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Entrevista com Mário Lúcio de Freitas


Corpo do Benito

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Entrevista editada. Mas deu 5 páginas! @.@

Espero que seja útil. =)

"Silvio Santos não queria que Chaves fosse para o ar"

Mário Lúcio de Freitas revela bastidores dos mais de 50 anos de sua carreira

Por Paulo Pacheco

A extensa carreira de Mário Lúcio de Freitas começou aos quatro anos de idade, no circo da família. Como músico, participou, entre outros conjuntos, de Os Iguais, durante a Jovem Guarda. Como produtor musical, fez canções para novelas da Globo. Em 1994, fundou a Gota Mágica, estúdio de dublagem de desenhos até hoje lembrados pelo público, como Os Cavaleiros do Zodíaco. Produziu aberturas e vinhetas para o SBT por quinze anos. Muitas delas ainda estão no ar, como a famosa abertura do seriado Chaves, rendendo um processo contra o SBT por desrespeito ao direito autoral. Em entrevista, Mário Lúcio conta como conheceu Silvio Santos, fala da amizade com Marcelo Gastaldi, falecido dublador do Chaves, e expõe detalhes da criação da Gota Mágica.

Quando começou sua carreira?

Foi no circo Marabá, do meu pai, em 1952. Eu era o palhacinho, meus pais eram trapezistas e trabalharam em circos grandes na época, como o Circo Garcia. Meu pai também era palhaço, comprou um circo e me deu a chance.

Como foi o ingresso do circo para a televisão?

Eu comecei a fazer alguns programas de televisão. Acho que eles me viram no circo e me convidaram para fazer programas do tipo Praça da Alegria. Comecei a fazer umas pontinhas vestido de palhaço e resolveram me contratar.

Como surgiu sua trajetória de músico?

No circo eu já cantava. Em 1962, meu pai me comprou uma guitarra e eu comecei a tocar um pouquinho. Minha amiga Soninha, namorada de um amigo que você deve conhecer e que já faleceu, o Marcelo Gastaldi, tocava um pouquinho de violão e começou a me ensinar a música “Ouçaâ€, da Maysa. E me convidaram para entrar em um conjunto que estava começando, Os Giannini’s. Comecei a ser o contrabaixista, porque, como tinha quatro guitarristas e um baterista, alguém tinha que tocar contrabaixo (risos). Surgiu o programa Jovem Guarda, com todo aquele sucesso, a fila era muito grande naquela época, e contrataram meu conjunto para ficar tocando na rua, animando a fila. E um dia um baixista da Jovem Guarda saiu de um conjunto e foi para outro, e me convidaram para entrar no lugar, foi quando eu fiz Jovem Guarda, e virei profissional.

Nesse grupo tinha o Marcelo Gastaldi?

Não. Esse grupo [com o Marcelo Gastadi] era o quarteto vocal Os Iguais, comigo, o Antônio Marcos, que ficou famoso, o Apolo e o Marcelo Gastaldi. O Marcelo e eu éramos atores da TV Paulista nessa época. O Antônio Marcos, não. O Apolo não era ator, mas trabalhava na parte administrativa da TV Paulista.

O senhor e o Marcelo conviveram juntos...

Até ele morrer, de 1960 a 1995. Só que teve uma fase em que nos separamos um pouco. Quando o conjunto acabou, ficamos um tempo assim. Depois nós voltamos na época do SBT, nos anos 80 e depois até o fim.

Já que falou de SBT, como o senhor conheceu Silvio Santos?

Conheço o Silvio Santos desde 1959, 1960. Exatamente a fase em que eu estava fazendo circo e ele, televisão. Eu cheguei a fazer a Caravana do Peru, não sei se você já ouviu falar disso, a caravana de circo do Silvio Santos. Chamava-se Caravana do Peru porque o apelido do Silvio Santos no começo era o peru que fala, porque ele ficava vermelho. A primeira coisa que ele começou a fazer foi circo, e eu participei por um tempo da Caravana do Peru.

Então quando o Silvio fundou o SBT, ele já o conhecia.

Só que eu acho que ele não me conhece até hoje. Eu fiz uns 200 trabalhos para ele, mas...

Quando o SBT cobriu o evento com os fãs de Chaves, o senhor estava lá e não o entrevistaram.

Não, me entrevistaram. Só que me cortaram. Você sabe por que, não é?

Gostaria que o senhor me explicasse.

Existe um processo meu contra o SBT. Eu trabalhei no SBT de 1981 a 1996, mas eu nunca fui funcionário, só prestei serviços. Existe no SBT um departamento musical dirigido pelo maestro Osmar Milani. Então toda vez que precisava fazer a abertura de um programa, o SBT pedia para o departamento criar a música. O SBT não gostava muito do trabalho do departamento e em cima da hora pediam para mim. Eu acabei fazendo umas 40 aberturas para eles, só que eu não era funcionário deles. Em todo esse tempo não colocavam o meu nome. É isso que está sendo cobrado. Eu digo que ele não me conhece porque eu trabalho com ele desde a Caravana do Peru, trabalhei 15 anos para o SBT e ele não sabe quem eu sou. Se ele me encontrar na rua, ele não sabe quem eu sou. Mas não acho que seja de propósito, ele é uma pessoa muito ocupada. Acho que, realmente, falta assessoria.

Desde o começo da TVS, o senhor trabalhou fazendo aberturas?

Sim. Comecei fazendo Lucille Ball, uma série cujas músicas eu fazia para cantar. Depois fiz a abertura do Marco, um desenho, tinha uma abertura. A música não era minha, mas fiz o arranjo. E comecei a fazer isso, me chamaram para fazer porque não tinha ninguém contratado da emissora para fazer. E fiz as novelas, fiz dez novelas.

Fez Os ricos também choram?

Os ricos também choram, Chispita...

Vocês que trocaram Guadalajara por Araraquara?

Foi a dublagem (risos). É uma orientação do SBT. O Silvio Santos pedia para que tudo fosse dublado. No próprio Chaves acontecia isso.

Isso até prejudicou um pouco, porque, no Chaves, quando teve diferença de lotes, a continuação de um episódio foi comprada anos depois e o primeiro episódio da história de Acapulco, por exemplo, a cidade era Acapulco, mas, nos outros dois, foi dublado como Guarujá.

Neste caso, a culpa não é nem da dublagem, nem do SBT. É culpa da Televisa. Eles [da Televisa] eram meio bagunçados. Outro caso que acontecia era que, na época, as gravações eram ruins, chegavam capítulos, por exemplo, em que um pedaço da fita estava todo deteriorado, não dava para exibir aquilo. Todo mundo pensa: Não, é episódio perdido. Não era perdido, mas veio em más condições e não dava para exibir aquilo. Não houve um planejamento da Televisa para vender a série organizada. E também era uma coisa da época, a dublagem estava passando de filme para o videotape. Todo mundo se perdeu ali.

Quando Chaves chegou ao SBT, o Silvio pediu para a Maga dublar. A Maga era um estúdio sem estúdio?

A Maga não tinha estúdio, mas nem precisava ter. O SBT tinha feito seis estúdios e terceirizava a dublagem, contratava várias dubladoras. E me contratavam para fazer música para todas. Eu dirigi muitas séries no SBT, como Jem e as Hologramas, Ursinhos Carinhosos, isso nos estúdios do SBT. O diretor era o Salathiel Lage, um amigo meu, até conversei com ele outro dia, e ele estava me lembrando exatamente da chegada desse primeiro lote. Primeiro: Chaves não ia para o ar. O departamento artístico do SBT, que na época era TVS ainda, disse: Não, isso aí é muito ruim, não vamos pôr no ar isso. Não vai para o ar. Chaves veio de contrapeso, o Silvio comprou uns programas, umas novelas e veio o Chaves de brinde (risos). E o departamento disse: Não, essa série é muito ruim, é um humor muito infantil, moleque, criança não gosta disso. Não vamos colocar no ar. E o Salathiel falou para o Silvio Santos: Silvio, você tem que colocar no ar, isso é legal. E o Silvio respondeu: Não, o departamento já falou que não vai para o ar. E o Salathiel falou: É o tipo do humor que a criança vai gostar, eu gostaria até que meu filho visse. Mas o Silvio respondeu: Não, não, não vai para o ar.

O Silvio falou isso?

O Silvio não queria que pusesse no ar. O Salathiel insistiu, insistiu, até que o Silvio falou (imitando o Silvio Santos): Está bom, está bom, Salathiel, vamos colocar, mas foi de contragosto, porque ninguém acreditava no Chaves. Eu já vi até gente escrever que isso é mentira. Não é mentira, eu acabei de ouvir isso de novo do diretor da dubladora. Isso é verdade. A série não ia para o ar, porque não acreditaram. E, na época, a mídia disse que estava mal dublado, que a dublagem era horrorosa. Estava mudando de filme para vídeo. Então começaram a dublar em vídeo e tinha que refazer tudo: porta, avião, passo, música. E hoje falam que a melhor dublagem é a do Chaves.

Como o senhor foi chamado pelo SBT para fazer as músicas?

O Marcelo me indicou.

Desde o começo [da dublagem de Chaves] o senhor também participava?

Eu participei de tudo, comecei antes disso. Eu fazia a parte musical. Todas as músicas que cantam na série fui eu que dirigi. Tem um violão tocando, mas sou eu que toco. O Chaves vai tocar uma música, mas sou eu que estou tocando. E algumas músicas também, essas musiquinhas que nós chamamos de Background Music, mas que, na verdade, é ME, Música e Efeitos. Depois, já nos anos 90, teve o lote dublado na Marshmallow. A Maga foi para lá e alugou alguns estúdios nossos.

Como foi fundada a Marshmallow?

Começou a pintar muita coisa para fazer, então fiz uma sociedade com o Gilberto Santamaría para fazer o estúdio Marshmallow. Depois entrou um terceiro sócio, o [Antônio] Paladino, diretor da gravadora do SBT e diretor da Som Livre. Ele trabalhava na Som Livre, foi para o SBT e voltou para a Som Livre. Montamos a Marshmallow, um estúdio de publicidade, e começamos a fazer dublagens. Depois eu saí e ficou só como dubladora mesmo.

O senhor se lembra de quantas vezes a Marshmallow dublou Chaves? Porque foram em anos diferentes.

Foi em 1992. Já tinha fechado o estúdio na TVS e a Maga ficou sem estúdio. As músicas do Chaves foram gravadas todas na Marshmallow. Nessa época, esses capítulos da Maga dublados na Marshmallow já vinham com ME, mas eram meia-boca, eles estavam começando a fazer isso. Por isso que em alguns capítulos tem músicas minhas de discos da Som Livre. Por exemplo, tem disco da novela Vamp [da Rede Globo], tem música minha que está no Chaves. Por quê? Porque a ME estava ruim.

Caiu como uma luva, hein?

(Risos) Melhor do que as outras! Mas na realidade foi feita para a novela.

Como era a sua relação profissional com a Globo?

Meu parceiro que trabalhava na Som Livre e eu não podíamos apresentar os projetos com nosso nome, por isso usávamos pseudônimos.

Depois da Marshmallow veio a Gota Mágica. Como foi feita essa transição?

O meu primeiro sócio, Gilberto Santamaría, morreu, era novo, tinha 38 anos. Aí fiquei só com o Paladino. Hoje ele é meu amigo, mas na época a sociedade não estava dando certo. Eu falei: Paladino, eu vou sair, vou fazer um estúdio para mim, só que enquanto eu estou montando o estúdio eu posso ficar aqui? Ele disse: Tudo bem. Eu saí da sociedade e fiquei mais um mês na Marshmallow, mas já não sendo Marshmallow, sendo Gota Mágica. A Gota Mágica nasceu dentro da Marshmallow. Ficou um ano gravando no estúdio da Marshmallow. A Gota Mágica estreou em 1994.

Os Cavaleiros do Zodíaco foi o primeiro trabalho da Gota Mágica?

Foi o primeiro trabalho da dubladora Gota Mágica. Foi muito engraçado, vou até lhe contar um detalhe: quando eu saí da Marshmallow, eu não tinha pago a minha parte da sociedade. O Paladino sempre teve dinheiro e eu não, era produtor (risos). Aí me ligou um cara que eu não conhecia. Sabe o que eu lhe falei, que eu tocava na porta do Teatro Record e me chamaram para trabalhar lá dentro? Aconteceu igual. O cara do telefone disse: Sou um empresário espanhol, eu vou trazer uma série para o Brasil e queria que você orçasse a dublagem para mim. Eu pensei: Acabei de montar a Gota Mágica e tem um cara me procurando? Eu não vou fazer isso, mas o cara me pediu o orçamento e vou fazer. Liguei para a Herbert Richers, que era a [dubladora] mais cara que tinha. Quanto custa a dublagem?, falei como se eu fosse um cliente. Custa R$ 10,00 por minuto, vamos supor que ele falou isso. Falei para o espanhol: R$ 11,00. Fiz um preço para não dublar, pois estava sem estúdio, não daria certo. Ele sumiu e me ligou quinze dias depois: Escuta, seu preço é o mais caro do mercado, é mais caro que o da Herbert Richers. Eu falei: Ah, é?. Ele respondeu: Só que tem um detalhe: é você que vai fazer. E eu: Por quê?. E ele: Me indicaram você. Também não sei quem me indicou! Esse espanhol era o Manolo, presidente da Samtoy, e estava vindo para o Brasil. E aconteceu um negócio muito engraçado. Fizemos dois capítulos e mandei a cobrança. O cara não me pagou. Acontece que ele não tinha regularizado o envio de capital do exterior para o Brasil. Não que eles não tivessem dinheiro, eles não tinham dinheiro no Brasil. Falei: Eu acabei de montar a Gota Mágica; se eu não pagar, os dubladores param de trabalhar. Ele pensou e disse: Depois eu te ligo. Três dias depois ele me ligou: Escuta, quanto custaria a série inteira?

O senhor já tinha comprado a série inteira?

A primeira. Eram duas séries: uma que foi dublada nos estúdios da Marshmallow, mas como Gota Mágica, e outra no estúdio da Gota Mágica. Aí ele perguntou: Quanto custa a série inteira? E eu respondi: Um dinheiro alto. E ele falou: Então faz o seguinte: arranja uma conta que eu vou mandar da Espanha o dinheiro de uma vez só. Ele me mandou o dinheiro adiantado da série inteira para mim. E facilitou para montar o estúdio (risos).

Quem chamou o elenco para dublar Cavaleiros foi o diretor de dublagem?

Eu dei uns palpites. O [Gilberto] Baroli dirigiu a dublagem. Dirigir a dublagem não é dirigir a dubladora. O diretor de dublagem dirige o ator, se ele está acertando direito, se ele está falando certo, mas não é dirigir a coisa. Inclusive, especificamente nessa série, tem dois filhos do Baroli, mas fui eu que escalei. Ele achava chato chamar os filhos para serem os personagens principais. E eu falei: Não, chama o Hermes [baroli, dublador do Seiya de Pégaso] e chama a Letícia [Quinto, dubladora da Saori Kido]. Mas a dublagem em si, dentro do estúdio, era o Baroli, que era um bom diretor.

Bom diretor, mas, em Cavaleiros, muitas vozes foram repetidas, algumas vozes foram mudadas de uma hora para outra, os nomes foram trocados para favorecer a Samtoy...

Mas isso não era culpa dele. A Samtoy era uma distribuidora de brinquedos. Trouxeram a série para vender brinquedo. Um dos personagens não tinha boneco para vender e tinha um que não estava na série. Foi uma caca (sic) já feita na Espanha. Não recebemos em japonês, mas em espanhol. As modificações não foram feitas aqui, mas lá na Espanha.

A abertura também era em espanhol...

Era a abertura em espanhol que eu adaptei aqui, mas não era a abertura original japonesa.

A abertura não estava no CD [brasileiro de Os Cavaleiros do Zodíaco, lançado em 1995].

Aí entram os interesses pessoais, como na Samtoy. A Sony queria lançar os artistas dele, o que não tinha nada a ver. Nada a ver por quê? Porque a série era meio sinfônica, tinha algo meio lúdico, e eles puseram uma discoteca. Não tinha nada a ver com a série. A música Marin, que eu fiz, é bem a cara da série. Eu coloquei o Hermes falando, dando o grito do personagem, porque eu queria amarrar com a série. A Sarah Regina, minha esposa naquela época, cantou as músicas que eu fiz. A Sony fez duas músicas para vender e um abraço.

A Rede Manchete exibiu 52 episódios de Os Cavaleiros do Zodíaco, que foram reprisados e reprisados. Depois vieram os episódios seguintes, inclusive com uma dublagem melhor, o áudio já estava melhor...

Porque [a dublagem dos primeiros 52 episódios] foi no estúdio da Gota Mágica. O estúdio da Gota era mais moderno que o da Marshmallow.

A Gota Mágica recebeu primeiro a série de 52 episódios e depois receberam a outra série? Porque muitos atribuem à dublagem a culpada pelas reprises da Manchete.

Não, nada a ver.

A Gota Mágica abriu as portas para os fãs de Os Cavaleiros do Zodíaco. Isso foi uma novidade?

Sim. O relacionamento entre os fãs e a Gota Mágica não existia em outros estúdios. As revistas de animes (desenhos animados japonês) da época, a revista Herói, a imprensa em geral visitava.

O senhor quem autorizou a entrada dos fãs?

Isso. É a minha filosofia de trabalho. É a minha maneira de ser.

No auge de Os Cavaleiros do Zodíaco, o Marcelo faleceu. Por isso não conseguiu chamá-lo para dublar na Gota Mágica?

O Marcelo tinha sumido nessa época. Minha mulher daquela época o havia encontrado já debilitado. Mas não houve final de amizade.

Como conheceu Jonas Mello, a voz-padrão da Gota Mágica?

Queria que a voz-padrão da Gota Mágica fosse uma voz marcante, então o convidei. Uma coisa nova foi a de o Jonas falar: Versão brasileira: Gota Mágica, São Paulo. Colocamos o São Paulo, porque, na época, a dublagem dita boa estava no Rio de Janeiro.

Por que a Gota Mágica fechou?

Eu não tinha saído com muito dinheiro da Marshmallow. Além disso, montamos o estúdio da Gota Mágica para três firmas, mas não era sociedade. A primeira fechou logo. A segunda também fechou. A Gota Mágica ficou com uma estrutura muito grande só para ela.

O Clube do Chaves foi dublado na Gota Mágica, mas em que estúdio?

O Clube foi dublado nos Estúdios Echos. Nós alugamos e fizemos lá.

A dublagem do Clube do Chaves ficou marcada pela adaptação polêmica. Como foi feita a tradução?

Muitas piadas e trocadilhos com palavras em espanhol não teriam graça no Brasil. Eu cheguei a traduzir uns dois capítulos e não era fácil. No Chaves clássico foi assim também. Com os nomes dos personagens aconteceu isso também. No original, todos os nomes começavam com Ch: Chómpiras, Chaparrón. Nós tentamos traduzir da mesma forma, e colocamos Chaveco no Chómpiras. Pensamos em um nome para o Chaparrón, mas não tinha nenhum bom com Ch. Colocamos Pancada, mas chegamos a pensar em Chapado (risos).

O senhor procurou chamar os mesmos dubladores que dublaram a série clássica?

Sim. Quem eu conseguia chamar, eu chamava. O Silton estava perdido, só voltou agora. O Mário estava doente, bebia muito, e não conseguiria dublar o Botijão, porque ele fala muito depressa. O Senhor Barriga ele conseguiria, mas o Botijão, não. Tanto que ele não conseguiu na dublagem dos DVDs.

Como conheceu Cassiano Ricardo, o substituto do Marcelo no Clube?

O irmão dele já trabalhou comigo no circo. O Cassiano é ator e estava na peça Caixa Dois. Então eu o levei ao SBT e o apresentei ao Salathiel Lage, que tinha voltado ao SBT. Procurei alguém que imitasse o Marcelo e o Cassiano nunca tinha dublado. Ele era ator e imitador. Ele fez o teste e passou. Queriam até que eu fizesse (risos). Chegaram a me convidar, mas eu pensei "não vou entrar nessa fria" (risos). Porque o Marcelo ficou marcado. O SBT não devia ter exibido o Chaves do Clube, só os clássicos, e só os outros personagens, Chaveco, Pancada.

O senhor me falou que pretende lançar um livro. Há previsão de lançamento?

Estou reunindo tudo o que falei a você para fazer um livro. Está quase pronto, mas não tem previsão de lançamento. Antes, vou participar de um evento de anime no dia 14 de junho, no Vale do Paraíba.

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Que legal. Muito Bom a entrevista com o Mário Lúcio, mas parece que ele é um dos que não acreditam nos perdidos. Se não me engano, o Nelson Machado também não acredita.

O apelido do Silvio Santos no começo era o peru que fala, porque ele ficava vermelho.

He he. :lol: :lol: :lol::muttley: :muttley:

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Cara, entrevista simplesmente genial, e muito profissional! De verdade, gostei muito. Mário Lúcio é super atencioso e boa gente; e foram esclarecidos muitos pontos interessantes e curiosos dessa época, pro Meio CH. Sem contar que falou bastante sobre a MarshMallow, meu estúdio preferido! Fui lá em 2008 e demorou pra cair a minha ficha! HAhaUHAhe

Repito: Entrevista espetacularmente GENIAL!

Parabéns Corpo do Benito e obrigado!! ;)

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Excelente entrevista! Digno de revista profissional, me amarrei, as perguntas foram inteligentes e como a conversa foi conduzida, quando termina, agente fica com vontade de ler mais.

Na entrevista, o Mário Lúcio fala sobre as misteriosas BGMs instrumentais que não foram feitas por ele? Aquelas de discos de sonorização, que inclusive eu já escutei em outros programas do SBT, inclusive filmes dublados nos estúdios da TVS.

Elas são um mistério, quem as fez e de onde elas vieram?

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Breve Mário Lúcio publicará no YouTube a entrevista que fez ao programa "Edição Extra", ele fala só de jingles. A matéria foi editada para inserir outros jinglistas, mas Mário disponibilizará a entrevista que durou uns 20 minutos, ele falou sobre música também. Ficou bem bacana.

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Nossa, muito legal a entrevista, apesar de já saber de muitas dessas coisas, sempre tem coisas que a gente num sabe, coisas que ele ainda não tinha dito...

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Na verdade, a entrevista não foi feita especialmente pro FUCH, se não falaria mais sobre CH.

Ficou evidente que ele não participou da dublagem, a não ser no Clube do Chaves. Por isso que quando perguntei sobre a dublagem de Chaves na Maga/Marshmallow, ele fica no "eu acho..."

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No mesmo dia dessa entrevista, Mário participou do Edição Extra, da TV Gazeta. Mário já postou o vídeo no YouTube:

O assunto é JINGLES.

OwOrTJiH-wU

Também há a entrevista na íntegra:

Parte 1:

3PU0y_amDno

Parte 2:

x-iT7JfjD2g

Editado por José Antonio
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