram um retorno de preço de 669% de 2002 a 2021, e a National Hockey League retornou 467%.

A divisão de private equity da PitchBook, em 2021, estimou mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,2 trilhões) em negócios totais no ano de 2020 envolvendo esportes, e cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10,4 bilhões) foram gastos na compra de participações acionárias em franquias esportivas nos EUA.

Com os melhores negócios nos Estados Unidos e Europa se tornando mais raros, a América Latina se abre como um novo mercado de oportunidades.

Muita gente imagina os esportes como um negócio isolado, mas cada vez mais eles estão conectados a outros setores, como no caso do streaming, que é uma grande vitrine dos esportes, mas também altamente dependente dele. 

Outro exemplo é o crescente mercado de apostas. A American Gaming Association, grupo comercial que representa a indústria de cassinos, projetou que um recorde de 50,4 milhões de americanos apostaria US$ 16 bilhões (R$ 83,4 bilhões) no Super Bowl deste ano, o dobro da estimativa do ano passado. 

Isso inclui não apenas apostas esportivas legais, que a AGA estima em cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhão), mas também apostas em sites offshore não regulamentados, corretores de apostas e apostas sociais entre amigos ou colegas de trabalho. Se isso for verdade, seria o dobro das estimativas do ano passado.

Mas enquanto os esportes seguirem atraindo uma audiência fiel em um mercado no qual reter a atenção das pessoas é cada vez mais difícil, não espere ingressos mais baratos ou preços menores para qualquer competição.

Fonte : https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/mercado/a-maldicao-do-futebol-no-streaming-esporte-vira-sinonimo-de-prejuizo-97566

 

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Ao contrário do que pensaria o senso comum, as plataformas de streaming não são um fenômeno das classes sociais com maior poder aquisitivo, nem estão concentradas na Geração Z no Brasil.

Segundo medição da Kantar Ibope Media, que começou a dimensionar o tamanho desse mercado há cerca de um ano, a Classe C é quem mais está conectada ao serviço, cuja faixa etária dominante é de pessoas entre 35 e 49 anos.

“Os dados do Inside Video 2022 mostram alguns indicadores do perfil do consumidor brasileiro no vídeo on-line. O maior consumo está na faixa dos 35 a 49 anos (26%) e de 25 a 34 anos (18%)”, afirmou Adriana Favaro, diretora de desenvolvimento de negócios da Kantar Ibope Media, em entrevista à Máquina do Esporte.

A executiva revelou mais dados surpreendentes a respeito de consumo desse tipo de plataforma audiovisual.

“A classe socioeconômica mais presente é a C (48%), até em função do volume de consumidores, seguida pelas Classes A e B (40%). O estudo mostra também que o preço do fornecedor e um amplo catálogo de filmes e séries são os principais motivos que levam alguém a assinar esse serviço (47%)”, contou a executiva.

Um desafio para a Kantar Ibope medir esse tipo de audiência é que o consumo de produtos no streaming é fluido. O assinante pode assistir ao produto audiovisual que quiser, na hora que quiser, dificultando a medição da audiência. Nada, porém, que não possa ser superado com um ajuste às novas tecnologias.

“As discussões com o mercado para a mensuração crossmedia começaram há cerca de cinco anos no Brasil, a partir de nossas contínuas conversas com diversos players do mercado, agências e anunciantes, emissoras de TV, plataformas digitais e de streaming”, disse Adriana Favaro.

“Começamos a implantar o Focal Meter, um medidor conectado à rede de wi-fi domiciliar capaz de aferir o consumo de vídeo no domicílio, em 2021, e lançamos, em 2022, o Cross Platform View, que fornece esses dados para os nossos clientes”, acrescentou.

A implantação da metodologia pela Kantar Ibope mostrou ser possível estabelecer como o público brasileiro tem consumido os diversos produtos no streaming.

“A Kantar Ibope Media utiliza uma metodologia comparativa com métricas precisas, e atualmente temos tecnologias complementares para reportar todas as visualizações do Painel 2.0. Os aparelhos Focal Meter estão instalados nos roteadores domésticos, medindo tráfego de internet, e os Peoplemeter DIB 6 identificam a audiência de emissoras lineares”, contou a diretora da Kantar Ibope.

Atualmente, porém, ainda não é possível aferir quantos clientes consomem determinado produto audiovisual, seja filme, série, documentário ou transmissão esportiva ao vivo, que têm sido um trunfo no Brasil por parte de plataformas populares como Amazon Prime Video e YouTube.

“O Cross Platform View ainda não fornece granularidade sobre um programa específico. Ele avalia o consumo por faixa horária dessas plataformas”, explicou.

“Pode-se fazer alguma correlação entre um evento, como uma partida de futebol transmitida pela plataforma, por exemplo, e a audiência daquele momento, mas não é possível dizer a audiência exata do evento”, ponderou.

Se tem roubado muito público das transmissões televisivas mais tradicionais, as plataformas de streaming ainda estão longe de dominar a audiência entre o público brasileiro, mesmo considerando que algumas estejam disponíveis gratuitamente, como YouTube e Pluto TV.

"As emissoras lineares de TV (incluindo televisão aberta e fechada) são responsáveis por 79% do tempo de consumo de vídeo em casa, e os serviços de streaming por 21%, de acordo com o estudo Inside Video 2022, lançado pela Kantar Ibope Media em maio passado, com dados do Brasil"

Fonte : https://maquinadoesporte.com.br/midia/kantar-ibope-mostra-que-classe-c-e-publico-senior-dominam-a-audiencia-do-streaming/

 

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Audiência de serviços de vídeos e streamings no Brasil :

1. YouTube - 14,71 %
2. Netflix - 4,38 %
3. Globoplay - 0,78 %
4. Amazon Prime Video - 0,51 %
5. HBO Max - 0,36 %
6. Disney + - 0.22 %
7. Twich - 0,18 %

Fonte : https://www.uol.com.br/splash/noticias/ooops/2023/03/10/veja-ranking-de-ibope-dos-servicos-de-streaming-no-brasil.htm

 

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https://www.uol.com.br/splash/noticias/ooops/2023/03/02/exclusivo-tv-aberta-e-paga-ainda-tem-76-do-ibope-no-brasil.htm

Audiência (TVs, serviços de streaming e serviços de vídeos) :

1. Globo - 33,7 % 
2. Streaming + Youtube - 21,8 % 
3. TV por assinatura - 9,1 %
4. Record TV - 10,6 %
5. SBT - 8,3 % 
6. Band - 2 % 
7. RedeTV - 0,7 %

 

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